sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Extinção de freguesias




 “Quem aceita desempenhar funções políticas tem de saber separar a função política e pública para a qual foi eleito, das relações pessoais e profissionais. Na vida política, não podemos estar de bem com Deus e com o Diabo…”

Estas afirmações são feitas por Daniel Santos, líder do Movimento, apartidário, Figueira 100%, no Figueirense de hoje, a propósito do processo da Reforma Administrativa e da desvinculação do referido movimento de Victor Coelho e Victor Guedes, vice-presidentes do referido movimento.

Como se sabe os 100% aliaram-se ao PSD na AM e aprovaram a extinção de quatro freguesias:

-S. Julião que ficou agregada a Buarcos; Brenha nas Alhadas; Borda do Campo no Paião e Santana em Ferreira-a-Nova.

A decisão foi explicada por Daniel Santos da seguinte forma: “é melhor agregar quatro freguesias com um critério fundamentado do que seis com critérios desconhecidos”.
Esta estratégia, dos "critérios desconhecidos", numa atitude de Pilatos, era a do do PS que a AM chumbou.

Pondo de parte as tricas e os jogos de bastidores habituais nestas situações, creio que, no fundamental, o líder dos 100% actuou bem. Em face do articulado da nova lei da reorganização administrativa imposta pela troika (sempre a troika como desculpa para tudo) pouco havia a fazer como já fora dito por Miguel de Almeida.

Pena é que, por esse motivo, aparentemente, os dois vice-presidentes do Movimento, aliás, pessoas de bem e assaz conhecidas, se desvinculassem do mesmo. Até porque a democracia não se esgota nos partidos (não é na Islândia que um movimento de cidadãos está a salvar o país?) em que a maioria do povo já não acredita. Fizeram-no, certamente, de acordo com a sua consciência. Mas a leitura de quem acompanha estas coisas pode ser outra.

Nos interesses do País não se pode estar bem com Deus e com o diabo ao mesmo tempo. Mas, o diabo mesmo, é que basta olhar, embora que lateralmente, para a maioria dos políticos, para vermos como eles, muitas vezes num exercício de incoerência, pretendem estar de bem com os dois, e agora contra ou a favor da troika, por razões que só eles conhecem...

Por isso chegámos à situação a que chegámos.

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