segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O caso TVI - Rescaldo do jornal das 6ª feiras



Subordinado ao tema "Um país inculto", Paulo Gaião, no jornal Semanário de hoje, versão on-line, fala sobre o tão badalado jornal das 6ªs feiras da não menos badalada, Manuela Moura Guedes. Para que possam analisar a questão e concluir o que cada um houver por bem, aqui vai o texto do referido articulista:

"A forma primária como os partidos trataram o caso da TVI, fazendo propaganda pura em vez de reflectirem com os portugueses sobre o que se foi passando na estação de Queluz ao longo deste ano, demonstra o desprezo que os políticos têm pelo eleitorado e pela sua incultura política
O país está mais moderno em tecnologias, com 15 milhões de telemóveis, muitos Plasmas e LCD, segundas casas em barda, quilómetros de asfalto que muito país rico europeu não tem mas continua uma lástima em termos de massa cinzenta.
O caso da TVI serviu para lembrar as nossas misérias, que estão sempre lá. O jornal de sexta-feira era um produto que, quase todas as semanais, cedia à vulgaridade, o reverso da medalha do purismo jornalístico que também grassa em Portugal, dando mais importância às regras e à forma em detrimento do conteúdo e que se escuda muitas vezes na ética para fazer um jornalismo passivo, sem incomodar, que serve, objectivamente, muitos interesses.
A questão não é Sócrates ser zurzido com o Freeport, tal como era na TVI. A questão é que em Portugal deixou de haver investigação jornalística séria, competente e exaustiva. Os puristas não investigam porque não querem, não podem ou não lhes sobra tempo, dedicados ao policiamento de Moura Guedes, de Felícia Cabrita ou Inês Serra Lopes, quantas vezes misturando o papel de Torquemadas do jornalismo com atitudes misóginas que vêm do tempo da tarimbice dos jornais e que ainda se transmitem geneticamente. Por sua vez, os jornalistas da vulgaridade querem sangue rapidamente, misturando investigação com mistificação, confusão, deturpação e injúria, numa escalada que também se alimenta do próprio desdém que os puristas nutrem por eles. Em muitas peças do jornal de sexta-feira da TVI foi notória esta fragilidade, misturando as tais "cachas" de Manuela Moura Guedes com artilharia gratuita e informações incorrectas ou deturpadas contra Sócrates. Foi isto que deu armas ao primeiro-ministro para "crescer" contra a estação de Queluz.
Os campos estão extremados, o que acaba por diminuir o espaço para um jornalismo sério e competente e ao mesmo tempo critico, descomprometido, corajoso, sem medo de afrontar os interesses sem larachas pelo meio, dos olhos castanhos, dos olhos verdes ou do nariz de Pinóquio, como muitas vezes fez Manuel Moura Guedes. Dizer que a pivot da TVI andou a misturar factos com opiniões no seu jornal de sexta-feira é quase uma ofensa para os poucos que ainda pensam e analisam o país, homens livres como Vasco Pulido Valente e Miguel Sousa Tavares, que ou não chegam para as encomendas ou perdem capacidades com o cansaço de longos anos, politólogos que valem pelo seu pensamento, que não devem nada aos interesses.
Opinião era Moura Guedes ter inovado e aberto um espaço editorial próprio, distinto do espaço de informação e de investigação, onde Moura Guedes confrontasse Sócrates com as muitas peças que faltam no puzzle Freeport. Manuela Moura Guedes, tal como provou nas entrevistas que deu esta semana, pode ser agitada mas não é parva. Tem razão quando fala do temor reverencial de muitos jornalistas aos políticos e dos interesses que pululam, desde os particulares, para abraçar carreiras públicas ou para-públicas, de assessores e altos quadros, a interesses mais vastos e complexos.".. (ler o resto do texto aqui)

Foto da Guia TV




3 comentários:

  1. afinal aonde está a liberdade de imprensa!?!

    confesso que não sou um grande admirador de MMG, mas temos que dar o real valor a quem o tem. E a MMG, tem de facto muito valor. E, tenho para mim que é uma das melhores jornalistas em Portugal. Digam o que disserem.

    Cumprimentos,
    Luís Mendes

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  2. Caro amigo

    Partilho da sua opinião. A MMGuedes é um pouco extravagante mas, como diz o articulista, "não é parva nenhuma".
    Espero receber mais vezes a sua visita.
    Melhores cumprimentos.

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  3. liberdade????????
    Até no escrever sabe bem, mas que pena quem por direito e dever não a sabe respeitar.
    Para alguns "libertadores", só lhe darão valor quando a perderem.

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