sábado, 5 de novembro de 2011

A Sabedoria da Vida


“Poucas pessoas se sentem satisfeitas. Sentimos que fomos defraudados pela vida. Esperamos mais e sentimo-nos desfavorecidos quando não obtemos o que desejamos. Somos muito semelhantes a bebés em corpos de adultos. Para ganhar mais dinheiro, ajude as pessoas a sentirem-se realizadas. Sirva-as. Estime-as. Dê-lhes mais do que elas esperam. Surpreenda-as com pequenos presentes, cartões, ou mesmo visitas.
Mostre que se interessa por elas.”

(Joe Vitale)

Ao ler este texto lembrei-me de uma história contada por um amigo meu, num recente almoço de convívio num restaurante da nossa praça, que prova como as pessoas gostam de ser servidas e estimadas. Ao relembrar alguns episódios da sua vida, contou que nos anos sessenta, ainda muito novo, com cerca de 18 anos, tirou um curso de hotelaria e começou a trabalhar na área da restauração. Foi despenseiro, trabalhou na copa e fazia de cozinheiro quando era preciso. Depois de uma breve passagem por vários estabelecimentos na área de Cascais e já com engenho e arte (tarimba) suficientes para voos mais altos, conseguiu emprego no luxuoso Hotel Fortaleza do Guincho (passe a publicidade) onde exerceu funções de chefe de mesa. Este hotel que tinha uma clientela de elite era, ao tempo, também muito frequentado pelo Corpo Diplomático com representação em Lisboa.

Com apresentação quanto baste e com um jeito natural para tratar com tão ilustres frequentadores, dizia ele, então, que era interessante verificar como funcionava o ego deles. Assim, sempre que uma dama, ou o seu acompanhante se aproximavam da mesa para se sentarem o nosso amigo acorria com passo firme e decidido a oferecer-lhes a respectiva cadeira, com um gesto elegante e respeitoso. Logo que um dos circunstantes puxava da cigarrilha ou do charuto para fumar, era exibido de imediato um isqueiro aceso pela sua mão solícita e eficiente.
É óbvio que este procedimento  empolava a importância e o orgulho das pessoas e não é nenhuma novidade. Mas era assim, com estes e outros pequenos truques e ademanes, que ele alimentava a auto estima dos clientes ganhando muito dinheiro com as suas generosas gorjetas que chegavam a ser o dobro do seu ordenado.

Fiquei a cogitar na altura se ele, às vezes, com o seu excesso de profissionalismo, não teria dado demasiado "lustro" à clientela mas, devido ao resultados obtidos e à desafogada situação de que desfruta hoje, creio que utilizou bem a sabedoria da vida.

(Clicar na foto)

Sem comentários:

Enviar um comentário

Os comentários serão publicados após análise do autor do blogue.