domingo, 30 de dezembro de 2012

Parapente - O sonho de Ícaro





Figueira da Foz, hoje às 16H00

O parapente e o paramotor (parapente + motor) estão muito divulgados na Figueira da Foz. A serra da Boa Viagem e a praia da Claridade têm excelentes condições para a prática da modalidade.
Nunca fiz parapente (gosto mais dos pés assentes na terra...), mas admiro e quase "invejo" os carolas figueirenses e não só, que todos os fins de semana, no recorte do horizonte, lá bem do alto, admiram a nossa bela cidade disfrutando paisagens que só os aventureiros, amantes dos céus e seguidores de Ícaro, conseguem ter.
Talvez um dia, tente uma aventura destas. Mas, entretanto, fico-me pelos sonhos e pela admiração...e já não é mau!... 

"Voar, voar
Subir, subir
Ir por onde for
Descer até o céu cair
Ou mudar de cor
Anjos de gás
Asas de ilusão
E um sonho audaz
Feito um balão..."


Bom Ano para os amantes da modalidade.

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sábado, 29 de dezembro de 2012

Suspensão do acordo ortográfico




"Presidente do Centro Cultural de Belém defende uma renegociação com os restantes países e diz ser “delirante” manter acordo quando o Brasil o empurrou mais três anos."-Ver mais aqui.

Vasco Graça Moura tem sido um dos mais sensatos e coerentes críticos do acordo ortográfico. Honra lhe seja feita. O actual (des) acordo é bem o símbolo de um Portugal à deriva e à procura da sua identidade, cada vez mais perdida, por culpa de políticos menores que  têm vendido o País por um prato de lentilhas.

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

O impostor e a verdade

"A nossa vontade é de mentira."

A frase acima é de Pedro Lomba que, no Público de hoje, se refere ao falso consultor do Banco Mundial e funcionário da ONU de seu nome, Artur Baptista da Silva que foi estrela candente na comunicação social nos últimos dias. Brilhou (enganou) em conferências de imprensa, na SIC, TSF e no Expresso, jornalistas tidos por experts dos media nacional. Apontou  o dedo a alguns políticos e criticou erros do actual Governo.  Afirmou que a dívida pública deve ser negociada para o país não ficar de joelhos dentro de pouco tempo.

O impostor, falou verdade, mas utilizou métodos errados para se fazer ouvir e, como todas as estrelas candentes, caíu. Já o querem prender.

Afinal, "A nossa vontade é de mentira", porque há cerca de trinta anos que os mesmos políticos nos mentem, votamos neles e ninguém os prende...

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Tempo de Natal






Estamos em tempo de Natal.

Vivemos uma época de angústia, provocada por uma crise que afecta implacavelmente os cidadãos de menores recursos. O conceito de Pátria e os valores da família estão a ser postos em causa. Campeia o "arrivismo" político e a falta de pudor e sensibilidade social de que alguns governantes são bem o exemplo.
 
Os percalços e as bofetadas da vida, fustigam cada vez mais os portugueses, pese embora serem dignos de melhor sorte e de maior respeito por parte dos poderes constituídos. Mas, com o advento do Natal, na sociedade portuguesa, tradicionalmente cristã, surge quase sempre uma renovada esperança em dias melhores. Dentro desse espírito e na prossecução de tal objectivo, desejo aos leitores do LIMONETE um FELIZ NATAL e um BOM ANO NOVO e  não desistam de renovar essa esperança, nem deixem de travar um bom combate por uma vida melhor e por um Portugal mais justo e solidário.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Lição à Alemanha


A adesão de Portugal à UE resultou nalguns benefícios para o País, mas levou ao abandono ou regressão do nosso processo produtivo em áreas fundamentais, tais como a agricultura, as pescas, a construção  e reparação navais, etc. Não sei se teria de ser assim, mas esta política da UE tem sido perversa para os pequenos países. Aliás, como o atestam a falta de crescimento da nossa economia e o nosso brutal endividamento  que obriga o actual governo às privatizações, eufemismo de "venda a retalho do País", do que resta de áreas estratégicas nacionais aos interesses estrangeiros, como se diz por aí.
É óbvio que a maior culpa da situação em que o País se encontra se deve a políticas erradas, aos procedimentos movidos por interesses e conluios partidários de alguns dos nossos "bem-pensantes" políticos, que levaram aos compromissos com a troika e à nossa dependência do BCE e FMI.  Mas a austeridade e a falta de solidariedade é um erro que pode fazer sair Portugal da UE. A liderança da Alemanha e a sua potencial e antiga pretensão hegemónica, fazem desconfiar, também, alguns dos seus  parceiros europeus que poderão seguir o mesmo caminho, pondo fim, deste modo, ao tão decantado projecto da união europeia.
Disso mesmo falou Helmut Schmidt no seu discurso no congresso do SPD em 4 de Dezembro de 2011 em Berlim, que é uma extraordinária "Lição à Alemanha" e que pode ser lido aqui.


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Que outro rumo para Portugal?




Com as devidas adaptações ao caso português, a tese de Garcia Pereira não anda muito longe do caso da Islândia. E as soluções têm de ser equacionadas na previsão de que o país, num futuro muito próximo, poderá ter de abandonar a UE  que, com a sua política ultraliberal e capitalista, só agrava a crise portuguesa e a vergonhosa dependência em que nos encontramos.

Ver mais aqui.

"Mesmo que não se partilhe dos ideais do advogado Garcia Pereira, vale a pena dar atenção à sua postura, séria convicta e honesta e, depois, tirarmos as nossas conclusões. A solução exposta apresenta racionalidade".
Sacado daqui.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Ficar sem anéis e sem dedos




"Em Setembro de 2011, Miguel Relvas encontrou-se com Gérman Efromovich para falar da privatização da TAP. Em Novembro do mesmo ano, as empresas ligadas a José Dirceu, condenado pelos crimes de formação de quadrilha e corrupção activa, vieram a Lisboa preparar a entrada do empresário na mais emblemática empresa portuguesa.

(...) A 19/02/2012, o ministro explicou ao PÚBLICO: "Mantenho uma relação de amizade" com José Dirceu "que data de 2004, apesar de já não o ver há cerca de um ano."

No Público de hoje, edição impressa (o título do post é nosso) podem-se ler três páginas sobre a privatização da TAP. Vem lá tudo ou quase tudo... "é uma grande confusão" como disse " um alto responsável que acompanha a privatização".

A TAP não pertence ao Governo, pertence ao Estado e para nós, cidadãos, a grande confusão, são os contornos do negócio e as notícias do envolvimento de certos "figurões" na privatização de mais uma empresa estratégica em tempo de crise.

Ficar  sem a TAP, sem anéis e, pior do que isso, sem dedos é os que nos espera.

 

 












quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Crise e globalização


A crise portuguesa é resultado da "incapacidade de Portugal de se adaptar às tendências económicas globais", disse hoje o chefe de missão do Fundo Monetário Internacional (FMI), Abebe Aemro Selassie.

Talvez ele tenha razão, mas só em parte. Em primeiro lugar porque os problemas do nosso País devem-se aos interesses domésticos e de grupo dos nossos actuais governantes. Segundo porque a globalização não é, de todo, nenhuma novidade para os portugueses. E digo isto por que, há tempo, li o livro A Primeira Aldeia Global (Como Portugal mudou o Mundo) do escritor inglês Martin Page, que diz, detalhadamente, serem os portugueses a darem os primeiros passos no sentido da globalização. Pode ler-se no início do referido livro o seguinte:

“Após a conquista de Lisboa, pelos Normandos, o novo Portugal levou Veneza à bancarrota e tornou-se a nação mais rica da Europa. Antes der ser eleito Papa, com o nome de João XXI, Pedro Hispano, nascido em Lisboa, escreveu um dos primeiros compêndios modernos sobre Medicina que, um século mais tarde, era livro de consulta obrigatória em quase toda a Europa. Os portugueses levaram as túlipas, os chocolates e os diamantes para a Holanda, introduziram na Inglaterra, o hábito do chá das cinco e deram a Bombaim a chave do Império. Ensinaram África a proteger-se contra a malária e levaram carregamentos de escravos para a América. Introduziram na Índia o ensino superior, o caril e as chamuças e, no japão, a tempera e as armas de fogo.”

Ao ler este texto não podemos deixar de sentir uma certa auto-estima e orgulho de ser português, por um lado e, por outro, sentir desgosto pela situação de crise e dependência em que nos encontramos hoje. E como foi isto possível? A esta pergunta há que dar uma resposta despretensiosa e sucinta:

O assalto ao poder de alguma classe política,  pesporrente, pós 25 de Abril (este feito com boas intenções) com interesses que não eram os de Portugal; a falta de uma estratégia credível para enfrentar os novos desafios decorrentes da descolonização  (fim do "Mundo GlobalPortuguês"); a incompetência de muitos, aliados à corrupção nacional subsequente, com graves culpas para as elites que nos têm governado neste últimos vinte anos, deram origem a uma dívida pública de mais de 190 mil milhões de euros (a terceira mais elevada da Europa).
Como resolver isto?

1-Primado da Justiça:
É imperativo chamar à responsabilidade quem desbaratou os dinheiros públicos, ir buscar o dinheiro a quem o esbulhou e meter na prisão os culpados.

2-Nenhum agricultor lança sementes novas, em terras alheias:
É necessário criar condições e empregos aos novos valores e inteligências que há no país e não incentivá-los a emigrar como se tem feito, o que é um sinal de desnorte e de incapacidade de quem o faz:

3-Ninguém põe vinho novo em odres velhos:

É preciso criar novas políticas e dar oportunidade a novos políticos não comprometidos com a actual situação. Para tanto, urge apear dos lugares de responsabilidades todos os que têm culpas do actual descalabro do país, por muita consideração que alguns deles nos possam merecer por razões institucionais. Não podemos continuar a ser ingénuos ao ponto de  acreditar que os mesmos que puseram Portugal de joelhos é que vão resolver a situação, sem o agravamento brutal das condições de vida do povo já de si precárias.
Se esta ou qualquer outra accção não for feita, vai ser muito difícil sair da crise com alguma dignidade e alento para enfrentarmos os problemas da  nova globalização da qual, hoje, somos vítimas e não autores.


Nota: Porque poderia ficar a ideia de que sou adepto da globalização (não sou) fiz uma pequena correcção na parte final do último parágrafo. 
 

 

 

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Portugal deve ter as mesmas condições que a Grécia para pagar a dívida?

"Não sei se deve ou não ter as mesmas condições que a Grécia. O que eu sei é que as condições colocadas a Portugal são insustentáveis. Basta dizer que pagamos em juros, por ano, mais do que gastamos com a saúde. Naturalmente, as condições devem ser negociadas, uma vez que assim não vamos salvar o País. É preciso reduzir as comissões que ganham quem nos empresta o dinheiro. Não me parece correcto que a Alemanha se financie a juros negativos e depois nos cobre a três ou a mais por cento. Com a nossa economia a afundar-se, é impossível pagarmos a dívida. São precisas novas condições, podem ser as gregas ou outras."
-Eugénio Rosa, economista, in O Diabo.


A Alemanha sabe muito bem o que quer. Baseou a sua reconstrução pós guerra, num modelo económico virado para a exportação o que tem feito com grande êxito. Exporta para tudo o que é sítio e em especial para os países do mercado europeu que aceitaram destruir o seu processo produtivo, deslumbrados com os euros que vieram da EU.  É hoje o motor da Europa e não quer perder esse estatuto e, muito menos, abrir os cordões à bolsa, ou ser menos usurária. Pode estar de acordo com a negociação da dívida da Grécia ou mesmo perdoá-la, talvez porque existem razões  históricas (antiga dívida de guerra) ou  outras para o fazer. Connosco não vai acontecer isso, como já o afirmou a srª. Merkel. E é pouco provável que ela mude de opinião ou influencie os directórios europeus nesse sentido. Ela sabe bem porquê…
Em tempo:
Em face das perspectivas sombrias que estão mais que desenhadas para o nosso país, muito por nossa culpa, o que é que nos espera?


segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Eles riem-se mas não nos alegram...


Justificam-se estes sorrisos rasgados ao comemorarem o prémio Nobel da Paz atribuído à União Europeia? Com uma  Europa em crise, onde existe fome, onde se privilegiam os interesses do grande capital que põe em causa a soberania dos pequenos países e empobrece cada vez mais os seus cidadãos, não se justificam.
O prémio Nobel da Paz para uma Europa desigual, onde germinam já sementes de revolta de cidadãos  europeus, vítimas de uma guerra surda, provocam sim, gargalhadas a outros políticos, com perspectivas diferentes e certamente  bem mais realistas: 

"Nigel Farage (União para a Europa das Nações, Reino Unido) confessa ter começado ás gargalhadas assim que soube que o Nobel tinha sido atribuído à UE: "É uma anedota gigante. A UE ajudou a criar pobreza e desemprego que afectam milhões de pessoas e que está a agravar os problemas de violência no Sul da Europa e a aumentar o sentimento de antipatia nos países do Norte em relação aos resgates financeiros." Para eurodeputado inglês, esta decisão é um sinal de descrédito do Prémio Nobel da Paz e do Comité que o atribuiu."

Foto sacada daqui

domingo, 9 de dezembro de 2012

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

De acordo ortográfico a "ortopédico"

"O Governo brasileiro prepara um decreto presidencial para adiar a vigência obrigatória do Novo Acordo Ortográfico, em três anos, para janeiro de 2016, afirma o senador Cyro Miranda..."

"O acordo [ortográfico] está muito confuso. Acredito que tanto Portugal como o Brasil vão pedir para que ele seja revisto", disse o senador à Lusa.

Angola também adiou a data da vigência do acordo por entenderem que o mesmo tem de ser revisto. De resto os angolanos já deram provas de que são ser maiores defensores da língua portuguesa de que os próprios portugueses.

Com as minhas limitações, e como me é possível fazê-lo, também não defendo o actual acordo, tal como faço aqui, que prevê algumas alterações  no mínimo bizarras. Há já quem diga que deveria  chamar-se "acordo ortopédico" e não ortográfico, tais são os entorses com que nasceu à partida. Mas, até neste particular, parece líquido que os interesses mandam mais que o bom senso que deveria haver na defesa da língua de Camões.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Não há plano contra a corrupção

"Não há uma visão conjunta do que é preciso fazer para prevenir e combater a corrupção, não há meios adequados e as nossas instâncias, tribunais funcionam muito mal", afirmou João Cravinho à agência Lusa, comentando assim o facto de Portugal estar em 33.º lugar entre 176 países, no relatório anual da agência Transparency International."

E mesmo que haja plano e meios adequados para combater a corrupção quem nos garante que vão funcionar? Os interesses combatem-se a si próprios? Mudem-se as mentalidades e a vontade e o resto vem por acréscimo.

Os privados e a Escola Pública

"Os privados a encherem-se e a Escola Pública a perder alunos"



Dói até à alma ver isto, o que de resto "muitos de nós já sabíamos ou desconfiávamos", como diz o blogue conterrâneo Outramargem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Alexandre Herculano e a política


"A história política é uma série de desconchavos, de torpezas, de inépcias, de incoerências indesculpáveis; ligadas contudo por um pensamento constante, o de enriquecerem os chefes de partido! Ideias, não se encontram em toda essa história senão as que esses homens beberam nos livros franceses mais vulgares e banais. Hoje achá-los-eis progressistas, amanhã reaccionários; hoje conservadores, amanhã reformadores; olhai, porém, com atenção e encontrá-los-eis sempre nulos."
(Alexandre Herculano – 1851)

Alexandre Herculano nasceu em 1810 e faleceu em 1877. Foi militar, escritor, o nosso melhor historiador e considerado o maior português do séc. XIX
O que Alexandre Herculano diz sobre a história política e os chefes dos partidos do seu tempo não deixa de ser verdade ainda hoje, com a agravante do compadrio e da fúria das nomeações dos jobs for the boys  da cor que tudo secam à sua volta. Mas, talvez tivesse pecado por excesso na questão do enriquecimento dos "chefes de partido". Não haveria nenhum sério no tempo dele? Hoje sabemos que alguns políticos da nossa história recente, serviram o país sem que tivessem em mente enriquecerem. E, de facto, tal aconteceu. Um deles, apesar de ser ditador, faleceu pobre, há cerca de 42 anos. Um outro, militar, democrata e prestigiado Presidente da República pós 25 de Abril, cumpriu com o seu dever de governante, sem pensar no vil metal. Antes pelo contrário, recusou receber honorários e honrarias a que legitimamente tinha direito. Honra lhe seja feita.

 Ainda está vivo e entre nós, felizmente!...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Figueira sem iluminação de Natal



(...) "ainda não vai ser este ano que o espírito natalício vai ser iluminado nas principais artérias comerciais da cidade como acontecia até a austeridade municipal e nacional se ter instalado. Sozinhos, “os comerciantes e a ACIFF não têm capacidade financeira” para suportar a iluminação de Natal."-In Diário das Beiras.

Por várias razões e mais esta, este vai ser mais um Natal do nosso descontentamento nesta nossa linda cidade da Figueira da Foz. 

sábado, 1 de dezembro de 2012

A frase do dia



"O maquiavelismo amador e torpe em que se educou (o PSD) persistiu e continua a persistir no meio do desastre português." - VPV-in Público de hoje.

Nota: itálico meu.
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Restauração de Portugal



A comemoração do feriado do 1ºde Dezembro (Dia da Restauração) será feita este ano pela última vez, a menos que haja um volte face nas intenções do Governo. Existe uma petição pública nesse sentido que tem tido uma grande adesão.

Não concordo com a eliminação deste feriado, como já dei conta aqui, nem com o da implantação da República.

"Não por acaso, o Governo das direitas extinguiu dois feriados republicanos: o 5 de Outubro, data da instauração da República, o 1º de Dezembro, data da Restauração da Independência que não serão comemorados a partir de 2013...

Tudo isto é irrelevante para quem exerce a sua violência simbólica. É uma direita que choca pela sua falta de cultura e pela absorção acrítica de maneirismos e preconceitos de algumas instituições e dirigentes políticos estrangeiros, aplicando receitas brutais que estão a desestruturar as nossas relações e económicas. Este Governo está a fazê-lo, para além de tudo o mais, com um discurso impassível que reduz a complexidade do país a meia dúzia de lugares-comuns e que está assente numa chocante duplicidade.

Perceber o exercício da violência simbólica é o primeiro passo para nos defendermos desta humilhação."

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Declaração de amor à língua portuguesa

"Vou chumbar a Língua Portuguesa, quase toda a turma vai chumbar, mas a gente está tão farta que já nem se importa. As aulas de português são um massacre. A professora? Coitada, até é simpática, o que a mandam ensinar é que não se aguenta. Por exemplo, isto: No ano passado, quando se dizia «ele está em casa»,«em casa» era o complemento circunstancial de lugar. Agora é o predicativo do sujeito.«O Quim está na retrete»: «na retrete» é o predicativo do sujeito, tal e qual como se disséssemos «ela é bonita». Bonita é uma característica dela, mas «na retrete» é característica dele? Meu Deus, a setôra também acha que não, mas passou a predicativo do sujeito, e agora o Quim que se dane, com a retrete colada ao rabo.
No ano passado havia complementos circunstanciais de tempo, modo, lugar etc., conforme se precisava. Mas agora desapareceram e só há o desgraçado de um «complemento oblíquo». Julgávamos que era o simplex a funcionar: Pronto, é tudo «complemento oblíquo», já está. Simples, não é? Mas qual, não há simplex nenhum, o que há é um complicómetro a complicar tudo de uma ponta a outra: há por exemplo verbos transitivos directos e indirectos, ou directos e indirectos ao mesmo tempo, há verbos de estado e verbos de evento, e os verbos de evento podem ser instantâneos ou prolongados, almoçar por exemplo é um verbo de evento prolongado (um bom almoço deve ter aperitivos, vários pratos e muitas sobremesas). E há verbos epistémicos, perceptivos, psicológicos e outros, há o tema e o rema, e deve haver coerência e relevância do tema com o rema; há o determinante e o modificador, o determinante possessivo pode ocorrer no modificador apositivo e as locuções coordenativas podem ocorrer em locuções contínuas correlativas. Estão a ver? E isto é só o princípio. Se eu disser: Algumas árvores secaram, «algumas» é um quantificativo existencial, e a progressão temática de um texto pode ocorrer pela conversão do rema em tema do enunciado seguinte e assim sucessivamente.
No ano passado se disséssemos «O Zé não foi ao Porto», era uma frase declarativa negativa. Agora a predicação apresenta um elemento de polaridade, e o enunciado é de polaridade negativa.
No ano passado, se disséssemos«A rapariga entrou em casa. Abriu a janela», o sujeito de «abriu a janela» era ela, subentendido. Agora o sujeito é nulo. Porquê, se sabemos que continua a ser ela? Que aconteceu à pobre da rapariga? Evaporou-se no espaço?
A professora também anda aflita. Pelo vistos no ano passado ensinou coisas erradas, mas não foi culpa dela se agora mudaram tudo, embora a autora da gramática deste ano seja a mesma que fez a gramática do ano passado. Mas quem faz as gramáticas pode dizer ou desdizer o que quiser, quem chumba nos exames somos nós. É uma chatice. Ainda só estou no sétimo ano, sou bom aluno em tudo excepto em português, que odeio, vou ser cientista e astronauta, e tenho de gramar até ao 12º estas coisas que me recuso a aprender, porque as acho demasiado parvas. Por exemplo, o que acham de adjectivalização deverbal e deadjectival, pronomes com valor anafórico, catafórico ou deítico, classes e subclasses do modificador, signo linguístico, hiperonímia, hiponímia, holonímia, meronímia, modalidade epistémica, apreciativa e deôntica, discurso e interdiscurso, texto, cotexto, intertexto, hipotexto, metatatexto, prototexto, macroestruturas e microestruturas textuais, implicação e implicaturas conversacionais? Pois vou ter de decorar um dicionário inteirinho de palavrões assim. Palavrões por palavrões, eu sei dos bons, dos que ajudam a cuspir a raiva. Mas estes palavrões só são para esquecer. Dão um trabalhão e depois não servem para nada, é sempre a mesma tralha, para não dizer outra palavra (a começar por t, com 6 letras e a acabar em «ampa», isso mesmo, claro).
Mas eu estou farto. Farto até de dar erros, porque me põem na frente frases cheias deles, excepto uma, para eu escolher a que está certa. Mesmo sem querer, às vezes memorizo com os olhos o que está errado, por exemplo: haviam duas flores no jardim. Ou: a gente vamos à rua. Puseram-me erros desses na frente tantas vezes que já quase me parecem certos. Deve ser por isso que os ministros também os dizem na televisão. E também já não suporto respostas de cruzinhas, parece o totoloto. Embora às vezes até se acerte ao calhas. Livros não se lê nenhum, só nos dão notícias de jornais e reportagens, ou pedaços de novelas. Estou careca de saber o que é o lead, parem de nos chatear. Nascemos curiosos e inteligentes, mas conseguem pôr-nos a detestar ler, detestar livros, detestar tudo. As redacções também são sempre sobre temas chatos, com um certo formato e um número certo de palavras. Só agora é que estou a escrever o que me apetece, porque já sei que de qualquer maneira vou ter zero.
E pronto, que se lixe, acabei a redacção – agora parece que se escreve redação. O meu pai diz que é um disparate, e que o Brasil não tem culpa nenhuma, não nos quer impor a sua norma nem tem sentimentos de superioridade em relação a nós, só porque é grande e nós somos pequenos. A culpa é toda nossa, diz o meu pai, somos muito burros e julgamos que se escrevermos ação e redação nos tornamos logo do tamanho do Brasil, como se nos puséssemos em cima de sapatos altos. Mas, como os sapatos não são nossos nem nos servem, andamos por aí aos trambolhões, a entortar os pés e a manquejar. E é bem feita, para não sermos burros.
E agora é mesmo o fim. Vou deitar a gramática na retrete, e quando a setôra me perguntar: Ó João, onde está a tua gramática? Respondo: Está nula e subentendida na retrete, setôra, enfiei-a no predicativo do sujeito."
João Abelhudo, 8º ano, turma C (c de c…r…o, setôra, sem ofensa para si, que até é simpática).
 
(Teolinda Gersão) - sacado daqui

O banqueiro e o IMI


A subida do IMI tem gerado críticas de algumas figuras políticas de relevo, algumas das quais conotadas mesmo com o partido do governo. O aumento deste imposto que tem como base as reavaliações dos prédios urbanos chega nalguns casos a atingir 1000%.

É óbvio que existem duas razões principais para que as reavaliações sejam tidas como gravosas e injustas para uma grande parte dos cidadãos:

1-A crise do desemprego e a baixa generalizada e real de salários e pensões pela via fiscal (IRS) da maioria dos portugueses.

2-O facto de as casas se terem “desvalorizado cerca de 18%desde finais de 2006 e os imóveis valerem, hoje, menos 219 euros por metro quadrado.”

Quando se faz um aumento brutal do IMI nas condições em que é feito, à pressa, com suporte em fotografia (via big brother da Google) para cumprir prazos, precisamente quando os prédios valem menos, não pode deixar de haver reclamações. O método peca por defeito nalguns casos e por excesso noutros.

Há muito tempo que se justificava a necessidade da actualização e reavaliação do parque urbano para efeitos de cobrança do IMI, mas a urgência de se conseguirem receitas de qualquer modo para combater o défice, levou o governo, agora, a tomar medidas que, para muitos, vêm a destempo e só prejudicam, ainda mais, os cidadãos de mais fraco rendimento.

No caso em apreço do IMI, mais uma vez, “quem se lixa é o mexilhão”. E isto é tanto mais verdadeiro quanto sabemos que haverá sempre aqueles que, graças à sua riqueza, e por causa dela, terão sempre artes e meios ou “lapsos” de memória, para fugir ao pagamento das suas obrigações fiscais, tal como parece ser o caso do “distinto banqueiro” que foi notícia ontem no CM.
Nota:

-Reposição do post do  pretérito dia 27

O sacrifício

O Orçamento de Estado aprovado ontem de pé com aplausos na AR, pelos deputados da maioria, vai pôr os portugueses de joelhos sem a certeza de que o sacrifício lhes vai servir de alguma coisa e sem a garantia, sequer, de que o rumo traçado livre o país da insolvência.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Recessão e dívida pública vão continuar

 "Ao contrário do Governo e das instituições que integram a troika (Comissão Europeia, FMI e BCE), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE ) ainda não antecipa a inversão da trajectória da dívida pública nacional."

Muitas das medidas tomadas pelo governo para tirar o país do buraco em que se encontra, têm prejudicado a recuperação da economia e pagamento da dívida. Com os salários e pensões a diminuírem, o IRS, IRC e a generalidade dos impostos a aumentarem, o consumo privado retrai-se e a economia não recupera.  Os sinais da recessão são evidentes e a presunção das boas medidas para a combater, não passam disso mesmo, isto é, presunção que só a agravam, como o atesta o paulatino desmembramento do Estado Social e a triste e fria realidade dos números. Não é por acaso que as previsões da OCDE estimam um aumento da taxa de desemprego de 16,9% no próximo ano (mais de um milhão e quatrocentos mil portugueses desempregados).

Há muitos avisos de que Portugal prossegue no caminho errado para sair da crise. É urgente inverter o rumo actual, valorizar o trabalho, apostar na retoma da economia e da produção, abandonar os "orçamentos questionáveis" e as políticas contraditórias ditadas por estranhos.  A menos que haja uma intenção deliberada  de levar o país à insolvência com todas as trágicas consequências que daí resultariam para o nosso povo. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Acredita naquilo que eles fazem



Ontem foi oficialmente inaugurada a «Unidade de Internamento de Curta Duração do Serviço de Urgência” do Hospital Distrital da Figueira da Foz. Trata-se da conclusão do primeiro projecto que conta com o envolvimento e a compartição da Liga dos Amigos do Hospital. O investimento total rondou os 160 mil euros, dos quais 100 mil por parte do Hospital e o restante entregue pela Liga dos Amigos do Hospital Distrital da Figueira da Foz (LAHDFF).
Ler aqui notícia completa.

Um bom exemplo, digno dos maiores encómios,  do que as ONG podem fazer pelo país e daqueles que, com especiais responsabilidades e o seu sentido do bem público, no caso vertente, valorizam uma unidade de saúde tão importante como é o HDFF para as populações do concelho de cujos bons serviços o autor deste blogue já beneficiou algumas vezes.
Nos tempos de crise que correm é importante olhar, não para aquilo que eles dizem (os políticos) mas sim para aquilo que os cidadãos fazem.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

A troika e o FMI


“Num comunicado da missão do FMI que esteve em Portugal a propósito da análise ao abrigo do Artigo IV (uma análise profunda feita a todos os países membros do fundo de forma regular), o Fundo deixa antever a necessidade de maiores cortes na Função Pública”
“Façam aquilo que eu digo, mas não aquilo que eu faço. Enquanto a Comunidade Europeia, CE, e as instituições financeiras internacionais ditam ordens e impõem medidas de exigência e sufocação aos países europeus em crise, a própria CE não consegue aprovar o orçamento da comunidade para 2013, tornando-se mesmo implacável na redução das suas despesas e pagamentos a credores. Isto é, temos um governo europeu de uns milhares de indivíduos burocratas, que vivem num mundo acima da média, a maioria isentos de impostos dos seus honorários e benefícios, como a senhora Lagarde do FMI, e temos umas centenas de milhões de europeus que sobrevivem abaixo da média, e aos quais os primeiros exigem medidas de austeridade…”
Ler mais aqui

sábado, 17 de novembro de 2012

Passeio da "terceira juventude"



Passeio Lúdico-Cultural.


Nos dias 15 e 16 o CAS de Coimbra fez uma viagem a Lisboa que teve a participação de cerca de 30 dos seus associados.

O programa que foi cumprido integralmente, tinha como objectivo ver a Revista “Humor com Humor se paga” no Teatro Maria Vitória no Parque Mayer no dia 15 e, no dia seguinte, partir para Fátima para se fazer uma visita ao Museu de Cera.

Ás 15H30 partimos de autocarro da Figueira da Foz que já trazia os associados de Coimbra. A meio da viagem fez-se uma paragem técnica que foi aproveitada para um pequeno lanche.


Cerca das 18H30 fizemos o check-in na Residencial Florescente às Portas de Santo Antão, junto ao Coliseu dos Recreios, que alguns de nós já conhecíamos. Após um jantar muito bem servido no restaurante “Pérola”, fizemos um percurso pedonal até ao Parque Mayer para assistirmos à revista “Humor com Humor se paga”, já referida, que assinala os noventa anos de existência do Teatro Maria Vitória.
A casa estava cheia e a revista que nos foi dado ver  é uma aposta no futuro, como o diz o próprio folheto de promoção. Assistimos a muito humor, muita crítica aos políticos onde não faltou uma sátira espectacular à Srª. Merkel. Vimos um excelente grupo de dança, temas muito variados e conseguidos, muita alegria e bom gosto matizado de luz e cor de um admirável guarda-roupa. A actuação brilhante dos actores em palco fez lembrar a alguns dos espectadores da “terceira juventude”, os tempos áureos do Parque Mayer.
Acabada a soirée regressámos à Residencial onde pernoitámos. Pelas 09H00 e depois do desjejum fizemos o check-out e partimos para Fátima. Depois do almoço fomos visitar o museu de cera cujos tópicos principais podem ser vistos aqui.
Um passeio que valeu a pena pelo convívio, amizade e os bons momentos que disfrutámos.
O próximo encontro será no almoço-convívio de Natal na Base Aérea nº 5 em Monte Real no dia 14 de Dezembro.
 
  O grupo da 3ª juventude
 Residencial Florescente
 
Ao jantar
A cara metade em 1º plano
Recepcionistas da Residencial
Museu de Cera-João Paulo II
Lúcia, Paulo VI, Salazar e Cardeal Cerejeira em l967

Ainda na visita ao Museu de Cera
 
Clicar nas fotos


A Música e a Alma

Ao menos valha-nos isto: Um coelho que sabe tocar piano!

BOM FIM DE SEMANA


sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Um enorme embuste

"A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável."

Paulo Morais in: Correio da Manhã

Eles continuam a julgar-se superiores


FRANÇA E ALEMANHA À BEIRA DA RECESSÃO

"A zona euro está em morte lenta.Gaspar assume que a conjuntura põe em risco os objectivos do programa português".

Mas o velho sentimento de superioridade dos alemães continua:

"O vice-ministro do Trabalho e Assuntos Sociais alemão afirmou hoje que mil alemães trabalham por três mil gregos, afirmação que gerou revolta e incidentes graves na Grécia."

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Trabalho em luta



Situação difícil junto à AR ontem dia de greve geral. A polícia de choque teve de intervir depois de ter tentado apaziguar, sem êxito, os manifestantes que atiravam pedras e garrafas contra os elementos da ordem.
O ministro da Administração Interna em declarações feitas à comunicação social disse que meia dúzia de "profissionais da desordem e da provocação" são os culpados das cenas de violência.
Na circunstância o ministro afirmou que a CGTP não tinha culpa do que acontecera e elogiou o Corpo de Intervenção que, no seu entendimento, actuou com o maior profissionalismo.
Nestas situações o que se espera é que os trabalhadores , no exercício dos seus direitos constitucionais, e forças de segurança, no exercício da sua profissão, não excedam certos limites que piorem ainda mais a situação do país.
Com esta greve a nível Europeu, descortinamos indícios claros de que a actual crise, com a imposição da austeridade, vai continuar e agravar-se, pese embora a contestação generalizada do mundo do trabalho. 
Aumentam as legiões de desempregados e o agravamento da fome. Tal situação poderá pôr em causa o tão decantado projecto da União Europeia ou desaguar num conflito muito grave que não deixará pedra sobre pedra.
O  medo e o sentimento de insegurança do povo foi adquirido pela experiência funesta de duas guerras mundiais e lutas  por uma vida melhor. Está latente na sua matriz  e dá-lhe uma inteligência intuitiva que o defende dos seus predadores.
Para onde vai a Europa?
Será que meia dúzia de políticos das chancelarias do poder  é que estão certos e os milhões de trabalhadores em luta é que estão errados?...

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Harlem Gospel Choir no CAE

No próximo dia 8 de Dezembro (Sábado) pelas 21H30, o mais famoso grupo de gospel do mundo, vai actuar no CAE da Figueira da Foz.



(...)"Este grupo foi fundado por Allen Bailey,em l986,depois de um momento de inspiração obtido ao assistir a uma cerimónia de homenagem a Martim Luther King. O gospel tem a condição singular de ser ao mesmo tempo uma música de devoção e de celebração e por isso as actuações dos Harlem Gospel Choir são sempre exuberantes e profundamente sentidas. Foram exactamente essas aracterísticas que o presidente Obama teve em conta quando os convidou para cantar na abertura da sua campanha."

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A visita de Merkel e o "morituri te salutant"



A capa do jornal I diz hoje em caixa alta, na visita de frau Merkel a Lisboa: Avé Ângela os que vão morrer te saúdam.
Uma maneira de dizer que a chanceler alemã não é benquista, demasiado violenta e que não corresponde à verdade. Primeiro, porque uma Nação com 900 anos de história  ou os portugueses não vão morrer como alguns pensam ou pretendem. Segundo, porque embora a sua visita não seja do nosso agrado, pelas razões que lhe estão  subjacentes, devemos saber receber e guardar a nossa revolta e descontentamento para os políticos domésticos que  levaram o país à situação de dependência em que se encontra.

sábado, 10 de novembro de 2012

A culpa das revoltas é de quem?

Não é com a austeridade nem com os mesmos quem nos levaram ao descalabro que vamos sair da crise.
Nas actuais circunstâncias de crise e de indigência quase generalizada, é mais que evidente que tem de haver uma mudança em Portugal, feita com o envolvimento dos cidadãos. Não uma refundação, com a qual se pretende fazer, veladamente, mais ataques ao Estado social, mas sim uma acção concertada de gente de bem e de verdadeiros patriotas, com o apoio do povo, a quem se pretende tirar ainda mais, para se pagar o que outros esbulharam.

Há tentativas para explicar o actual descalabro com a crise europeia, mas esta não explica tudo o que de mau se fez nos últimos anos em Portugal, nomeadamente com o que se fez com grande parte dos fundos comunitários que levaram descaminho ou foram mal aplicados ou com os dinheiros do BPN (e outros) nacionalizado à pressa por força de interesses subterrâneos ou mal explicados por razões óbvias.
Essa acção concertada, terá de ser feita, contra os interesses da partidarite e privilégios de alguns políticos corruptos e incompetentes, coniventes com o esquema obscuro da banca e alta finança, na defesa dos interesses de todos os portugueses. Para isso torna-se necessário responsabilizar quem roubou o país e as instituições, ir buscar o dinheiro onde ele estiver e meter na prisão os culpados, sem o que nenhum governo jamais se conseguirá impor à consideração dos cidadãos.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

S. Martinho em Tavarede



Como é da tradição nesta época, têm lugar as comemorações de S. Martinho que, na presente edição, se realizam de 10 a 18 de Novembro na Vila de Tavarede.
Este é o 54º Aniversário das Festividades e Tavarede espera-vos em FESTA. 
O ponto alto das festividades é no Domingo dia 18 com as seguintes actividades:

14H30 Missa Solene e Sermão.
15H30 Grandiosa PROCISSÃO DE S. MARTINHO abrilhantada pele Tuna de Tavarede.
16H30 Continuação do Leilão de Oferendas.

(Clicar no programa acima)


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

domingo, 4 de novembro de 2012

Visita ao Festival de Enguias



Conjunto Sol e Vento

Diz-se que uma mulher de Lavos serviu um caldo de frango ao general Arthur Wellesley, que vinha doente quando desembarcou com as suas tropas nas praias da Figueira na remota data de 1 de Agosto de 1808. O general e futuro duque de Wellington, revigorou com o caldo (hoje sopa do duque) e ficou apto para combater os invasores franceses.

Hoje, também uma mulher de Lavos (D.Aldina) serviu uma bela caldeirada e ensopado de enguias a um casal "plebeu", seu amigo, que após degustar o excelente prato (ou pratos?) saíu também revigorado do seu restaurante e bem disposto.
Escusado será dizer que para esta boa disposição contribui também a actuação ao vivo do conjunto "Sol e Vento" do Sport Clube de Lavos.

Se o Festival de Enguias dos Armazéns de Lavos na sua 5ª edição merece uma visita, e merece certamente, apareça. Esta também é uma forma de combater a crise que se abate sobre a restauração e a gastronomia popular do concelho figueirense.

(Clicar na foto)

sábado, 3 de novembro de 2012

Se alguém encontrar D. Sebastião por aí...



Com o título “Falta um salvador”, VPV no Público de hoje, escreve sobre o silêncio do PR:

“O dr. Cavaco Silva…desapareceu. Os jornais não falam nele. Anda calado que nem um rato e escondido atrás de uma cortina… Já se demitiu sem ninguém saber? Emigrou? Caiu num poço? É um grande mistério. Por assim dizer, um mistério histórico.
Um facto é certo: Portugal elegeu um senhor magrinho para resolver os sarilhos da pátria e, agora que precisa dele, ele não está cá…

Isto inquieta sobretudo o número crescente de políticos que lhe pedem com fervor a demissão do governo e a nomeação de outro igualzinho ao de Itália. De um governo que fosse e não fosse de “iniciativa presidencial”…
Consta que em Itália o sr. Monti fabricou um governo desses e que pela Itália inteira só se ouvem gritos de alegria. Mas, por azar, o sr. Monti, sendo Italiano, não pode vir salvar Portugal…

Quem irá então ajudar os portugueses nesta aflição?... Se alguém encontrar D. Sebastião numa manhã de nevoeiro, por favor escreva para este jornal.”

Enquanto cidadão preocupado "com os sarilhos da pátria", também não entendo o "desaparecimento" do dr. Cavaco Silva. Mas, depois de ler bem o texto acima, não se pode excluir a sua queda num poço, como suspeita o articulista .

Já foram ver no poço de Boliqueime?

A Música e a Alma

BOM FIM DE SEMANA


"Uma bela voz e uma boa interpretação da soprano Suzan Erens com uma excelente harmonia da orquestra. Um senão para o executante do pífaro que creio pecar por algumas notas excessivamente agudas."

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

As raposas e o galinheiro


Chamar o FMI e o Banco Mundial para cortar na despesa e no Estado Social,  é a mesma coisa que trazer as raposas para guardar o galinheiro.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Sair do euro ou nâo, eis a questão



O "capitão de Abril" Vasco Lourenço considera que uma guerra na Europa é inevitável, se esta se continuar a "esfrangalhar", e defende a rápida saída de Portugal do Euro, preferencialmente em conjunto com outros países na mesma situação."

Sair do euro e voltar ao Escudo, sem abandonar a UE, não vai ser fácil. Vai exigir sacrifícios, um novo e competetente naipe de governantes  que tenha em vista a defesa intrasigente dos interesses de Portugal,  mas tem as suas vantagens. É um problema que tem de ser equacionado e resolvido para um futuro que pode não estar muito longe.

Na realidade, a saída de Portugal do euro é um dos caminhos possíveis apontados hoje por Vasco Lourenço, para não continuarmos a ser cozidos em lume brando pelas políticas neo-liberais da Europa que têm a "assinatura" e quase o exclusivo proveito da Alemanha da Srª Merkel.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A frase do banqueiro


 “Os portugueses não aguentam mais austeridade? Ai aguentam, aguentam. Os gregos estão vivos, partem umas montras mas estão lá”…

Vi ouvi isto no telejornal da SIC.

O banqueiro Ulrich não é mais responsável que a maioria dos portugueses, mas ele quer fazer crer que essa, a responsabilidade, é uma prorrogativa do capital.

Sabemos que não é assim. E é despiciendo falar da irresponsabilidade dos banqueiros do BPN e afins que contribuíram para o descalabro da dívida que temos de pagar.

A  jactância, a maneira fria, mesmo cínica, como falou hoje, é própria de quem fala com a barriga cheia e prefigura um ajuste de contas com os descamisados deste país que um dia sonharam com um Portugal melhor.

Pobres em Portugal são mais de três milhões

Há mais de três milhões de pobres no país e o número dos sem-abrigo tem aumentado....


..."Temos que admitir, que muitos dos países em crise, foram aliciados com benefícios, à entrada na Comunidade Europeia e à aderência à moeda única. Viram as vantagens da integração num sistema de moeda única, como que uma demais valia para um futuro mais benéfico. Mas como tudo na vida, há desvantagens ou efeitos contrários, a que os governos nunca deram devida atenção e dos quais estão acabando vítimas. Muitos países, como Portugal, entraram num ciclo vicioso de consumo e desinteresse por produtividade, acreditando que a partir de então tudo estava garantido. Tornaram-se novos-ricos sem capacidade de gerir as oportunidades com que se depararam
Estamos já na 3ª guerra mundial. Tal como as anteriores, com maior efeitos na Europa. Mas esta guerra, não envolve armas bélicas das mais sofisticadas, mas sim armas de um poderio económico e financeiro, que podem tornar refém países e condenar os seus povos a escravos por tempo indefinido, com remunerações que em muitos casos são insuficientes para uma sobrevivência com dignidade."

Ver mais aqui.

domingo, 28 de outubro de 2012

Velhas glórias da pesca do bacalhau



O antigo lugre bacalhoeiro, Santa Maria Manuela (agora navio de treino de mar, polivalente) está no porto da Figueira.

Hoje, pelas 12H00, fui vê-lo e gostei.

"O "Santa Maria Manuela", lugre de quatro mastros, é um navio histórico, lançado às águas do Tejo em 1937 e que participou nas campanhas de pesca do bacalhau à linha até ao início dos anos 90. Em 1993, foi considerado "obsoleto", após três décadas ao serviço da Empresa de Pesca Ribau, em Aveiro, tendo sido "dado para abate", preservando-se apenas o casco. Chegou a ser criada uma fundação para cuidar do SMM mas só em 2007, com a entrada em cena da empresa Pascoal, que comprou o casco, se iniciou "um longo e bem documentado processo de reconstituição do navio", terminado cerca de três anos depois."

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