quinta-feira, 21 de junho de 2012

Estaleiros Navais: duas luzes ao fundo do túnel...

"Duas propostas de aquisição fazem renascer a esperança dos trabalhadores e sindicato da infra-estrutura naval do Mondego."

Tudo parece estar “encaminhado” para que os Estaleiros Navais do Mondego possam vir a reactivar a sua actividade como refere hoje o Diário de Coimbra.
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Esta notícia traz-me à lembrança recordações ainda presentes  na memória do tempo.
Trabalhei dos 14 aos 18 anos de idade nos Estaleiros Navais do Mondego. Era uma grande e conceituada unidade de construção naval que chegou a ter ao seu serviço (se a memória não me falha) cerca de 800 trabalhadores. Foi aqui que muitas gerações de figueirenses tiveram o seu primeiro trabalho, aprenderam o seu ofício e se especializaram. Muitos deles eram chamados para outros lugares no país e  estrangeiro que lhes davam melhores condições e remuneração no desempenho da sua arte.

A actividade da construção e reparação navais, entre outras, foi uma das que mais ficou prejudicada nos últimos anos,  dado que alguém mandou abater a maior parte da nossa frota pesqueira (sob o pretexto dos acordos com a CEE para o sector) o que provocou o consequente abandono do mar,  com todas as consequências negativas para um País que tradicionalmente vivia muito da pesca. Hoje podemos dizer que deixámos de pescar, o que fazíamos muito bem, e estamos à espera que nos dêem o peixe ... e trabalho. Até neste particular, tal como Ulisses, "embarcámos" no canto das sereias.
O possível reinício de uma das nossas actividades tradicionais como é a construção naval na nossa terra, é sempre um bom prenúncio.
Resta saber se conseguiremos regressar a casa, tal como o herói da Odisseia.


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