sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A Parábola do Bom Juiz

(O Senhor do Reino)

Ontem contaram-me uma história a que hoje dou o título de a parábola do bom Juíz:
Havia uma vez uma linda terra do litoral que fazia parte de um reino muito antigo à "beira mar plantado". Nessa terra vivia um homem a quem o Senhor do Reino deu alguns talentos para promover o progresso do lugar e o bem estar dos seus habitantes. Mas esse homem escondeu parte desses talentos na areia e outros deixou-os desaparecer nas mãos de alguns "salteadores", pelo que não havia progresso nenhum na terra, deixando os seus habitantes muito infelizes. Sabendo disto e cada vez mais descontentes as gentes da terra organizaram-se em facções, pondo à frente de cada uma delas, alguns homens mais importantes para porem fim ao descalabro que se adivinhava.

Houve um grupo de homens bons que se lembraram de um juiz seu amigo que andava há alguns anos longe da sua própria terra e chamaram-no para defender a sua causa. Depois de muita discusão durante alguns dias, sobre o que fazer ao perdulário dos talentos, tomaram uma decisão num dia de pleito, previamente combinado, a que chamaram dia de eleições. Assim que estas terminaram saíu vencedor o grupo do juiz, tendo afastado o mau servo e os seus acólitos, sendo substituídos pelo grupo dos homens bons. E ficaram todos muito contentes. Mas, o Senhor do Reino, ao ter conhecimento de tal proeza, mandou chamar à corte o vencedor do pleito. Como havia um súbdito que fazia leis de "olhos fechados", o que permitia abrir as portas da prisão aos ladrões do Reino, nomeou administrador-mor da Justiça o Bom Juiz que acabara de fazer tão bom serviço na sua terra.

E, assim, todos ganharam, porque no Reino começou a haver melhor Justiça; o Juiz foi fazer aquilo que mais gostava de fazer e os habitantes da bela terra do litoral, ficaram com homens bons, capazes de a fazer progredir e com a legítima esperança do seu amigo Juiz interceder, junto do Reino, pelo cantinho aonde viviam.

Eis a parábola do Bom Juiz que poderá ter um final idêntico nos nossos dias.

3 comentários:

  1. Ilustre autor do blog não leve a mal o comentario que vou fazer.
    Tenho dificuldades em perceber muita coisa. Uma delas é parábolas.
    Mais dificuldades tenho, quando a parábola mete reinos dias depois da comemoração da implantação da república.
    No reino, o Rei manda e os subditos obedeçem. Numa républica votamos. A ideia é não ter rei mas acima de tudo não termos subditos.
    Ora lendo a parabola com atenção ( tendo em devida conta as dificuldades já assinaladas) não me pareçe muito democrático. É que no tempo dos reis e rainhas isso eram opções reais hoje chama-se fraude.
    Pelos vistos, seguindo a parabola, o Rei ligava pouco ou não tinha muito interesse na regência que tinha estipulado para os seus subditos.
    A regência não era grande coisa mas para o que interessava bastava. Pelos vistos o emissário já cumpriu a sua comissão de serviço e quer ir como diz a parabola “ fazer o que mais gostava”.
    Assim , a corte não foi alterada e ficará tudo como dantes. Basta ver os editos reais publicados e os homens chamados às cortes.
    Será a parabola do tempo de D. Miguel?

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  2. Caro Migdar
    Recuso liminarmente o tratamento de "ilustre" porque a tanto não tenho direito e, mesmo que o tivesse, recusá-lo-ia na mesma, porque gosto de voos mais baixos. Como sabe a parábola é um estilo comparativo ou metáfora para ilustrar casos do cotidiano. No caso subjacente, sirvo-me do passado para "almofadar" uma hipótese que a concretizar-se poderá ser ou não entendida por muito boas pessoas. Parece-me ser este o seu caso. Não tem nada a ver com monarquias nem com o D.Miguel II (é a este que se refere?)o eterno pretendente ao trono, ou repúblicas, mas com um caso extraordinário que perturbava há demasiaado tempo o progresso da cidade e, para o qual, teve que ser encontrada também uma forma extraordinária de o resolver. Mas esta afirmação não passa de uma hipótese. O Bom Juiz da parábola ao contrário do que dá a entender não pretende tronos, tanto quanto eu sei, mas alterou a corte. Ele ou alguém por ele pode dar início a um novo ciclo para o desenvolvimento do burgo. Se alguém entender que deve ir para outro lugar para servir o País, não tenho nada contra. Não foi o primeiro e, certamente, não será o último. Tal como Cristo dizia, o Mestre das parábolas, quem não tiver pecados que seja o primeiro a atirar pedras!...

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  3. Sr.Zéfoz
    Agradeço a ajuda na interpretação da parábola.
    Declaração de interesses: Sou Social democrata.
    O problema é que ainda não houve tempo para se concretizar a maior parte da parábola. Até agora, objectivamente, o que temos é a nomeação e em relação a esta estamos perante, se formos justos, uma profissão de fé. Todos devemos acreditar que sim mas, no caso concreto, não havendo passado nas funções que o demonstre, o que temos são desejos.
    Agora quanto ao resto não. Basta ver os editos reais e as diversas reuniões das cortes desde, pelo menos Abril até Setembro.
    Só 2 notas finais:
    Será que num reino com tantos telhados de vidro, e em todas as casas, não era melhor partir alguns, em vez de estarmos a fazer de conta que estão bons só porque está sol.
    Quando vier a chuva estamos novamente todos engripados. Com excepção dos diversos regentes afectos a diversos senhores.
    O D. Miguel a que me refiro é o primeiro. Temos tantos. Faltam muitos D. Pedros IV.
    Votos de Bom Fim de Semana.

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