domingo, 25 de junho de 2017

No rescaldo da tragédia

Tenho lido quase tudo sobre a catástrofe de Pedrogão Grande. Na comunicação social,  jornalistas há que escrevem de uma maneira e outros de outra e constata-se que a isenção não abunda nesta barafunda. As tendências partidárias são óbvias, mas a verdade exige outra postura. Há quem defenda a tese da descarga do relâmpago (raio) como causa do fogo; há quem afirme que houve fogo posto e há quem diga ainda que foram as duas coisas. É evidente que ninguém quer ser culpado. Mas as falhas no terreno foram inadmissíveis nomeadamente por parte daqueles, cuja responsabilidade da coordenação e combate aos fogos, se esperava outra coisa. Tanto mais que andam há muitos anos nisto. A morte de 64 pessoas e mais de 200 feridos, entre eles um bombeiro, é uma factura demasiado pesada para serem os mesmos a pagá-la. Os bombeiros (soldados da paz) são bons, mas são como os soldados de qualquer exército. Se os generais não prestam, as guerras perdem-se, os soldados são presos e punidos e por vezes mortos. A impunidade tem sido uma constante no problema dos fogos. As causas  dos mesmos têm sido ignoradas, sistematicamente, por interesses espúrios e os efeitos estão aí: devastadores. Talvez tenha chegado a hora de, sem embargo de qualquer natureza e sem hipocrisias, apurar responsabilidades nesta guerra constante que tem reduzido o País a cinzas. Mas, por favor, não poupem os "generais", para que Portugal possa renascer dessas mesmas cinzas de uma vez por todas.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Os comentários serão publicados após análise do autor do blogue.