(...) Como é possível que homens reunidos em conselhos de administração aumentem impiedosamente o preço do pão, da electricidade, dos transportes, da gasolina - bens absolutamente vitais para a vida de cada português? Serei eu tão ingénuo que ainda possua capacidade para escrever um livro sobre os atropelos que Portugal tem sofrido enquanto os meus companheiros adultos dormem descansados aplicando os velhos preceitos nacionais "quem tem unhas, toca guitarra" (o oportunismo), "em terra de cegos quem tem um olho é rei" o espertismo) e "quem vier a seguir que feche a porta" (o indiferentismo - três chagas morais que definem correctamente o consulado da geração política que se apossou de Portugal desde finais da década de 80. - Miguel Real, in: Nova Teoria do Mal.
Pois, e a pergunta que fazemos é esta: seremos nós também tão ingénuos que continuamos por aqui a falar dos resgates dos bancos, da famiglia partidária, dos incendiários, do nepotismo, dos novos Cabrais, da inutilidade das leis, dos ladrões de colarinho branco que não vão para a cadeia e da perversidade do sistema que só engorda os grandes e está a apodrecer o País?
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