sexta-feira, 29 de maio de 2009

Goodbye...Dias Loureiro



"Afinal as comissões de inquérito Parlamentares podem ser eficazes. "


A história de Dias Loureiro é um puzzle que ajuda a explicar muito do que tem sido Portugal desde 1985, data da sua ascensão ao poder. Um homem com um percurso muito duvidoso de luzes e sombras, que se confunde, por vezes, com as zonas mais cinzentas dos regimes do centrão.

(Do blogue: Talina em 28/05 com a devida vénia)


quarta-feira, 27 de maio de 2009

Qual dos Lobos vai ganhar?


Um velho avô ensinava os seus netos. Disse-lhes:

Trava-se uma luta dentro de mim. É uma luta terrível. Trava-se entre dois lobos: um lobo representa medo, cólera, inveja, tristeza, arrependimento, cobiça, arrogância, auto-compaixão, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, falso orgulho, superioridade e ego.O outro representa, alegria, paz, amor, esperança, partilha, serenidade, humildade, bondade, benevolência, amizade, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé. A mesma luta trava-se dentro de vós e, dentro de outras pessoas, também.

Os netos pensaram na história durante um minuto; depois uma das crianças perguntou ao avô:

"Qual dos lobos vai ganhar?"O velho avô respondeu apenas... "Aquele que tu alimentas".

(Do Livro, Instruções para a Vida)


A velha dicotomia da vida ilustrada por um pequeno conto que tem uma função pedagógica para os mais novos e não só. Quantas vezes nos aparece na aventura da vida uma bifurcação com sinalizações diferentes: uma indicando facilidades de toda a ordem, liberdade sem responsabilidade, insensatez, gula, cobiça, grosseria, esbulho, falta de respeito pelo próximo e pelos direitos alheios e pelos nossos concidadãos; outra indicando um caminho menos atraente, mas mais seguro porque obriga a cultivar o amor ao próximo, obriga ao estudo, à serenidade, à educação, à boa administração do privado e do público; ao respeito pelos mais velhos e aos valores da Pátria que nos foram legados pelos nossos egrégios avós. Vivemos hoje um tempo em que os valores tradicionais são postos em causa; em que todos desconfiam de tudo; em que os exemplos que vêm de cima, a começar pelos que são dados pelos aerópagos do poder, são condenáveis .

Tudo isto somado à falta de emprego e de perspectivas para o futuro, reflecte -se, inevitavelmente, na juventude de hoje, que não sabe bem em que país vive, nem se identifica com a maioria dos políticos que nele mandam.

Nestas circunstâncias a pergunta feita pelo neto ao avô, "qual dos lobos vai ganhar", só pode ter uma resposta: "aquele que os políticos e o governo alimentam".

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Timor Leste



Díli – Timor-Leste celebra hoje sete anos de independência sem a presença do primeiro-ministro português, José Sócrates. Timor-Leste é o primeiro Estado independente do século XXI.

As celebrações dos sete anos da declaração da independência de Timor-Leste têm lugar hoje, sem a presença daquele que era o convidado de honra das cerimónias de comemoração, José Sócrates.
As cerimónias solenes decorreram ao início da manhã, após o içar da bandeira, em frente ao Palácio do Governo. Portugal faz-se representar pelo secretário de Estado da Cooperação João Gomes Cravinho.

Nas ruas esfilaram as forças das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL), seguidas dos moradores dos bairros de Díli e de Manatuto, bem como dos estudantes das escolas dos 13 distritos do país. As celebrações continuaram com espectáculos ao ar livre e artistas nacionais.

«Curvo-me perante os mártires, heróis, vítimas, ex-prisioneiros e as suas famílias», declarou o presidente timorense José Ramos Horta no topo da tribuna, perante o Governo, Parlamento, corpo diplomático e altos representantes de organizações internacionais que enchiam as bancadas, rodeados pela multidão. Presentemente, Timor-Leste é um «Estado democrático, onde há liberdade, justiça e uma economia orientada para o desenvolvimento», acrescentou.
(Do Jornal Digital de 21/05/09)

A independência da antiga colónia de Timor foi proclamada em 20 de Maio de 2002 depois de ter havido um referendo em que cerca de 80% da população deu um sinal inequívoco de querer a sua liberdade.
No conflito travado em Timor que deu origem á invasão deste território, por parte da Indonésia, não podemos esquecer a singular figura do tenente-coronel Maggiolo Gouveia que: "Acusando corajosa e frontalmente a política imposta no território, de criminosa, por conduzir as gentes de Timor, ainda sob a nossa responsabilidade, para um desatre de proporções imensuráveis (como se veio a verificar), Maggiolo Gouveia foi forçado pelas sua convicções, a tomar a única atitude que lhe restava: depor perante o governador os seus galões de ten. Coronel do Exército e aliar-se ao grupo de timorenses que se opunha à "bandalheira" marxista..." (in DC de 31/8/03-Carlos Azeredo-Gen.)

Felizmente, após imensas provações, onde avulta o massacre de Stª. Cruz, Timor festeja hoje a independência, rumo à democracia e, acima de tudo, comemora a libertação do jugo Indonésio e constrói com esperança o seu próprio futuro.
A independência do povo maubere é a vitória da insubmissão e da alegria de ser livre:


segunda-feira, 18 de maio de 2009

Parabéns a você

Glitterfy.com - Glitter Graphics Uma das mais conhecidas e famosas canções dos Beatles: When I'm sixty four. Uma singela homenagem à minha cara metade que já atingiu a meta a que alude a referida canção no dia 13 deste mês! Parabéns e que esta data se repita por muitos anos em companhia de marido, filhos e netos.

domingo, 17 de maio de 2009

É hora de saltar da panela




Uma fábula que funciona como metáfora da existência humana. Um convite à reflexão profunda sobre os rumos do mundo actual, à nossa quase indiferença e acomodação perante os sinais que nos são transmitidos pelas forças que são poder e têm a legitimidade de agir, legislar edecidir, por voto da vontade de um povo que assim decidiu.

Da alegoria da Caverna de Platão a Matrix, passandopelas Fábulas de La Fontaine, a linguagem simbólica é um meio privilegiado para transportar à reflexão e retirar alguns ensinamentos.

O escritor e filósofo Olivier Clerc, na breve história que constitui o corpo deste post, através da metáfora, põe em evidência as graves consequências da não consciência da mudança que infecta o nosso quotidiano, no rumo da nossa economia, da Justiça, do Trabalho, da Saúde, da educação, de todos os pilares que suportam um verdadeiro Estado de Direito, de uma democracia justa e igualitária para todos.

Uma fábula que nos convida a reagir à paralisia
inconsciente que nos afecta, no presente das nossas vidas, sob risco de cairmos no destino
da rã que é a protagonista desta história:
“Imagine uma panela cheia de água fria, na qual nada,tranquilamente, uma pequena rã.Um pequeno fogo é aceso debaixo da panela, e a água aquece muito lentamente.Pouco a pouco, a água fica morna, e a rã, achando
isso bastante agradável, continua a nadar. A temperatura da água continua subindo...Agora a água está quente, mais do que a rã pode apreciar; ela se sente um pouco cansada, mas, não obstante isso, não se amedronta.
Agora, a água está realmente quente, e a rã começa a achar desagradável, mas está muito debilitada; então, suporta e não faz nada. A temperatura continua a subir, até quando a rã acaba simplesmente cozida e morta.
Se a mesma rã tivesse sido lançada directamente na águaa 50 graus, com um golpe de pernas ela teria pulado
imediatamente para fora da panela.”
Isto mostra que, quando uma mudança acontece , na maior parte dos casos, não há reacção alguma,oposição alguma, ou, alguma revolta.
Se nós olharmos para o que tem acontecido em nossa sociedade desde há alguns anos, podemos ver que nós estamos sofrendo uma lenta mudança no modo de viver, para a qual nós estamos nos acostumando.Uma quantidade de coisas que nos teriam feito horrorizar 20, 30 anos atrás, foram pouco a pouco banalizadas e, hoje, apenas incomodam ou deixam completamente indiferente a maior parte das pessoas.

Em nome do progresso, da ciência e do lucro, emerge por vezes, a ganância, a corrupção, e a incompetência, que provocam ataques contínuos às liberdades individuais, dignidade, à integridade da natureza, à beleza e à alegria de viver; efectuados lentamente, mas inexoravelmente, com a constante cumplicidade das vítimas, desavisadas e, agora, incapazes de se defenderem.

As previsões para nosso futuro, em vez de despertar reacções e medidas preventivas, não fazem outra coisa anão ser a de preparar psicologicamente as pessoas aaceitarem algumas condições de vida decadentes, aliás,dramáticas.
O martelar contínuo de informações, pelos mídia, satura os cérebros, que não podem mais distinguir as coisas... Não podemos esperar pelo amanhã.É hora de optarmos por uma decisão. Precisamos de escolher entre consciência ou cozido!!!! Se já não estamos, como a rã, meio cozidos e quase moribundos, é momento para darmos um saudável golpe de pernas, pular fora desta panela em ebulição, antes que seja tarde de mais.
Do blogue: Jota

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Fotógrafo do Nú



Spencer Tunick é um fotógrafo natural de Middeltown, Estados Unidos da América, que se tornou famoso por fazer milhares de fotografias de grandes grupos de pessoas em vários países, completamente nuas, em lugares públicos.
Já fez fotografias de nús em Lisboa no Parque Eduardo VII em 2000 e, em Stª. Maria da Feira, em Setembro de 2003.
Mais de 18 mil pessoas posaram nuas para este fotógrafo na cidade do México, no meu entender, numa autêntica cena de apocalipse. Algumas pessoas chamam a isto arte contemporânea. Uma opinião a ter em conta mas que não tem o consenso de outras. Vejamos esta de uma cidadã brasileira:

"Não sei se é uma arte profunda, e não peço que seja elegante nem delicada. A mim nunca me despertou suficientemente a atenção para procurar outras coisas dele, por exemplo. E em algumas destas fotos há uma coisa que me impede de frui-las como imagens eróticas, ainda que o quisesse: não consigo ver um grupo de corpos nus amontoado sem me virem à cabeça os campos de concentração."
Não pretendendo ser um crítico de arte perfilho parcialmente esta ideia, especialmente no que concerne "aos campos de concentração" só que os corpos são mais gordinhos (!) mas, mesmo assim, algumas imagens, parecem-me chocantes e repetitivas, podendo, além disso, predispôr para a depravação colectiva.
Uma das criticas que têm sido feitas é que este amontoados de corpos é um factor de risco para a propagação do vírus da sida.
Acima está uma foto de Spencer Tunick que me parece ser uma das mais conseguidas e com mais sentido estético e plástico.
Este despretensioso texto sobre o tema vertente fica à consideração da veia artística dos meus leitores para poderem apreciar e dizer de sua justiça se assim o entenderem.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Financiamento dos Partidos em tempo de crise


João Pereira Coutinho: Ninguém disfarça?
Qual a diferença entre um bom e um mau político? Resposta: o primeiro ainda disfarça. Em Portugal, ninguém disfarça.

Há uns tempos, os deputados aprovaram um mecanismo de financiamento partidário que, ao permitir avultadas quantidades em dinheiro vivo, serve de convite à corrupção mais mafiosa. Só uma criatura votou contra.

Mais recentemente, Elisa Ferreira, candidata do PS às europeias e às autárquicas, declarou com orgulho que só está nas europeias ‘por empréstimo’. A ideia de Elisa é ir a Bruxelas assinar o nome e regressar logo para o Porto.

Moral da história? Os nossos políticos são tão bons que até admitem tudo: a corrupção como forma de vida e a natureza mendaz das candidaturas em que participam.

Enganam-se os que pedem mais ética na política. Eu, por mim, já ficava contente com alguma estética.

João Pereira Coutinho, Colunista, in CM online, 10-5-2009
Publicada por Zorate em 11:20

sábado, 9 de maio de 2009

Que futuro para os Portugueses?




Um já pensa na reedição do Bloco Central de má memória, provavelmente liderado por uma antiga Ministra, muito boa senhora. Mas que é só isso: muito boa senhora, porque como governante deixou-nos muito más recordações.

O outro dá voltas à imaginação, a pensar no novo marketing com que há-de levar os portugueses a dar-lhe novamente a maioria absoluta. Mais desemprego, mais ilusões, mais facilidades a certos banqueiros cuja actuação faz prever a retoma da economia e do futuro de Portugal para as calendas gregas?

Política novas com métodos velhos, não é mais possível. A frase célebre de Mário Soares: já se vê uma luz ao fundo do túnel, parece uma metáfora impossível de realizar. A realidade é que a única luz que se vislumbra é a do combóio que vem de frente.

Resta aos portugueses, na altura própria, fazer a tais políticos, aquele gesto que
Bordalo Pinheiro imortalizou com o seu Zé Povinho: o manguito.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Ex-Militares em Convívio-actualização

Foto do convívio em 2004



Os ex-militares, ainda sobrevivos da C.Artª.87 do extinto RAP 3, vão comemorar, mais uma vez , com um almoço convívio , no próximo dia 30 de Maio (Sábado) na Figueira da Foz, a sua expedição a Angola em 1961/63.

A maioria da juventude portuguesa esteve na guerra colonial na década de 60/70 (guerra que não desejámos mas que nos foi imposta) cumprindo com o seu dever e honrando a farda.

Mas há que tirar ilações do sacrifício de milhares de jovens em prol da Pátria, em Àfrica, para dar tempo a um regime retrógrado que não quis ou não soube fazer uma descolonização atempada, até para não agudizar o ressentimento e a dor, com uma guerra fratricida que durou mais de treze anos e que ameaçava eternizar-se. Assim, nasceu a "gesta" do 25 de Abril com os militares a entregarem o poder, talvez ingénuamente, á classe política que fez uma descolonização não exemplar, mas a que foi possível fazer.


Valeu a pena? Aprendi nos meus tempos de estudante que "tudo vale a pena se a alma não é pequena." Só que hoje, meia dúzia de políticos e outros tantos agiotas, têm uma alma tão pequenina que têm transformado o País à sua imagem e semelhança, quiçá, à maneira de pocilga, onde o triunfo, previsível, dos porcos, conduzirá, inevitávelmente, o povo português e a Pátria de Camões, a um destino funesto.

domingo, 3 de maio de 2009

Equação





O nosso amor foi uma equação
a duas incógnitas: Tu e Eu.
Eu amei-te, vivi na ilusão
e o teu amor por mim, esmaeceu.


E o cupido que nos atraiçoou,
ao brincar com os nossos corações,
a flecha do amor o alvo errou,
pondo termo às nosas ilusões...


Mas, o culpado do que aconteceu,
não foi o cupido, nem Tu nem Eu.
E porque esse amor pertence ao passado,
caíu no chão, ficou esmaecido,
pergunto a mim mesmo, entristecido,
se não foi disso, o cálculo, o culpado!...