domingo, 25 de julho de 2010

O tiro na revisão constitucional

“É preciso ajudar o PSD a rectificar o tiro na revisão constitucional”, afirmou hoje Paulo Portas, considerando que “em tempo de crise não é justo falar em liberalizar o despedimento”, mas sim “flexibilizar a contratação”.
“Não se deve assustar as pessoas, sobretudo as mais pobres, com o acesso à saúde”, disse também Portas, defendendo que “o que é preciso é que o Estado, que não consegue fazer tudo, contratualize com o sector social e o sector privado mais cirurgias, mais consultas, a mais doentes e mais depressa”.


"O Portas uma vez mais mostra o seu populismo ao apelar ao pior de nós, a nossa mesquinhez. Por mais que goste do liberalismo não se deve assustar as pessoas com ideias dessas, não se deve dizer às pessoas directamente que vão ser “escravos” do grande capital, mas dizer que outros, os que ainda vão ser contratados é que terão de ser precários toda uma vida. Se depois, o nosso local de trabalho for deslocalizado para a China ou se a empresa, em nome de uma qualquer crise, resolver declarar falência, (abrindo ao lado com outro nome), isso é simplesmente azar. Menos ainda se devem assustar os pobres com o acesso à saúde. Importante mesmo é que os doentes do público vão sendo transferidos para o sector privado. O melhor não é matar o publico de uma só vez, mas ir destruindo valências, piorando os serviços, de forma que o recurso ao privado seja cada vez mais necessário. Não interessa quem paga, se o estado se o doente, desde que os privados comam a sua parte do bolo. A saúde é um negócio de muitos milhares de milhões e a gula de alguns não tem fim."

(Texto in Kaos inserto, algures, na blogosfera nacional)



Sem comentários:

Enviar um comentário

Os comentários serão publicados após análise do autor do blogue.