Pior do que não encontrar o governo certo é estar entregue a um Governo errado e esta certeza foi-nos dada, recentemente, por alguém que, junto de Bruxelas, assumiu o compromisso de continuar o arresto fiscal do país e até de congelar pensões de miséria, de um dia para o outro, à revelia do Parlamento, do povo e de outros órgãos de soberania.
O “segredo” do PEC 4, irá ser apresentado no Parlamento para a semana. Mas nada nos garante que os juros da dívida desçam, assim como não desceram com a implementação dos PEC 1, 2, e 3, como foi referido hoje na comissão de orçamento e finanças.
Nada nos garante que não se continue a pedir mais dinheiro para pagar a dívida da dívida, até porque (e aqui reside o problema nuclear) a economia do país não acelera, antes pelo contrário, parece regredir com o consequente avolumar do desemprego.
Na AR vai ter a palavra a oposição que tem de agir em conformidade, não sendo de excluir uma intervenção directa do próprio Presidente da República em sede própria. Partimos do princípio de que em todos os partidos há pessoas competentes, boas e patriotas. E são estas que, de algum modo, têm de despir o colete partidário, tendo em vista a grave crise em curso, e têm de se entender para encontrar o governo certo para se conseguir esconjurar o espectro da insolvência em primeiro lugar e, em segundo, relançar o país no caminho da recuperação económica.
Para se conseguir este desiderato (a menos que o medo incapacite qualquer iniciativa) é necessário, é imperioso o contributo de todos para que a riqueza e o futuro possam também ser de todos e não só de alguns como até aqui se tem verificado, com o benefício exclusivo daqueles que têm sido os verdadeiros algozes do País e não os seus pretensos salvadores que profetizam o caos que eles próprios criaram.
É que, parafraseando o que disse aqui Teixeira dos Santos, pior do que “viver um filme de terror» é viver o terror deste filme que já estamos a viver.
Pós-texto.: O PEC 4 será apresentado na AR na próxima quarta-feira
Se por acaso houvessem pessoas boas, decentes e patriotas nos partidos representados na Assembleia da República, já há muito saberiamos quem eram e há muito tempo que teriamos mudado o rumo das coisas e não chegaríamos ao ponto a que chegámos. Os partidos políticos, todos eles, na actualidade, mo meu modesto ponto de vista, não passam de uns cardumes de piranhas que se atiram a uma vítima, o país, e se não os detivermos só largam quando só houver esqueleto. RP
ResponderEliminarPor Anónimo em O terror deste filme às 19:09
Caro anónimo
ResponderEliminarNão deixa de ter alguma razão no que diz e no que respeita à parte final do seu comentário: (...)"se não os detivermos só largam quando só houver esqueleto", devo dizer que esta é a altura de a oposição mostrar o que vale. Não quero dizer com isto que faça cair, necessariamente, este governo, mas que o obrigue a aceitar as alterações necessárias para termos "o governo certo", menos cego e menos autista, para enfrentar a actual conjuntura. Quem governa com minoria e precisa do apoio da oposição não se pode dar ao luxo e à sobranceria de a ignorar...
Sobre a crise mundial e para entender o que está a acontecer à economia dos países mais pobres da UE e não só, ver este vídeo:
ResponderEliminarhttp://www.youtube.com/watch?v=QiY8QB1fNAY