sábado, 27 de maio de 2017

14º Convívio dos ex-militares da C.ARTª. 87





Mais um convívio do pessoal remanescente da C.ARTª. 87 na Figueira da Foz. Fomos para Angola em Abril de 1961. Já lá vão 56 anos. Dos quadros de sargentos, restam dois ou três. Dos oficiais há dois sobrevivos,  de de boa têmpera, o comandante da Companhia, hoje Coronel e um Alferes de Artª, hoje Ten.Gen., ambos na situação de reforma. Das praças existirão uns 35. A marcha do tempo é implacável, mas o espírito de convívio continua.
Pela 2ª. vez tivemos a presença de artistas e amantes do fado, como é o caso de Joaquim Matos (uma voz ímpar a cantar o fado de Coimbra) e de Paz Cardoso que abrilhantaram o evento.
Já somos poucos, mas com vontade de resistir ao tempo para que estes convívios se repitam.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Fé e Revolução


O Papa Francisco esteve em Fátima e viu-se bem que tem uma postura diferente dos seus antecessores. Tem carisma, gosta de contactar com o povo e tem demonstrado vontade de mudança. Tenta renovar a Igreja naquilo que esta tem de menos bom. A questão é, se essa vontade vai continuar, se os seus pares ou a Santa Sé de Roma o vão permitir, e se não vai ganhar mais inimigos do que aqueles que já tem. A Igreja para voltar aos primórdios da doutrina de Cristo: "vinde a mim todos os cansados e oprimidos e eu vos aliviarei", tem de rever em primeiro lugar o seu entrosamento com o capital. Francisco percebeu esta situação abjecta e caminha no sentido de a clarificar quando alterou a administração financeira da Santa Sé e quando diz: "o desemprego é o resultado de um sistema económico que tem no seu centro um "Deus" falso chamado dinheiro". Tenta renovar ainda Igreja quando insiste que os crimes sexuais do clero devem ser condenados; quando se aproxima dos deserdados da sorte e defende os que são vítimas de qualquer forma de exclusão. Quer mudar a Igreja quando insiste no diálogo ecuménico com todos os credos cristãos.
Francisco veio à Cova da Iria "empurrado" por circunstâncias que ele sozinho, não podia ultrapassar. Fátima é o que é, mas quem acredita em Deus e quer encontrá-lo, não precisa de outros intermediários: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” João 14:6.
Talvez seja fantasioso ou ingénuo dizer que o actual detentor da cadeira de S. Pedro, está a ensaiar uma revolução no seio da Igreja, porque os seus mentores têm demonstrado, quase sempre, ser avessos a mudanças, por razões que só eles conhecem e quiçá pouco cristãs. Mas a face do mundo pode mudar se tal revolução acontecer e o desejo ecuménico de Francisco for por diante. A fé e a força de um Cristianismo renovado podem ser, de facto, o único meio que permita aos homens de boa-vontade oporem-se às forças do mal que, por ambição, não se preocupam com a dignificação do homem, nem com a destruição da humanidade.