sábado, 28 de janeiro de 2012

O Naufrágio da Irresponsabilidade



Com um total de 4.200 pessoas a bordo o recente naufrágio do navio cruzeiro Costa Concórdia à vista da ilha italiana de Giglio, é bem o símbolo do mundo em que vivemos em que campeiam a incompetência e a irresponsabilidade. O acidente provocou pelo menos 16 mortos e cerca de 40 feridos.

 Em quase todos os sectores de actividade, existem pessoas que descuram os seus deveres e não têm perfil para os cargos que desempenham. Só tarde demais se descobre, que pode ser um erro fatal não atribuir competências, tão só, ao “homem certo para o lugar certo”. Por isso a Empresa do Costa Concórdia, também é co-responsável pela tragédia.

Toda a actuação do máximo responsável a bordo, antes e depois do naufrágio, permitiu perceber que o Comandante Schettino não era, de facto, a pessoa indicada para o lugar. Afinal tratava-se mais de um relações públicas com a farda de comandante, que bebia uns drinks com alguns passageiros VIPS do navio (de preferências passageiras) e, tal como o nosso Zé-Zé camarinha, latino como é, tirava, eventualmente, as cócegas a alguma turista de sangue mais quente.

Por ironia do destino a hora da tragédia chegou. Quando o Concórdia bateu nos rochedos o comandante a dar crédito a vários testemunhos, que deveria estar na ponte de comando, só apareceu uma hora depois, entretido como estava com uma jovem turista a beber uns copos no bar do navio, que nem constava na relação de passageiros. Dá para entender…

Estarrecido com a tragédia que se lhe deparou, ou com os vapores de Baco, “caiu acidentalmente” numa balsa de salvamento e foi para terra por engano…abandonando os passageiros e tripulantes.  É claro que o tribunal Italiano ordenou a sua prisão...

Ainda um dia destes haveremos de ler um romance sobre esta tragédia que já correu meio mundo, a falar sobre aquilo que ainda desconhecemos, sobre a angústia e desespero dos sobreviventes e das famílias que viram desaparecer para sempre os seus ente queridos,  que nos faz lembrar o doloroso e trágico naufrágio do TITANIC há cerca de 100 anos.

Esse romance talvez faça chorar alguém que goste de ler um bom livro, porque como já dizia Saramago, “não se derramam lágrimas sobre um disco rígido de um computador”…  

1 comentário:

  1. A citação integral de Saramago, adaptada ao último parágrafo do texto, é a seguinte:

    "É ainda possível chorar sobre as páginas de um livro, mas não se pode derramar lágrimas sobre um disco rígido"...
    José Saramago (Azinhaga)

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