quinta-feira, 26 de março de 2009

Efeméride


Fez no pretérito dia 12 deste mês de Março 45 anos (12/03/964), que faleceu no ex-Ultramar ao serviço da Pátria, um filho de Tavarede: José de Oliveira Fadigas, casado, deixando órfã uma linda menina de seu nome,Paula, hoje professora do Ensino Secundário.

Era 2º Sargento de Artª. e prestava serviço, ao tempo, no Batalhão de Serviço de Material sediado no QG da ex-Guiné Portuguesa. Um infeliz e fortuito acidente com uma granada de mão ofensiva, roubou-lhe a vida ainda na flor da idade, cerca de 27 anos, e pôs fim a uma carreira promissora dado que era, comprovadamente, um bom profissional.

A guerra colonial provocou, no concelho da Figueira da Foz, cerca de 33 mortos.

Hoje, com o País em Paz, houve necessidade, e bem, de adaptar o Exército às actuais circunstâncias. Mas existe o perigo de esquecer o que foi a guerra e, concomitantemente, de sub valorizar o papel das F. Armadas nos dias de hoje.

O 1º Ministro José Sócrates manifestou há pouco tempo a intenção de reduzir os efectivos, tendo-se falado muito sobre o assunto, mas há que ter em consideração o seguinte:

"A reestruturação das Forças Armadas"

"Numa breve e despretensiosa análise ao discurso do Sr. 1º Ministro no IESM no pretérito dia 17, é de concordar com a redução de efectivos e com a necessária modernização e adaptação das F. Armadas aos tempos modernos, para se cumprir, minimamente, com os acordos produzidos no contexto das Nações. Portugal faz parte da Aliança Atlântica (NATO) e tem obrigações a que não se pode eximir, sob pena de pôr em causa a defesa dos seus interesses e porque o perigo de atentados à integridade dos Estados, existirá sempre, quer por meios clássicos quer por actos de terrorismo.

A reestruturação e manutenção das F. Armadas nem sempre é compreendida por alguns elementos da sociedade civil, quiçá por alguns políticos. Mas o fundamento da sua existência não pode ser posta em causa e tem que ser reaprendido por aqueles que julgam não ser necessárias. Assim, e numa nova perspectiva, compete às chefias militares não só propor e colaborar com o governo na concretização deste projecto, mas também sensibilizar o poder instituído para a erradicação das causas que estão na base do mal estar da instituição castrense. Grosso modo, algumas reclamações,constituem legítimos direitos já consagrados na lei e não cumpridos.

O Governo não pode esquecer, nesta reestruturação, a componente humana assaz importante para o êxito do projecto.

Portugal "foi obra de soldados e marinheiros" e, se quisermos preservar a sua existência, como Nação livre e independente, devem ser atribuídos aos militares os meios necessários para o desempenho das missões que lhes são cometidas,quer interna quer externamente, com dignidade e eficiência, na certeza que o farão na defesa dos interesses de todos os Portugueses e como garantes, derradeiros, do Estado de Direito e da Democracia. De onde se infere que as responsabilidades de qualquer militar ultrapassa as de um simples funcionário público (passe a expressão redutora) que, felizmente, não tem obrigação de ficar sem braços, sem pernas ou olhos, como aconteceu a milhares de DFA no passado recente.

Mal irá o País quando alguém, por qualquer circunstância extraordinária ou falta de visão política, quiser acabar com as F. Armadas."

F. Silva

Este texto foi produzido pelo autor deste blogue num Forum de uma ONG ligada às F. Armadas em 20/11/2008, com a modesta intenção de salvaguardar, os direitos dos dos militares que combateram e morreram na guerra colonial, nomeadamente os das suas viúvas, e restantes familiares.

Ao recordar hoje a efeméride do falecimento do nosso conterrâneo, José de Oliveira Fadigas, ao serviço da Pátria, sei que nada mais se pode fazer por ele.

O Exército cumpriu com as suas obrigações, tanto quanto eu sei, para com os familiares deste seu bravo e competente servidor. Mas há uma lacuna que urge reparar, antes que a sua memória se esfume no pó do tempo, por quem de direito: perpetuar o seu nome em Tavarede tal como o fizeram já algumas freguesias do Concelho da Figueira com alguns dos seus filhos que morreram em iguais cicunstâncias.

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