A República está doente
O actual sistema
político só muda com uma CRP diferente e com uma nova lei eleitoral que
possibilite o povo de votar nas pessoas que conhece e não nos partidos do arco
do poder. Os partidos têm sido os principais culpados da actual situação a que se
chegou, graças às políticas neoliberais que têm implementado, à sua
subserviência ao capitalismo selvagem, à banca e aos chamados donos disto tudo.
Defendem mais os seus interesses e ideologias e os interesses dos lóbis que os
apoiam do que os verdadeiros e indeclináveis interesses de Portugal e dos
portugueses. Têm tomado decisões avulsas, não referendadas, contrárias à
vontade popular que se traduzem num autêntico esbulho à classe trabalhadora e
aos pensionistas, na vã tentativa de controlar a dívida pública. A abstenção progressiva, nas
sucessivas eleições, é um sinal grave do descontentamento do povo, idêntico ao
da 1ª República, que o autismo dos governantes ignora ostensivamente, pois o
seu objectivo é continuar no poder de qualquer modo e a qualquer preço.
Salazar,
percebeu os sinais da abstenção e deu-lhe voz no
plebiscito de 1933, de algum modo artificioso. De uma assentada acabou com a 1ª. República instaurando
e legalizando assim o Estado Novo. Pode quase dizer-se que antiga CRP
era tanto ou mais legítima que a actual constituição, pois aquela foi
referendada pelo povo, sendo esta apenas aprovada pelos grupos parlamentares, o que não deixa de ser um
dos defeitos da democracia representativa.
Com este texto
estamos a fazer a apologia da ditadura? Claro que não. Só queremos dizer que o
sentido de serviço ao país, não existe ou é ineficaz; que Portugal deixou
de ser um país de brandos costumes e que interesses iníquos e a corrupção proliferam o que não abona o Estado de Direito que queremos ser.
A República está doente. É
imperioso reconhecê-lo e agir enquanto é tempo, para a salvar e com ela a Democracia renascida com o advento do 25 de Abril.
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