sábado, 10 de dezembro de 2016

Reflexão sobre o Natal






Falando da época Natal que se aproxima, o Papa Francisco afirmou:
"Estamos perto do Natal: haverá luzes, festas, árvores iluminadas, presépios… mas é uma farsa. O mundo continua a fazer as guerras. Não escolheu o caminho da paz"…

As palavras do Papa são tristemente verdadeiras. O mundo, ou grande parte dele, continua a escolher a guerra e a provocar a morte e a destruição de pessoas e bens. Os traficantes de armas enriquecem cada vez mais e os mandantes e poderosos deste mundo não olham a meios para atingirem os seus fins. Desestabilizam e fomentam revoluções, extramuros, que é o mesmo que dizer na casa dos outros, em que a imposição de uma falsa democracia, a quem não a pediu, ou da sua própria forma de viver, são os principais pretextos para subjugarem povos ou nações e conseguirem poder e riqueza, com todo um rol dantesco de morte e miséria humanas. A guerra na Síria e os mercenários de Alepo estão aí para prová-lo. Esquecem-se que as revoluções, mesmo quando inevitáveis, podem fazer-se sem sangue nem tiros. Basta reverem-se os exemplos de Gandhi, Luther King e Nelson Mandela. Por conveniência ou eufemismo, há quem diga que tudo isto é consequência da chamada globalização, mas o saldo é deficitário: globaliza-se a corrupção e a riqueza iníqua; mais o mal de que o bem.
A própria Igreja que teve ou tem acções pouco dignas na sua história, e que é detentora e ciosa de riquezas que envergonhariam Cristo, não está isenta de algum mal que hoje aflige o mundo. Pese embora tudo isto, e a crise em que o País se encontra, o Natal continua a ser uma época de festa e união da Família, bem enraizada na nossa tradição, de esperança e de fé no futuro, embora não tanto com a alegria (um pouco comprada) e a felicidade a que todos temos direito. O Natal na sua plenitude, porém, continua a ser um sonho de que não devemos desistir, com os olhos bem abertos, para podermos resolver os nossos problemas e para que a farsa de que fala o Papa acabe e a alegria da época seja genuína. Isso só será possível com a Paz na Terra, por enquanto utópica, e quando a força e a determinação de todos os Homens de Boa Vontade forem superiores à força e à determinação dos algozes da humanidade.

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