segunda-feira, 21 de outubro de 2019

CARBONÁRIA



"Sociedade sinistra e cruel para uns.
Sonho de liberdade para outros.
Mas onde estará a verdade,
no meio de tanto sangue e segredos?"

Livro de Mário Silva Carvalho com o qual ganhou em 2012 o prémio Literário João Gaspar Simões, atribuído pela Câmara Municipal da Figueira da Foz.

"Em 1907, o jovem Constantino da Silva chega a Lisboa. Fugira de Coimbra devido a uma zaragata em que atacou um miguelista para proteger um grupo de estudantes republicanos. O deslumbre com a capital, tão maior e mais sofisticada que o resto do país, logo é substituído pela realidade: Lisboa é uma cidade pobre, esfaimada e onde o conflito entre monárquicos e republicanos deixa mortos e feridos nas ruas."...
Deve ser lido para quem quiser conhecer "uma das épocas mais importantes e turbulentas da História de Portugal."

Bandeira da Carbonária: repare-se na "semelhança" com a actual bandeira nacional.



sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Os Morros de Nóqui


Livro da autoria do escritor, Cláudio Lima que esteve na guerra em Angola em 1969 com a patente de Alferes Milº. integrado no B.Artª. 1922/C.Artª-1726 que não deixa de surpreender quem esteve na guerra colonial, no caso vertente em Angola. Dei por este livro há algum tempo na Internet e só há cerca de três dias a livraria Bertrand mo entregou. Li-o de uma assentada.
Ao tempo, também fiz parte do mesmo Batalhão, C.Artª. 1725, do autor do livro e posso dizer que a minha passagem por Nóqui foi uma das experiências que mais me marcaram, negativamente, enquanto militar.

"Nóqui é uma província angolana. Foi território português até 1975. E foi para aí que destacaram milhares de portugueses para defenderem uma terra que viríamos a entregar mais tarde"...com o advento do 25 de Abril.

Em “Os Morros de Nóqui”, mais de 30 anos depois do final do conflito armado, Cláudio Lima, pseudónimo de Manuel da Silva Alves, descreve-nos os horrores de uma guerra colonial. Uma guerra que viveu dois anos e que conheceu como muitos outros que por lá passaram..." 
O autor faz um advertência logo no início do seu livro: "São ficções o que aqui te proponho". Mas, segundo a crítica que subscrevo, os: "Episódios da guerra, entre o pícaro e o trágico, transmitidos por uma caneta talentosa", ficam, quanto a mim, aquém da realidade, muito mais dolorosa, de que autor com o seu estilo, porventura, evitou falar com mais crueza, por pudor ou para não acordar os fantasmas das experiências dantescas por que passaram muitos combatentes. Nóqui é uma má recordação da nossa presença em Angola, quer no aspecto da guerra, quer nos bastidores da mesma, onde não pouca vezes pontificaram a arrogância e os abusos dos torcionários da polícia política. Por isso eu digo que há muitos aspectos da guerra colonial que continuam por contar.
 
Livro a ler por quem gosta desta temática da guerra colonial.

Não posso deixar de dar os meus modestos parabéns ao meu distinto amigo e ex-camarada de armas que é um consagrado escritor que tem recebido elogios de muitos dos seus pares e na imprensa da especialidade.