segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Geração perdida ou sacrificada?
Com o título: Uma geração perdida, Vasco Pulido Valente (perto dos setenta anos) interroga-se no Público de ontem, sobre o que a sua geração “que chegou à idade adulta com o 25 de Abril, fez da famosa liberdade tão esperada durante Salazar e Caetano” e afirma: “Com poucas excepções assistiu calada, ou mesmo se juntou, à louca procissão do PREC, em nome de uma doutrina que não percebia e de uma sociedade em que nunca aceitaria viver.”
Culpa essa geração de “entregar o poder a uma série de arrivistas, que não o tornaram a largar.”
É preciso lembrar que houve pelo menos dois casos em que políticos, arrivistas ou não, que tomaram conta do poder, largaram-no pouco tempo depois, porque não o quiseram ou não souberam o que fazer com ele.
Assim, teríamos chegado à actual situação e o articulista do Público finaliza o seu artigo dizendo o seguinte:
“O regime de Sócrates não emergiu por acaso; emergiu desta terra já bem preparada para a corrupção e o arbítrio. Nessa altura, a minha geração só servia para propósitos decorativos. Via e lamentava o desastre que se ia preparando. Mas raramente lhe ocorreu que ela própria também era culpada.”
Com 72 anos e fazendo parte da tal “geração perdida” creio que existem algumas afirmações que importa corrigir:
-A minha geração ou pelo menos a maioria daqueles que eu conheço e que fazem ou fizeram parte dela, foi para uma guerra injusta (muitos contra a sua própria vontade, mas foram) para que o poder político de então resolvesse, em tempo útil, o problema do Ultramar o que não conseguiu.
-Apoiou o 25 de Abril que foi uma inevitabilidade e que de resto devia ter acontecido mais cedo.
-Não se juntou “à louca procissão do PREC”, antes ajudou os militares moderados e políticos como Mário Soares para se evitar um mal maior.
Na realidade a lição que se pode tirar da história recente é que tanto os políticos da ditadura de ontem, que não souberam ou não quiseram dirimir o conflito Colonial, como os democratas de hoje -por razões diferentes mas não menos graves- falharam os seus objectivos. E o "pior ainda está para vir..."
A minha geração não lutou para propósitos "decorativos," nem foi culpada do desastre a que se chegou, como diz VPV. Evitou, sim, a violência a todo o custo. Mas porque "não há justiça sem revolução, nem revolução sem violência"-Miguelet- a única coisa de que pode ser acusada é de não ter feito uma revolução a sério.
Não é uma geração perdida, mas antes uma geração sacrificada e continua a sê-lo. Esforçou-se e lutou por um Portugal melhor, mas viu as suas legítimas aspirações traídas quando o poder foi entregue a personagens e políticos que não o mereciam.
(Clicar na imagem para zoom)
domingo, 25 de setembro de 2011
Política e mãos limpas
"O nosso ministério é de uma natureza e de uma ordem que pode ficar prejudicado se nós nos metermos na política directa como ela é feita hoje. Ninguém sai de lá com as mãos limpas. E, portanto, nós fugimos disso", afirmou José Policarpo, em entrevista ao Jornal de Notícias (JN).
Com tão provecta idade e com a sapiência que lhe é reconhecida, D. José Policarpo utilizou as palavras certas para ilustrar a sociedade de hoje e os desafios que temos de enfrentar.
sábado, 24 de setembro de 2011
A Música e a Alma
Prazer de Amor
"Esta música transporta-nos à esperança, à coragem e às tristezas da nossa juventude, dizendo sem palavras o que o homem ama a terra, o seu medo de morrer e de deixar de ver as estrelas. Traz de volta as memórias do passado, os bons e os maus momentos que vivemos.
A música é uma necessidade que completa a nossa vida." - (Tradução livre).
Bom Fim de Semana
"Esta música transporta-nos à esperança, à coragem e às tristezas da nossa juventude, dizendo sem palavras o que o homem ama a terra, o seu medo de morrer e de deixar de ver as estrelas. Traz de volta as memórias do passado, os bons e os maus momentos que vivemos.
A música é uma necessidade que completa a nossa vida." - (Tradução livre).
Bom Fim de Semana
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Aprovada criminalização do enriquecimento ilícito
"O Parlamento aprovou hoje, na generalidade, projectos de lei da maioria PSD/CDS-PP, do PCP e do BE para criminalizar o enriquecimento ilícito dos titulares de cargos públicos, que obtiveram o voto contra do PS."
Deste PS, infelizmente, já esperamos tudo, e o voto dos seus deputados contra uma lei que pode ser "um passo decisivo na história do combate à corrupção" demonstra bem quem anda a enganar os portugueses, há tanto tempo, sobre uma questão tão importante como esta.
Deste PS, infelizmente, já esperamos tudo, e o voto dos seus deputados contra uma lei que pode ser "um passo decisivo na história do combate à corrupção" demonstra bem quem anda a enganar os portugueses, há tanto tempo, sobre uma questão tão importante como esta.
quinta-feira, 22 de setembro de 2011
Despedir: a panaceia para salvar o país...
"O Governo vai propor hoje aos parceiros sociais a alteração do conceito de despedimento com justa causa."
Nesse sentido, vai sugerir a introdução da possibilidade de o trabalhador ser despedido por não cumprir os seus objectivos ou ser menos produtivo."
In: Diário Económico
Já nem a Constituição salva os trabalhadores; e quem estiver doente que se cuide: pode muito bem ser despedido por diminuir o seu rendimento no trabalho.
Nesse sentido, vai sugerir a introdução da possibilidade de o trabalhador ser despedido por não cumprir os seus objectivos ou ser menos produtivo."
In: Diário Económico
Já nem a Constituição salva os trabalhadores; e quem estiver doente que se cuide: pode muito bem ser despedido por diminuir o seu rendimento no trabalho.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
Conversas do Casino
"...As pessoas que puseram este País no estado em que está deveriam ser julgadas", disse Medina Carreira, durante uma tertúlia no Casino da Figueira da Foz. "
Medina Carreira, ex-Ministro das Finanças do 1º Governo Constitucional, foi peremptório nesta e noutras afirmações não poupando, com razão, alguns políticos pela situação a que o país chegou.
Utiliza uma forma de falar directa, muito frontal que as pessoas gostam de ouvir, ficando, todavia, frustradas por não lhe serem apontados caminhos que invertam a situação. É que, sendo Medina Carreira um grande conhecedor dos problemas do País, e um crítico implacável, quase demolidor das políticas dos últimos governos, peca por não apresentar soluções novas para sairmos da crise. As ideias vagamente referidas neste sentido indicam uma economia capitalista revitalizada com o esforço daqueles a quem tudo é pedido, que tudo dão -"trabalho, estudo, impostos- e nada recebem em troca."
Chega mesmo a pôr em dúvida o papel dos sindicatos.
É fácil de adivinhar os problemas que terá qualquer governo que insista nestas políticas...nomeadamente quando os verdadeiros culpados da crise ou não são julgados, como referiu Medina Carreira, ou são absolvidos como se pode ver aqui.
Pós-texto: o itálico é de Rui Tavares in Público de hoje.
sábado, 17 de setembro de 2011
SIT evoca José da Silva Ribeiro
José Ribeiro com a farda de gala do Exº. Português
A SIT de algum modo fazendo eco do sentimento da população da terra do Limonete, recorda José da Silva Ribeiro, indo comemorar a data do seu falecimento, 13 de Setembro de 1986, hoje pelas 21H30, com um programa em que tomam parte os alunos do Grupo de Teatro da Escola da Escola João de Barros e o Coral Cantigas de Tavarede.
Homem de teatro, jornalista, democrata, opositor à ditadura, desde sempre preocupado com a educação e cultura dos seus conterrâneos, a sua obra, a todos os títulos meritória, pode ser aqui vista e respigada por quem o conheceu de perto.
Mas, nesta data, em que os valores tão caros aos portugueses de antanho e não só, são postos em causa, há uma faceta de José Ribeiro que não é despiciendo realçar. É que José Ribeiro, sendo um dos maiores expoentes da cultura de Tavarede do seu tempo, não deixou de ser também,um grande patriota. É precisamente isso que podemos ver no texto que se segue, da autoria de Vitor Medina:
“Entretanto, José Ribeiro que assentara praça no Regimento de Infantaria 28, na Figueira, é mobilizado para a guerra, sendo integrado, com o posto de sargento, no batalhão expedicionário para Moçambique, onde permaneceu até ao final da guerra, regressando em 1919. O seu amor à colectividade era tal que, no momento em que se despedia para ir para África, gritou aos amigos: “É preciso que não esmoreçam. Levem a nossa Sociedade como até aqui a temos levado, "que eu vou cumprir o meu dever”.
Também lá estarei a comemorar a efeméride, integrado no Coral Cantigas de Tavarede, não a dar-lhe os parabéns, porque não se felicita ninguém por ter morrido, mas a dizer, em espírito e verdade: OBRIGADO Mestre José Ribeiro; OBRIGADO pela Sua Obra que é o orgulho de todos os Tavaredenses de boa memória.
A frase
"O poder em Portugal compara-se ao xerife de Nottingham: rouba aos pobres para dar aos ricos"
Paulo Guerra: In D. Económico
Paulo Guerra: In D. Económico
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
O Acordo Ortográfico segundo um brasileiro
Apesar de algumas palavras menos ortodoxas que não menos apropriadas
Via: "Sempre Jovens"
terça-feira, 13 de setembro de 2011
Miss Universo 2011 é Angolana
"Leila Lopes, Miss Angola 2011, foi eleita nesta segunda-feira, 12, a Miss Universo 2011, em cerimônia realizada no Credicard Hall, em São Paulo, com transmissão da Band. Leila Lopes venceu o Miss Universo por ser linda, simpática e carismática. Portanto, caro leitor, a mulher mais bonita do mundo é Leila Lopes, Miss Angola e Miss Universo 2011. Ao receber a coroa e a faixa de Miss, Leila Lopes declarou: "Eu sou mesmo a Miss Universo? Sim, eu sou! Estou muito orgulhosa de ser a mulher mais bonita do mundo. Eu agradeço a todo o carinho do povo brasileiro, ao povo angolano e a todas as pessoas dos outros países que também torceram por mim".
Angola que teve sempre mulheres bonitas com um feeling muito característico, muito especial; terra que foi palco de alguns dos anos mais transcendentes da minha vida e onde nasceram os meus filhos, tem pela primeira vez na sua história uma Miss Universo: Leila Lopes natural de Benguela. Por isso não posso deixar de fazer aqui esta nota.
Leila Lopes disse que tem orgulho em ser eleita “a mulher mais bonita do mundo". E tem razão: ela é mesmo linda!
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Taxas e protecção civil
Ainda a propósito das novas taxas para a Protecção Civil, parece que nem todas as entidades ligadas ao sector, afinam pelo mesmo diapasão. Isto mesmo é o que podemos comprovar com a tomada de posição sobre o assunto de Jaime Soares:
“As populações não estão em condições de pagar mais taxas, disse o vice-presidente da Associação nacional de Municípios Portugueses responsável pela área da protecção civil, Jaime Soares.”- JN.
Ver mais aqui.
Cá no burgo temos alguns responsáveis que querem resolver o assunto criando um novo encargo para os munícipes. Diz-se mesmo que está a ser feito um estudo para o efeito e que dificilmente a solução será outra.
Como é que a nova taxa irá ser aplicada e com que fundamento é que não se sabe mas, como protecção civil, águas e fogo está tudo relacionado, não nos admira que apareça mais uma taxa na factura da água que, inevitável e paradoxalmente, irá ajudar a queimar os já magros bolsos da população do concelho.
“As populações não estão em condições de pagar mais taxas, disse o vice-presidente da Associação nacional de Municípios Portugueses responsável pela área da protecção civil, Jaime Soares.”- JN.
Ver mais aqui.
Cá no burgo temos alguns responsáveis que querem resolver o assunto criando um novo encargo para os munícipes. Diz-se mesmo que está a ser feito um estudo para o efeito e que dificilmente a solução será outra.
Como é que a nova taxa irá ser aplicada e com que fundamento é que não se sabe mas, como protecção civil, águas e fogo está tudo relacionado, não nos admira que apareça mais uma taxa na factura da água que, inevitável e paradoxalmente, irá ajudar a queimar os já magros bolsos da população do concelho.
domingo, 11 de setembro de 2011
Reflexão
Nunca desvalorizes ninguém...
Guarda cada pessoa perto do teu coração...
Porque um dia podes acordar...
E perceber que perdeste um diamante....
Enquanto estavas muito ocupado(a) coleccionando pedras.
Por falar em pedras...
...lembrei-me agora daquele poema lindíssimo de Fernando Pessoa que não resisto a enviar novamente (e devia ser lido todos os dias... e em voz alta, para o "ouvirmos" melhor!):
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,
mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...
(Fernando Pessoa)
Nota: Recebido por mail
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Poderes estranhos
Com o título: “O moderno capitalismo selvagem”, Francisco Sarsfield Cabral, a determinada altura, diz no semanário SOL de hoje o seguinte:
“Diz-se que reclamar contra os vencimentos fabulosos dos gestores empresariais revela inveja. Talvez, mas está em jogo algo mais importante. Em particular numa altura em que tanta gente mal ganha para comer, em parte devido a loucuras do sector financeiro ditadas por um espírito de ganância, é uma questão de elementar decência. E não é irrelevante para a saúde da nossa sociedade a machadada na coesão social que representam certos vencimentos milionários, impensáveis no tempo do clássico capitalismo selvagem”...
Henry Ford afirmou que "o melhor uso do capital não é fazer dinheiro, mas sim fazer dinheiro para melhorar a vida.” Este conceito poder-se-ia chamar de capitalismo de rosto humano do qual, ao que parece, estamos a milhões de anos-luz. Tivemos o tempo clássico do capitalismo selvagem, mas o que retiramos das afirmações do articulista do SOL é que em determinados aspectos o actual capitalismo ultrapassou aquele em selvajaria. Sublinhemos o que ele diz:
- sector financeiro louco
- espírito de ganância
- sociedade doente
- coesão social em perigo
Na realidade “está em jogo algo mais importante” e, se assim é, se este capitalismo moderno ultrapassou ou está à beira de ultrapassar tudo o que conhecemos em termos de ganância ou de selvajaria, que projecto ou que poderes estranhos e iníquos são estes que nos querem subjugar?
“Diz-se que reclamar contra os vencimentos fabulosos dos gestores empresariais revela inveja. Talvez, mas está em jogo algo mais importante. Em particular numa altura em que tanta gente mal ganha para comer, em parte devido a loucuras do sector financeiro ditadas por um espírito de ganância, é uma questão de elementar decência. E não é irrelevante para a saúde da nossa sociedade a machadada na coesão social que representam certos vencimentos milionários, impensáveis no tempo do clássico capitalismo selvagem”...
Henry Ford afirmou que "o melhor uso do capital não é fazer dinheiro, mas sim fazer dinheiro para melhorar a vida.” Este conceito poder-se-ia chamar de capitalismo de rosto humano do qual, ao que parece, estamos a milhões de anos-luz. Tivemos o tempo clássico do capitalismo selvagem, mas o que retiramos das afirmações do articulista do SOL é que em determinados aspectos o actual capitalismo ultrapassou aquele em selvajaria. Sublinhemos o que ele diz:
- sector financeiro louco
- espírito de ganância
- sociedade doente
- coesão social em perigo
Na realidade “está em jogo algo mais importante” e, se assim é, se este capitalismo moderno ultrapassou ou está à beira de ultrapassar tudo o que conhecemos em termos de ganância ou de selvajaria, que projecto ou que poderes estranhos e iníquos são estes que nos querem subjugar?
Amigos
"Quem se vangloria de ter conquistado uma multidão de amigos nunca teve um."
- Coleridge , Samuel
- Coleridge , Samuel
terça-feira, 6 de setembro de 2011
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
Os Condes de Abranhos andam por aí!...
"Ordinariamente todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. É assim que há muito tempo em Portugal são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidades e por interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?"
.............................................................................................
" Hoje que tanto se fala em crise, quem não vê que, por toda a Europa, uma crise financeira está minando as nacionalidades? É disso que há-de vir a dissolução. Quando os meios faltarem e um dia se perderem as fortunas nacionais, o regime estabelecido cairá para deixar o campo livre ao novo mundo económico"
-Eça de Queiroz in "O distrito de Évora" (1867)
É quase um lugar comum citar Eça de Queiroz. Mas, nunca é demais falar de um dos maiores escritores portugueses, por razões óbvias.
Eça de Queiroz retratou muito bem os políticos do seu tempo que eram pouco diferentes dos de hoje. Eça, quase que profetizou a actual situação do País. E se ficarmos por aqui vai ser uma sorte…
Ele sabia muito bem de que massa é feita a maioria dos nossos políticos. Idealizou a figura do Conde Alípio de Abranhos (personagem política medíocre) para satirizar os governantes de então, que tinham do país uma visão limitada pelos seus próprios interesses pessoais e de camarilha. Pior do que isso, hoje, defendem-se interesses alheios…
Quase todos os partidos têm o seu Conde de Abranhos. Não nos admiremos, pois, que os portugueses desconfiem cada vez mais dos actuais Abranhos do poder. Eles andam por aí em todo o lado (até na blogosfera) assessorados pelos seus secretários Zagalos, cuja missão pode não ser, também, tão transparente como parece…
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" Hoje que tanto se fala em crise, quem não vê que, por toda a Europa, uma crise financeira está minando as nacionalidades? É disso que há-de vir a dissolução. Quando os meios faltarem e um dia se perderem as fortunas nacionais, o regime estabelecido cairá para deixar o campo livre ao novo mundo económico"
-Eça de Queiroz in "O distrito de Évora" (1867)
É quase um lugar comum citar Eça de Queiroz. Mas, nunca é demais falar de um dos maiores escritores portugueses, por razões óbvias.
Eça de Queiroz retratou muito bem os políticos do seu tempo que eram pouco diferentes dos de hoje. Eça, quase que profetizou a actual situação do País. E se ficarmos por aqui vai ser uma sorte…
Ele sabia muito bem de que massa é feita a maioria dos nossos políticos. Idealizou a figura do Conde Alípio de Abranhos (personagem política medíocre) para satirizar os governantes de então, que tinham do país uma visão limitada pelos seus próprios interesses pessoais e de camarilha. Pior do que isso, hoje, defendem-se interesses alheios…
Quase todos os partidos têm o seu Conde de Abranhos. Não nos admiremos, pois, que os portugueses desconfiem cada vez mais dos actuais Abranhos do poder. Eles andam por aí em todo o lado (até na blogosfera) assessorados pelos seus secretários Zagalos, cuja missão pode não ser, também, tão transparente como parece…
sábado, 3 de setembro de 2011
Os ricos, as taxas e os camelos
A propósito dos ricos e da alegada intenção, aliás já desmentida por Passos Coelho, de taxar os nossos milionários, "solidários" como estão na salvação do País, o bilionário Américo Amorim, disse esta semana, conforme refere o Expresso, que “não se considera rico e é um mero trabalhador.”
Já sabíamos que os "camelos" produzem e transportam as riquezas dos seus senhores. Mas, em face do despautério do rei da cortiça, terá de ser feita uma nova redacção e interpretação dos Evangelhos. Assim, em vez de lermos: "É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que entrar um rico no reino dos Céus” (S. Mateus 19:24), passaremos a ler, “É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que taxar os ricos em Portugal.”
Resumindo e concluindo, isto quer dizer que os pobres estão condenados a salvar o país na vaga esperança de ganhar o Céu, enquanto os Amorins e outros quejandos, à cautela, vão ganhando o Céu cá na Terra à custa dos camelos do costume.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
Visita a Campo Maior
Partimos de manhã cedo pelas 08H00, e regressámos a casa já cerca das 24h00 do mesmo dia, um pouco cansados mas plenamente satisfeitos por aquilo que nos foi dado ver naquela linda e típica terra alentejana.
A abertura oficial das Festas do Povo, que já não se realizavam há cerca de sete anos, aconteceu no pretérito dia 27 de Agosto, tendo como convidado especial o Presidente da República.
Cerca de 400 mil pessoas já passaram pelas ruas floridas de Campo Maior, apreciando um raro espectáculo de beleza que é o orgulho dos campomaiorenses.
Tivemos o prazer de contactar ao vivo o comendador Rui Nabeiro que, amavelmente, e depois de uma breve troca de palavras, acedeu a que lhe tirássemos uma foto.
Este homem de origem humilde que subiu a pulso na vida, de seu nome completo Manuel Rui Azinhais Nabeiro, que emprega mais de 50% da força produtiva do concelho em vários sectores de actividade, nomeadamente na indústria da torrefacção do café, é tido como um herói em Campo Maior e representa, para a maioria das pessoas que o conhecem, o “desagravo dos humildes sobre os poderosos”.
Fiquei com a impressão de que essa aura se justifica e lhe assenta perfeitamente. Apesar disso, e do seu sucesso na vida, continua a ser um homem de trato simples que não vira a cara a ninguém.
Em baixo algumas fotos das Festas de Campo Maior:
Estátua do comendador Rui Nabeiro
Coreto de Campo Maior; e o da Figueira onde está?
Clicar nas fotos
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