quarta-feira, 12 de maio de 2010

Os culpados e as vitimas da crise

"Bruxelas aprovou no último fim de semana um fundo de cerca de 750 milhões de euros para acudir aos países da EU com maiores dificuldades, entre os quais se encontra Portugal.
Tanto bastou para que a bolsa de valores de Lisboa iniciasse em alta no dia seguinte, fechando com uma valorização de 10,73%. Nunca houvera uma valorização tão forte na bolsa portuguesa:
-A PT encerrou a sessão a ganhar 18,72%
-O BCP teve ganhos de 16,69 %
-A Altri 17,9 %
A bolsa Espanhola foi a que mais subiu entre os países da EU e liderou o processo fechando com 14,43%".

Aí está como funcionam os “hackers” ou especuladores da bolsa. O capital em tempos de crise encolhe e dilata consoante as conveniências. As crises empolam-se; pede-se dinheiro emprestado; os pobres pagam, as bolsas funcionam e os ricos ficam com o dinheiro que desavergonhadamente, esbulharam a quem menos podia. Para quê? Para juntá-lo àquele que, recatadamente, já tinham colocado nos offshores, aos quais alguém já chamou “mundo obscuro dos paraísos fiscais.” Por isso se cortam salários, se raciona o 13º mês, se sobem os impostos, se despedem trabalhadores.

Podia acabar muito prosaicamente dizendo que isto foi sempre assim, pois já vem da sabedoria popular o velho ditado: uns comem os figos e aos outros rebenta-lhes a boca. Mas a situação é tão descarada e o sistema tão iníquo, que não resisto em dizer que nada há de novo debaixo do Sol, pois, hoje, tal como ontem, salvaguardadas as devidas proporções, pouco mais somos do que os antigos escravos que construíram templos e pirâmides, com sangue, suor e lágrimas, para o bem estar, o gáudio e a grandeza da oligarquia dos faraós do antigo Egipto.

1 comentário:

  1. Todos os sistemas têm defeitos quando não há homens à altura nos governos para defender os seus concidadãos; alguns, caso português, fazem mesmo parte do problema e não da solução. O seu deslumbramento e o apego ao poder e os interesses partidários são mais importantes que os interesses do País. Por isso chegámos aonde chegámos.

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