domingo, 12 de junho de 2011

Oratória ou virar de página?



Vasco Pulido Valente, no Público de hoje, em artigo de Opinião com o título, “O renascimento da oratória,” diz que António Barreto, “está com certeza destinado à santidade cívica”. E isto porque o orador oficial das comemorações do 10 de Junho, teve a coragem de dizer que “os políticos mentem, não informam os portugueses, não os representam e não os dirigem. Pior ainda: sendo o nosso sofrimento o resultado da sua “imprevidência”, é indispensável um “apuramento” de responsabilidades. Como, quando e por quem, Barreto não esclareceu," acrescenta o articulista do Público.


Quer-nos parecer que VPV foi injusto na sua apreciação, porque A.Barreto não tinha que esclarecer quem deve fazer o tal “apuramento de responsabilidades”, sob pena de, no mínimo, ser indelicado com os seus anfitriões que ali estavam, ao mais alto nível do Estado, mesmo á sua frente: o presidente da República, Jaime Gama e os representantes do STJ e do T. Constitucional.
Eles sabem muito bem, quem e quando deve ser feito esse “apuramento”.

O problema, aqui, é saber se é possível escavar a verdade, porque não temos dúvidas de que ela é necessária para travar a corrupção,  neste virar de página, para que a história não se repita:

“A escavação da verdade”, a cargo do Poder Judicial realmente independente e imune a pressões políticas, é condição essencial para restituir confiança dos portugueses nas suas instituições…”

Mais ainda:

“Se os partidos com assento parlamentar tiverem a coragem de firmar um Pacto de Transparência visando o apuramento da responsabilidade civil e criminal dos políticos e gestores públicos comprometidos com o empurrão que levou Portugal a resvalar para o fundo do abismo em que se encontra, terão o prémio de passarem a ser depositários da confiança dos portugueses, principalmente porque alguns deles terão de se purificar pelo haraquiri de correligionários.”

(Jorge Morbey, investigador e historiador)

NB: clicar na imagem para zoom

1 comentário:

  1. Fazer uma "caça às bruxas", como fizeram os islandeses,que levaram à barra do tribunal, os políticos responsáveis pela crise, talvez não seja fácil, nem curial nesta altura. Mas, já que temos de pagar milhões, aos nossos credores, seria muito importante "escavar" nas contas de quem os
    "desviou" para posterior devolução. Infelizmente, isso não vai acontecer!...

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