sábado, 27 de junho de 2009

A Águia e as galinhas


Um camponês criou um filhote de águia junto com suas galinhas. Tratando-a da mesma maneira que tratava as galinhas, de modo que ela pensasse que também era uma galinha. Dando a mesma comida jogada no chão, a mesma água num bebedouro rente ao solo, e fazendo-a ciscar para complementar a alimentação, como se fosse uma galinha. E a águia passou a se portar como se galinha fosse.
Certo dia, passou por sua casa um naturalista, que vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês: - Isto não é uma galinha, é uma águia! O camponês retrucou: - Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha! O naturalista disse: - Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa… Levou-a para cima da casa do camponês e elevou-a nos braços e disse: - Voa, você é uma águia, assuma sua natureza ! - Mas a águia não voou, e o camponês disse: - Eu não falei que ela agora era uma galinha ! O naturalista disse: - Amanhã, veremos…

No dia seguinte, logo de manhã, eles subiram até o alto de uma montanha. O naturalista levantou a águia e disse: - Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima, e os campos verdes lá em baixo, veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para sua natureza, e voe como águia que és… A águia começou a ver tudo aquilo, e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto, ficou um pouco confusa no início, sem entender o porquê tinha ficado tanto tempo alienada. Então, ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou de vagar, suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.”
Criam as pessoas como se galinhas fossem, porém, elas são águias. Todos podemos voar, se quisermos. Voe cada vez mais alto, não se contente com os grãos que lhe jogam para ciscar. Nós somos águias, não temos que agir como galinhas, como às vezes querem que sejamos. Pois com uma mentalidade de galinha fica mais fácil controlar as pessoas, elas abaixam a cabeça para tudo, com medo. Conduza sua vida de cabeça erguida, respeitando os outros, sim, mas com medo, nunca! -(Autor desconhecido)





2 comentários:

  1. Na sua essência, cada pessoa é mais águia do que galinha de capoeira!
    Educar não é domesticar, privar da liberdade... não é converter as águias em galinhas, para que se tornem mais dóceis e controláveis... Educar é auxiliar o outro a saber quem é, a desenvolver as suas potencialidades, a conhecer os seus recursos internos... mais do que inculcar-lhe certos comportamentos desejáveis! Temos nós (familiares, amigos, casais...) paciência para fazer pensar nisso e ajudar a voar superando medos, sem desanimar?

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  2. Caro observador:
    a pergunta que faz é muito pertinente."Temos nós...paciência para ajudar a voar...?" O tema por si só é profundo e tem sido alvo de várias abordagens. Repare que os próprios educadores ensinam a partir de certos programas tidos como os mais apropriados, tendo sido excluídos, à priori, outros que nunca foram postos em prática, quer por opções políticas quer por outras a que não são alheios, certos interesses monetários. Uma atitude desde logo redutora, portanto. Mas as opções têm que ser feitas. Não sendo eu professor, não tenho dúvidas que estes procuram fazer desabrochar todas as potencialidades dos alunos. O pior depois é na vida prática em que uma oligarquia impõe quem deve ser galinha ou águia. Como exemplo e com alguma vaidade, ocorre-me dizer que um dos meus netos,com onze anos, já me dá lições de informática. Com outros acontecerá, certamente a mesma coisa. Serão eles águias no futuro? Às vezes querer nem sempre é poder. Dependerá muito da capacidade de resposta da sociedade em que estão ou vão estar inseridos. Pessoalmente, entendo que as perpectivas não são as melhores.

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