segunda-feira, 26 de março de 2018

Reflexão sobre a semana Santa



A dúvida é um procedimento judicioso até termos certezas. Lavar as mãos depois de se saber a verdade ou ter certezas, é sempre um acto condenável.
Pilatos sabia muito bem porque pediam a morte de Jesus. Não tinha dúvidas. No íntimo sabia que ele era um justo e que se tratava de uma vingança. Tentou salvá-lo e perguntou ainda aos seus acusadores, se preferiam que fosse solto o ladrão Barrabás ou prendesse Jesus. A multidão preferiu que Barrabás fosse libertado da prisão. O Governador da Judeia e representante de César, tinha poderes para salvar um inocente de uma morte cruel e injusta, mas cedeu. Pilatos teve medo de Roma e das implicações políticas do seu acto. Teve medo daquele turba ululante porque a manipulá-la, na retaguarda, estavam os dois partidos religiosos dominantes (fariseus e saduceus). Nesse conluio de vingança sobressaiam os vendilhões do Templo que foram expulsos por Jesus de forma violenta. Foi este, aliás, o seu único acto radical de força física, registado pelas crónicas evangelistas, o que demonstra, por um lado, que ele não tolerava a corrupção e, por outro, que é preciso uma acção muito forte para acabar com ela. Jesus representava um perigo para os interesses de todos eles. Nesta história muita antiga que quase todos conhecemos, existe uma perfeita, mas desgraçada analogia com os tempos de hoje quer no aspecto político, quer no religioso: os ladrões salvam-se ou não são presos e a religião está longe de cumprir integralmente e sem sofismas o que Jesus pregou. A Vida e a Paixão de Cristo aconteceu há mais dois mil anos. Quantos Barrabás deixarão de ser presos, ou serão soltos, e quantas paixões de Cristo serão necessárias para que o mundo seja diferente?

Nota à posteriori:
O presente texto está baseado em convicções e experiências pessoais e em pesquisa prévia feita na Internet.

quinta-feira, 22 de março de 2018

Sonho adiado



SONHO ADIADO
Hoje, neste dia de Primavera, acordei com uma disposição diferente da habitual e vou falar de coisas diferentes. Então é assim: vou muitas vezes ao teatro de Tavarede. Gosto da SIT, gosto dos actores, aprecio a dedicação e desenvoltura com que desempenham o seu papel no palco e a maneira como dignificam a arte de Talma. Gosto dos cenários feitos pelo meu amigo, Zé Manel, que é um verdadeiro artista nesta área. Devo dizer, porém, que não me fico por aqui, pois costumo ir ao Teatro ao Politeama a Lisboa e ao Casino Estoril. Aqui, quem eu admiro, de modo genérico, é o La Féria (digno sucessor do Vasco Morgado que Deus haja) que é um grande empresário e dá trabalho a muitos artistas e gente do Teatro. Também gosto de viagens, mas neste capítulo a conversa é outra. O “empresário” é um conhecido Tavaredense que tem levado muita gente e touti quanti que é amigo, "a viajar lá fora cá dentro," a conhecer os belos cantos deste nosso Portugal, e de meio mundo das estranjas não menos bonitos. Posto isto, e sem querer armar ao "carapau" das viagens, lembrei-me há dias de fazer um cruzeiro no Seasaide para Miami, numa viagem considerada de sonho. Diga-se em abono da verdade que é bem melhor que ir no barco de Setúbal para visitar Tróia... Atento à minha fase etária que não me permite grandes ilusões, há que aproveitar o tempo. Assim, fiquei entusiasmado com a possibilidade de viajar num dos barcos mais modernos no mar que é, ao mesmo tempo, segundo dizem, uma visão intemporal de elegância e de conforto.
Mas, o homem põe e Deus dispõe, como soe dizer-se, e as coisas não correram como eu queria. Circunstâncias imprevistas e uma agenda mal elaborada, impedem-me de concretizar o sonho que fica adiado sine-die. Fico por cá, contrariado é claro, mas não deixo de desejar ao grupo de Figueirenses que vão fazer o cruzeiro oportunamente, que façam uma boa viagem e que desfrutem das belas praias de Miami e das paisagens da Flórida. Que tragam boas recordações e boas fotografias, pois eventualmente podem servir para requalificar o imenso areal da praia da Claridade que bem precisa, agora "florida" com ervas o que é uma tristeza para uma praia que já foi o orgulho da Figueira.
E, lá longe, não se esqueçam de cantar a canção da Figueira da Foz da saudosa, Maria Clara, ou a Marcha do vapor, como costumam fazer os bons Figueirenses.

sábado, 17 de março de 2018

O medo do escuro


 "A religião é um conto de fadas para pessoas com medo do escuro"- Stephen Hawking."

Será que ele disse mesmo isto? Outros também considerados sábios têm dito o contrário. Não podemos esquecer que o que a ciência afirma hoje, como certo, constata-se amanhã que está errado. Nestas coisas de Deus e da Ciência o melhor é dizer não aos fanáticos da religião e do ateísmo e pensar por nós próprios.
Os sábios enganam-se muitas vezes. Nada é definitivo e afirmações polémicas tais como a existência de Deus ou não, muito menos. Ter fé e acreditar em Algo ou Alguém que nos transcende pode servir de lenitivo ou talismã e potenciar a força interior de cada um de modo a vencer os desafios e os problemas da vida. Acreditar ou ter Fé é um assunto do foro pessoal e isso não deve ser imposto a ninguém.. Está provado que os crentes são mais felizes que os cépticos. Mas é preciso cuidado com as crendices sem fundamento e com os falsos profetas e doutores da igreja que “tosquiam” o rebanho. Quando Cristo mandou pregar o evangelho e institui-o os sacramentos, disse: “de graça recebestes, de graça dai.” Os sábios dizem que o Universo está em expansão; sendo assim e para terem a certeza do que afirmam sobre o mesmo, o melhor é esperarem que a tal expansão acabe para depois falarem sobre algo tão profundo como é à criação dos mundos que nos cercam e sobre a existência de Algo tão Infinito e Prodigioso que talvez nem eles, nem ninguém, nunca venham a entender.

segunda-feira, 5 de março de 2018

Conceitos sobre a vida


Temos que levar gente, não a uma vida cómoda, a uma vida fácil, mas temos que ter a coragem de levá-la a uma vida difícil, a uma vida perigosa, pois só com uma vida difícil, rigorosa e perigosa, dá o homem o melhor de si próprio.- Agostinho da Silva.
Subscrevo por inteiro o pensamento do Professor, Pensador e Filósofo, Agostinho da Silva.
A propósito da vida, um conceito muito pessoal: A vida é aquilo que decidimos fazer dela ou o que as circunstâncias nos permitiram fazer. Não é igual para todos, porque não somos todos iguais. Eu mesmo (que não sou homem de grande pretensões) não consegui tudo o que queria devido, em grande parte, não à falta de sorte, mas a mim próprio. Críticas? Aceito-as. Mas, façam primeiro o meu caminho e falem depois.