quinta-feira, 30 de julho de 2009

O Porto da Figueira por Joaquim Cristino

Foto de "A Voz da Figueira"
A realidade do concelho da Figueira da Foz numa entrevista dada à estampa no último número de "A Voz da Figueira", é motivo de uma análise profunda e entendida pelo economista, Joaquim Cristino.
Por me parecer que a mesma merece ter a maior divulgação possível, faço a transcrição de alguns trechos que considero mais interessantes, com a devida vénia ao referido semanário:

"O porto comercial tem também que funcionar como um pólo de dinamização da economia local. Algumas questões já estão resolvidas, como as acessibilidades rodoviárias e a ligação do porto à ferrovia, mas não chega porque depois existe estrangulamento na ferrovia o que é um desperdício porque investiu-se muito dinheiro no terminal de graneis sólidos para depois haver estrangulação na saída da ferrovia e assim não se consegue potenciar os investimentos já realizados.
O prolongamento do molhe norte é encarado como o sopro potenciador da economia...
É urgente que as obras terminem porque vão dar todas as condições técnicas para, a partir daí, potenciá-lo não para ser um porto só ligado às celuloses, mas com uma visão mais lata, para servir de bandeira para atrair novas empresas e explorar os granéis. Mas também tenho de dizer que acho curioso que a Figueira, que em tempos serviu de administração á gestão dos portos, tenha assistido de uma forma tão pacífica a que o porto comercial passasse a ser gerido por Aveiro e isto sem lamurio da sociedade civil."

Aconselho a leitura integral de todo o texto do artigo que é digno dos maiores encómios.

Quanto ao porto da Figueira, permito-me tecer as seguintes considerações:
foi e será sempre de uma grande importância para o desenvolvimento do concelho por constituir uma via de penetração natural para o inter-land das Beiras e não só, pois ao receber mercadorias e graneis de toda a parte pode reenviá-las por via férrea, rodoviária e por cabotagem para outros portos. O grande problema da Figueira (e espero não escandalizar ninguém ao dizer isto) é que, desde sempre, nunca teve figuras políticas de peso suficiente para se impor aos interesses de Aveiro que viram sempre neste porto um obstáculo à sua liderança. E esta falta de homens à altura não permitiu o alavancar do porto comercial da Figueira para outra grandeza, e deu como resultado recente que a sua gerência passasse a ser feita por Aveiro, como refere e muito bem, Joaquim Cristino, "sem lamúrio da sociedade civil".

Sabe meu caro amigo (permita-me o tratamento e este desabafo) é que os figueirenses, não poucas vezes, "têm sangue de faneca" e mais vezes ainda, pecam por não saberem curar dos seus interesses! E o imbróglio do porto comercial da Figueira é um caso paradigmático desta asserção!

1 comentário:

  1. O termo "sangue de faneca" era atribuído ao Dr. Ernesto Tomé, conhecido figueirense já falecido.
    Fica por saber se o projecto do porto oceânico da Figueira que era o grande sonho do engº., António Baldaque da Silva, seria mais eficiente do que o actual.

    ResponderEliminar

Os comentários serão publicados após análise do autor do blogue.