sábado, 17 de abril de 2010

Chave de Honra da cidade


Estranha, esta proposta para discussão e atribuição da Chave de Honra da cidade ao cidadão e ex-presidente da República Mário Soares. Uma personalidade prestigiada, é certo, e com o seu nome ligado à história recente de Portugal por razões bem conhecidas.
A questão, dada à estampa no Figueirense, já foi abordada por dois blogues locais: Outra Margem e Política de Choque.
A Figueira, porém, tem personalidades e razões mais próximas, para atribuir tal distinção.

Desconheço os princípios que regem a atribuição da Chave da Cidade e, por isso, corro risco de partir de uma premissa errada mas, se pode ser atribuída a titulo póstumo, estou a lembrar-me de duas figuras bem conhecidas dos figueirenses: uma a do Eng., José Coelho Jordão, recentemente falecido, a quem a cidade muito deve por ter contribuído de forma decisiva para o seu relançamento e progresso. E a outra, porque não, por razões diferentes, mas também notórias, José da Silva Ribeiro, insigne democrata, republicano, homem do teatro e grande orador que muito prestigiou a sua terra.

Certas honras, mais do que por razões políticas ou partidárias, deveriam ser atribuídas por critérios mais objectivos e por gratidão, em cumprimento de um elementar sentido de Justiça. Por isso, dói, que os citados figueirenses, que já fazem parte dos valores intemporais da história local, não tivessem já sido lembrados, oportunamente, para a atribuição da maior distinção honorífica Municipal.

Nota: a foto acima é apenas um símbolo; nada tem a ver, literalmente, com achave da cidade.

2 comentários:

  1. Como referi, desconheço o regulamento para a atribuição da Chave da Cidade. Eu bem procurei, mas foi em vão. A minha opinião radica, portanto, em duas condições prévias:
    -que possa ser atribuída a título póstumo;
    -que os cidadãos naturais da Figueira não estejam excluídos de receber o mais importante título honorífico da cidade (o que não faria sentido).
    A discussão do assunto em sede propria é um bom principio. Mas a vereação da Câmara que tem competência para decidir sobre o mesmo, não vai agradar, certamente, a gregos e troianos.

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  2. Parece-me que esta distinção foi criada no mandato de Pedro Santa Lopes. Mas foi num tempo de “vacas gordas”. Que as querelas partidárias irão ser muitas, já nós sabemos e vão ser como as “comadres”, que quando ralham… disso já estamos habituados.
    Houve tempos atrás, parece, que Mário Soares desconsiderou a cidade quando na altura recusou ter o seu nome numa avenida. Também que lucro é que se pode tirar disso? Hoje em dia também qualquer “gato sapato” tem o seu nome numa qualquer avenidazita ou “ruazeca” deste país… Está a ser moda atribuir distinções a todo “bicho careta”… Podemos confirmar em todas as comemorações deste país: vai ser amanhã no 25 de Abril, será provavelmente no 1º de Maio, no 10 de Junho… “quando o rei faz anos” e por aí fora!
    O país está de rastos! A câmara da Figueira está também de rastos! Não há dinheiro para nada…
    A minha proposta era de por no “prego” essas chaves de honra e com o dinheiro obtido fazer alguma coisa de útil na cidade: talvez pintar umas passadeiras para peões, tapar uns buracos nas ruas, transformar os jardins da cidade numa coisa mais agradável e etc., etc., etc….
    Os políticos são eleitos para determinadas cargos e foram eles que se propuseram e não foram obrigados. Porque é que se há-de receber “retribuições” por aquilo que é o dever e obrigação cumprir? Quantos portugueses é que recebem gratificações pelo trabalho que fazem?
    Houve um político há já alguns tempos atrás que quando o questionaram sobre a má prestação dos políticos, respondeu que quem tinha a culpa era o povo, pois era o povo que os elegia. Talvez o feitiço se virasse agora contra o feiticeiro?!
    Seria talvez esta a altura da população da Figueira decidir do merecimento desta honra! Talvez se obtivesse uma resposta deveras engraçada!
    Eu gostava!
    José Oliveira

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