“Quem aceita desempenhar funções políticas
tem de saber separar a função política e pública para a qual foi eleito, das
relações pessoais e profissionais. Na vida política, não podemos estar de bem
com Deus e com o Diabo…”
Estas afirmações são feitas por Daniel
Santos, líder do Movimento, apartidário, Figueira 100%, no Figueirense de hoje,
a propósito do processo da Reforma Administrativa e da desvinculação do
referido movimento de Victor Coelho e Victor Guedes, vice-presidentes do
referido movimento.
Como se sabe os 100% aliaram-se ao PSD na
AM e aprovaram a extinção de quatro freguesias:
-S. Julião que ficou agregada a Buarcos;
Brenha nas Alhadas; Borda do Campo no Paião e Santana em Ferreira-a-Nova.
A decisão foi explicada por Daniel
Santos da seguinte forma: “é melhor agregar quatro freguesias com um critério
fundamentado do que seis com critérios desconhecidos”.
Esta estratégia, dos "critérios desconhecidos", numa atitude de Pilatos, era a do do PS que a AM chumbou.
Esta estratégia, dos "critérios desconhecidos", numa atitude de Pilatos, era a do do PS que a AM chumbou.
Pondo de parte as tricas e os jogos de
bastidores habituais nestas situações, creio que, no fundamental, o
líder dos 100% actuou bem. Em face do articulado da nova lei da
reorganização administrativa imposta pela troika (sempre a troika como desculpa
para tudo) pouco havia a fazer como já fora dito por Miguel de Almeida.
Pena é que, por esse motivo, aparentemente,
os dois vice-presidentes do Movimento, aliás, pessoas de bem e assaz
conhecidas, se desvinculassem do mesmo. Até porque a democracia não se esgota nos
partidos (não é na Islândia que um movimento de cidadãos está a salvar o país?)
em que a maioria do povo já não acredita. Fizeram-no, certamente, de acordo com
a sua consciência. Mas a leitura de quem acompanha estas coisas pode ser outra.
Nos interesses do País não se pode estar bem com Deus e com o
diabo ao mesmo tempo. Mas, o diabo mesmo, é que basta olhar, embora que lateralmente,
para a maioria dos políticos, para vermos como eles, muitas vezes num exercício de incoerência, pretendem estar de bem com os dois, e agora, contra ou a favor da troika, por razões que só eles conhecem...
Por isso chegámos à situação a que
chegámos.
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