domingo, 29 de novembro de 2009

"Capitão de Abril, capitão de Novembro"


Assim se assume o Coronel, Rodrigo de Sousa e Castro, capitão de Abril e de Novembro, ex-conselheiro da revolução, em entrevista que pode ser lida no suplemento "Domingo" do Correio da Manhã de hoje. Aquele título é, aliás, o do seu livro que vai brevemente lançar.
Perfil:
"Rodrigo de Sousa e Castro nasceu numa aldeia de Celorico de Basto em 1944. Desde os tempos do colégio que dizia querer ser oficial do exército, tendo ingressado na Academia Militar em 1963, onde cursa Artilharia. Mobilizado para a guerra colonial, faz duas campanhas em Angola (1967/69) e Moçambique (1970/72). De regresso a Portugal, adere ao Movimento dos Capitães (também a sua patente) e participa activamente no 25 de Abril de 1974. Após a revolução é membro do Conselho da Revolução e apoia o Grupo dos Nove no 25 de Novembro 1975. Em 1982 passa à reserva como coronel. É casado tem dois filhos e um neto."
Com um rosto que deixa perceber as marcas do tempo e do desencanto, escapeliza as razões do 25 de Novembro e põe em causa a qualidade da actual democracia, chegando a dizer: "Os partidos não são as escolas de virtudes cívicas que deviam ser. Há muitos políticos que têm comportamentos indecentes. Um comportamento indecente é, por exemplo, ganhar 100 (cem) vezes o ordenado mínimo. Digo mais é um comportamento pornográfico".
E cleptocrático também, digo eu!...
Uma entrevista que deve ser lida integralmente.
(Foto de João Cortesão)

3 comentários:

  1. Se se fez uma revolução para acabar com a ditadura e resolver o problema da guerra colonial; se igualmente foi necessário o 25 de Novembro para repor os ideais dos 25 de Abril o que é agora necessário fazer para acabar com o que se passa hoje?
    Uma pergunta cuja resposta tem que ser dada por quem de direito cujo patriotismo não ofereça dúvidas. O país não pode nem deve meter-se em novas aventuras revolucionárias para voltar depois tudo ao mesmo. Uma das respostas está na Justiça que tem sofrido tratos de polé e no desenvolvimento do país antes que seja tarde demais. Que "valores mais altos se alevantem" para liderarem estes dois sectores que são fundamentais para o bem estar e progresso de qualquer nação civilizada!

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  2. Conheci o Coronel Sousa E Castro no CIAAC em Cascais em 1973, eu era um simples soldado especialidade de operador de radar MK7.

    Sempre tive uma impressão positiva sobre o Coronel Sousa E Castro (na altura Capitão).Era um oficial que denunciava uma série de valores que definem os grandes homens, e este homem veiculava-os já naquela altura, em pleno regime Marcelista (com a guerra colonial, com a PIDE etc.).:Corajoso, destemido, tolerante para com os mais fracos, progressista, um trato de grande abertura para com os soldados. Desde a primeira vez que contactei com Sonsa E Castro fiquei convicto, que estava perante um homem bom, de um grande coração e uma grande e incomensurável personalidade.
    Não me enganei. O tempo o veio demonstrar, fazendo emergir o perfil e o carácter de um ser de rara pureza, seriedade, moral e ética…….

    Um grande abraço para o Sr. Coronel Sousa E Castro.
    Estava muito bem na foto. Gostei imenso de rever o seu rosto

    Manuel Jorge Castro Paula
    Antigo soldado operador de radar MK7 do CIAAC (entre os anos de 1971/1974.

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  3. Depoimento muito interessante que não hesitei em dar à estampa de alguém que conheceu o Sr. Coronel de Artª., Sousa e Castro, que confirma os predicados e o caracter de um militar e homem de excepção, merecedor dos maiores encómios. Assim fossem todos como ele.
    Obrigado pelo seu valioso e sentido comentário.

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