quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ramalho Eanes preocupado com o futuro


O país vive uma “situação financeira dramática” resultante do “endividamento externo” e da “fraca capacidade de poupança”, o que impõe um “trabalho ciclópico”, avalia Ramalho Eanes. Em entrevista à Antena 1, o antigo Presidente da República manifesta-se “preocupado” com o futuro e lamenta que a Revolução de 25 de Abril de 1974 não tenha respondido “aos interesses legítimos da maioria dos portugueses”.

A três dias da comemoração do 25 de Abril, (e não festejos) as declarações do ex-presidente da República, porventura um dos homens mais sérios e empenhado no golpe militar, não deixam de ser sintomáticas.
Isto pode crer dizer que a revolução falhou ou que ficou adiada. Em qualquer dos casos e em face das actuais circunstâncias, urge perguntar: ficamos assim ou continuamos?!...

8 comentários:

  1. Com este post não se pretende fazer a apologia de nova revolução militar,até porque o contexto é outro, mas, tão somente, enfatizar a situação em que se encontra o País. A revolução, é a das atitudes e, está, mais do que nunca, na capacidade de resposta da sociedade civil aos problemas decorrentes que os diversos governos não têm sabido enfrentar, antes, pelo contrário têm agravado com uma política de interesses partidários, excessiva, quase obscena, em desfavor, do resto dos cidadãos. Há falta de massa crítica e quiçá, já medo de falar.
    Em última análise parece-nos ser esta a mensagem nuclear do ex-presidente da república, Ramalho Eanes. Mas há um aviso subjacente que deve ter sido em conta...

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  2. Caro Zéfoz

    Com todo o respeito, permita-me dizer que é tarde para derramar lágrimas de crocodilo. O "Senhor General "manifesta-se “preocupado” com o futuro e lamenta que a Revolução de 25 de Abril de 1974 não tenha respondido “aos interesses legítimos da maioria dos portugueses”.
    Respondeu sim senhor, apenas foi atraiçoada, e pelos vistos o Senhor General está a ficar consumido pelos remorsos sobre aquilo que fez na Revolução. A primeira traição e machadada dada no 25 de Abril de 1974 foi feita pelo Senhor General no 25 do Novembro, não para evitar a tal guerra civil mas para travar a revolução. Os efeitos disso mesmo estão à vista.
    Afinal quem quer enganar quem? A história não perdoa e dêem as voltas que derem a verdade virá sempre ao de cima.

    Caro Zéfoz permita-me este aparte " Não há maus rapazes... O Padre Americo acabou com eles todos"

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  3. ó MEU CARO : gOLPE mILITAR, disse bem.
    Já agora aonde estava você nesse dia.?
    Desculpe a pergunta, na verdade é uma pergunta muito comum, tipo frase feita.

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  4. Meu caro anónimo,
    Ao golpe militar não dou o mesmo sentido que pretende dar-lhe. Golpe militar, sim, que foi secundado de imediato pela adesão espontânea dos portugueses nas ruas, apesar de os militares insistirem para ninguém saisse de casa. Ninguém levantou um dedo para segurar um regime que estava podre. Ou tem dúvidas que são as vanguardas que têm de tomar iniciativas para que qualquer coisa aconteça? Ou é daqueles que queria que a guerra de África continuasse? O povo tinha mêdo no antigo regime, sempre teve mêdo e terá mêdo, enquanto alguém não der um passo em frente, para mudar qualquer coisa. Quando o povo vier para a rua sozinho, é porque ganhou uma nova mentalidade; então aí, sim, teremos um Portugal diferente onde ainda, todos nós, possamos ser cidadãos de corpo inteiro e com igualdade de oportunidades que continuam a não existir.
    Se ler a pàgina da net da Univ. de Coimbra sobre o 25 de Abril, verá uma resposta à sua insinuação, que não sei bem se é maliciosa, ou mesmo provocadora.
    E, já agora, podia descobrir a cara que talvez não lhe ficasse mal...

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  5. Caro Rogério

    O meu amigo terá que me desculpar, em primeiro lugar, porque respondi de imediato ao anónimo, assim que me apercebi dos comentários. Em segundo lugar porque entendo que o 25 de Abril foi um lindo bébé que após o nascimento, começou a andar torto e foi necessária uma operação cirúrgica para corrigir a deformidade. Quero eu dizer com isto, que não posso concordar com a possível albanização do País que era esse o caminho que estava a tomar. Mas o meu amigo lá terá as suas razões e, para a história, ficará sempre a dúvida.
    Quanto ao envolvimento do Sr. gen. Eanes no processo creio que ele actuou convicto de que era a melhor solução para o País que, de resto, digo-o com frontalidade, é a minha e penso ser a da maioria dos portugueses.
    Abraço

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  6. Caro Rogério
    Ainda a propósito da sua questão, acha que figurinos políticos alheios, que aliás ruiram nos países de origem, dariam resultado em Portugal? A própria UE é uma incógnita. Veja então isto:
    Declarações do escritor e dissidente soviético, Vladimir Bukovsky, sobre o
    Tratado de Lisboa

    "É surpreendente que após ter enterrado um monstro, a URSS, se tenha
    construído outro semelhante: a União Europeia (UE).

    O que é, exactamente a União Europeia? Talvez fiquemos a sabê-lo examinando
    a sua versão soviética.
    A URSS era governada por quinze pessoas não eleitas que se cooptavam
    mutuamente e não tinham que responder perante ninguém. A UE é governada por
    duas dúzias de pessoas que se reúnem à porta fechada e, também não têm que
    responder perante ninguém, sendo politicamente impunes.
    Poderá dizer-se que a UE tem um Parlamento. A URSS também tinha uma espécie
    de Parlamento, o Soviete Supremo. Nós, (na URSS) aprovámos, sem discussão,
    as decisões do Politburo, como na prática acontece no Parlamento Europeu, em
    que o uso da palavra concedido a cada grupo está limitado, frequentemente, a
    um minuto por cada interveniente.
    Na UE há centenas de milhares de eurocratas com vencimentos muito elevados,
    com prémios e privilégios enormes e, com imunidade judicial vitalícia, sendo
    apenas transferidos de um posto para outro, façam bem ou façam mal. Não é a
    URSS escarrada?
    A URSS foi criada sob coacção, muitas vezes pela via da ocupação militar. No
    caso da Europa está a criar-se uma UE, não sob a força das armas, mas pelo
    constrangimento e pelo terror económicos.
    Para poder continuar a existir, a URSS expandiu-se de forma crescente. Desde
    que deixou de crescer, começou a desabar. Suspeito que venha a acontecer o
    mesmo com a UE. Proclamou-se que o objectivo da URSS era criar uma nova
    entidade histórica: o Povo Soviético. Era necessário esquecer as
    nacionalidades, as tradições e os costumes. O mesmo acontece com a UE
    parece. A UE não quer que sejais ingleses ou franceses, pretende dar-vos uma
    nova identidade: ser «europeus», reprimindo os vosso sentimentos nacionais
    e, forçar-vos a viver numa comunidade multinacional. Setenta e três anos
    deste sistema na URSS acabaram em mais conflitos étnicos, como não aconteceu
    em nenhuma outra parte do mundo.
    Um dos objectivos «grandiosos» da URSS era destruir os estados-nação. É
    exactamente isso que vemos na Europa, hoje. Bruxelas tem a intenção de
    fagocitar os estados-nação para que deixem de existir.
    O sistema soviético era corrupto de alto a baixo. Acontece a mesma coisa na
    UE. Os procedimentos antidemocráticos que víamos na URSS florescem na UE. Os
    que se lhe opõem ou os denunciam são amordaçados ou punidos. Nada mudou. Na
    URSS tínhamos o «goulag». Creio que ele também existe na UE. Um goulag
    intelectual, designado por «politicamente correcto». Experimentai dizer o
    que pensais sobre questões como a raça e a sexualidade. Se as vossas
    opiniões não forem «boas», «politicamente correctas», sereis ostracizados. É
    o começo do «goulag». É o princípio da perda da vossa liberdade. Na URSS
    pensava-se que só um estado federal evitaria a guerra. Dizem-nos exactamente
    a mesma coisa na UE. Em resumo, é a mesma ideologia em ambos os sistemas. A
    UE é o velho modelo soviético vestido à moda ocidental. Mas, como a URSS, a
    UE traz consigo os germes da sua própria destruição. Desgraçadamente, quando
    ela desabar, porque irá desabar, deixará atrás de si um imenso descalabro e
    enormes problemas económicos e étnicos. O antigo sistema soviético era
    irreformável. Do mesmo modo, a UE também o é. (...)
    Eu já vivi o vosso «futuro»..."

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  7. Hoje assiste-se a um despudor absoluto por parte dos actores politicos, no saque ao poder quer ele seja o governo,as entidades publicas, as autarquias, a escola, etc.Da democracia só fica o nome porque os actores politicos despejaram-na de todo o conteudo ou valor ao servirem-se da democreacia para se servirem a si e aos seus.Não é tão infrequente como isso que alguém recorra a um serviço publico e se pertence ao partido fazer jus disso para ter atendimento preferencial, chegando meswmo a ameaçar com este seu "poder".Vive-se hoje mais do que nunca do favor e do pequeno poder, desprovido de qualquer valor moral ou ético.
    Criou-se um monstro que absorve os recursos da nação e que desporadamente ocupa os lugares sem qualquer apretechamento técnico ou qualificação.Desvalorizou-se o trabalho como fonte de criação de valor, tornando o trabalhador numa qualquer peça descartável, idolatrando-se o dinheiro e a especulação financeira como fonte de todas asc soluções.
    Não sei se é necessária uma revolução ou um golpe militar mas que é necessário mudar de valores isso é mais que evidente pois sem isso não há PEC que valha a este governo nem salvação para este País.

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  8. Caro Zé Foz

    As palavras são como as cerejas e assuntos destes dão normalmente pano para mangas.
    O meu amigo diz "que o 25 de Abril foi um lindo bébé que após o nascimento, começou a andar torto e foi necessária uma operação cirúrgica para corrigir a deformidade"
    Em primeiro lugar o 25 de Abril não nasceu torto, alguém é que na ansia de conquistar o poder o quis fazer torto. Não me leve a mal mas se nunca leu, passe uma vista de olhos pelos "Contos Proibidos" de Rui Mateus
    "Memórias de um PS Desconhecido" e aí terá os esclarecimentos necessários como entortou esta revolução.
    Mas ainda voltando à vaca fria, diz o amigo que foi necessário fazer uma cirurgia de reajuste. Amigo ZÈfoz reajuste? Qual reajuste? O que foi que a cirurgia corrigiu? Será que a correcção é o Portugal que hoje temos, Injustiça, Corrupção, Escandalos, Desemprego, Fecho de Maternidades, Fecho de Hospitais, encerramento de escolas e tudo o mais que agora não recordo.
    Lembra-se quando logo a seguir ao 25 de Abril se nacionalizou a banca? Era para evitar os BPN, BPP e SLN de hoje que roubaram milhões ao povo português, penso que os resultados estão à vista podemos ter diferença de opinião aqui ou ali mas tenho a certeza que no essencial estamos de acordo Abril foi vitima de traição e nós sabemos bem quem foram os traidores.
    Alonguei-me desculpe
    Aquele Abraço entre dois homens que acima de tudo amam a Liberdade
    Rogerio Neves

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