quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mens sana in corpore sano


Duas Promessas do Ginásio


À esqª.:-Tiago Silva, atleta do Ginásio Clube Figueirense, começou a iniciar-se no remo no Verão de 2008 com nove anos de idade, tendo feito 10 anos no passado dia 1 de Janeiro. Em menos de um ano tem o seguinte palmarés:

1 - Campeão Nacional em Remo indoor (ergómetro) na categoria de benjamim em representação do Ginásio Litocar, no Sábado dia 6 do corrente mês em Coimbra.

2 - Vencedor em skiff, do .escalão "0", na 4ª prova do Torneio de Escolas (Coimbra 18 de Abril).

3 - Vencedor em skiff infantil nas regatas 25 de Abril, de Gramido, organizadas pelo Clube Naval Infante D. Henrique em Gondomar.-(esta última vitória in Voz da da Figueira de 29/4).
Em todas a outras provas em que tem participado, na sua classe, ganhou sempre não tendo tido adversário à altura.

À dtª.:-André Silva, também atleta do Ginásio Clube Figueirense, começou a iniciar-se no minibasket com 8 anos de idade. Vai fazer 12 anos no próximo dia 9 de Junho. Tem o seguinte currículo desportivo:

1 - A sua equipe de Sub-14B foi Campeã Regional na época de 2007/8; foi considerado atleta do ano na sua classe.

2 - Na época de 2008/9 a equipe de basket de Sub-14B do Ginásio Clube Figueirense, de que continua a fazer parte, continua invicta nas provas já disputadas.

Duas esperanças do Ginásio que têm três coisas em comum: são irmãos, netos do autor deste blogue e residem em Tavarede terra do Limonete.

Vai d' arrinca meus lindos!... Que o futuro vos sorria.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ex-Combatentes em Convívio


Os ex-militares, ainda sobrevivos, da C.Artª. 87 do extinto RAP 3, vão comemorar no próximo dia 30 de Maio, com um almoço-convívio, a sua expedição a Angola em 1961/63.

A propósito deste encontro dou à estampa um trecho, redigido o ano passado, inspirado numa carta de um Alferes Milº. de Artª., que foi um paradigma de cavalheiro e de soldado exemplar:

"Ninguém se pode vangloriar de uma guerra que em 1º lugar era injusta e em 2º que afectou milhares de jovens e suas famílias. Mas hà lugar à amizade que se criou entre os combatentes e é essa vertente que importa realçar porque os laços de camaradagem, indefectíveis, foram o sustentáculo de muitos daqueles que deram ao País os melhores anos da sua vida. A propósito disto, lembro-me que hà cerca de 43 anos, mantenho uma ligação,estreita, com os meus ex-camaradas da C.ARTª.87ª que foi destacada para Angola em Março de 1961, sobretudo através de convívios. As recordações e as emoções da campanha em Àfrica são muitas e partilhadas por todos e todos não fomos demais para sobreviver às dificuldades e falta de meios. Basta dizer que: "nos primeiros três meses de campanha não tínhamos alimentação que se visse, não dispúnhamos, sequer, de meios de rádio para as batidas e o armamento que nos foi distribuído foram as espingardas "Mauser de 1937" e algumas pist.metr. FBP. Dormíamos debaixo das camionetas e tomávamos banho de 15 em 15 dias ou mais.Tivemos dois mortos em campanha."

Esse ex- alf.mil. da C.ARTª.87ª que se encontra bastante doente (atrofia multisistémica - MSA) foi um excelente oficial e, no seu contacto epistolar dizia, por fim, recordando esses tempos e uma operação de perseguição e busca:-" Éramos uma tropa virgem políticamente, e escrevemos numas pedras negras junto ao acampamento (dos opositores) "Aqui é Portugal". Ele teria nessa altura 25 anos e eu 22.

Essa amizade ainda hoje perdura e, pela primeira vez, não vai poder estar presente no nosso convívio anual, no próximo dia 31 de Maio, por impossibilidade motora devido à sua doença. Mandou-me a carta com cerca de 4 folhas para ler aos ex- camaradas de armas à guisa de despedida...

Se este despretensioso texto esclarecer algo sobre a nossa ida à guerra, a amizade e as recordações dos ex-combatentes dou-me por satisfeito. "


Mas há que tirar ilações do sacrifício de milhares de jovens em prol da Pátria, em Àfrica, para dar tempo a um regime retrógrado que não quis ou não soube fazer uma descolonização atempada, até para não agudizar o ressentimento e a dor, com uma guerra fratricida que durou mais de treze anos e que ameaçava eternizar-se.

Assim, nasceu a "gesta" do 25 de Abril com os militares a entregarem o poder, talvez ingénuamente, á classe política que fez uma descolonização não exemplar, mas a que foi possível fazer.

Mereceu a pena? Aprendi nos meus tempos de estudante que "tudo vale a pena se a alma não for pequena." Só que hoje, meia dúzia de políticos e outros tantos agiotas, têm uma alma tão pequenina que têm transformado o País à sua imagem e semelhança, quiçá, à maneira de pocilga, onde o triunfo, previsível, dos porcos, conduzirá, inevitávelmente, o povo português e a Pátria de Camões, a um destino funesto.

domingo, 19 de abril de 2009

Elegia do Amor


Ao repassar o texto da Ceia dos Cardeais do escritor e dramaturgo Júlio Dantas, dei-me conta de como está diferente, nos dias de hoje, o "amor em Portugal", cuja peça foi representada pela primeira vez no teatro D. Amélia em 24 de Março de 1902.

À pergunta do Cardeal Rufo: em que pensa Cardeal?

CARDEAL GONZAGA, como quem acorda, os olhos cheios de brilho, a expressão transfigurada:

"Em como é diferente o amor em Portugal!
Nem a frase subtil, nem o duelo sangrento... é o amor coração, é o amor sentimento. Uma lágrima... Um beijo... Uns sinos a tocar... Um parzinho que ajoelha e que vai se casar..."

Sim, está diferente hoje e pouco tem a ver com a ideia lírica e romântica do tempo do Cardeal Gonzaga, mas continua a haver amor e amores contrariados, tal como este, respigado de alfarrábios pessoais antigos:

Gosto de Ti meu amor
Tú és tudo para mim:
Tú não vês que é grande a dor
de sentir-te o desamor
e não deves ser assim?!....
Tenho saudades de Ti
do teu corpo majestoso,
dos dias em que senti
o Teu seio generoso.
Diz-me só, que já estás farta
de mim, das minhas ideias.
Escreve ao menos uma carta
a dizer que sou "tarata,"
que amas outro que me odeias...

Diz que não me queres ver
ou conta-me os teus desejos:
-se tal carta receber,
juro-te que antes de a ler
irei cobri-la de beijos...

Dizia o Cardeal Rufo:"a conquista era tudo, o resto, quase nada"...
Eu diria: a conquista não é tudo e mais sublime é amar, mesmo sem ser amado!...

domingo, 12 de abril de 2009

´É o Soldado"



"Foi o soldado não o jornalista quem nos deu a liberdade de imprensa.


Foi o soldado não o poeta, quem nos deu a liberdade de expressão.


Foi o soldado não o agitar de rua quem nos deu a liberdade de manifestação.


Foi o soldado, e não o advogado quem nos deu o direito e a justiça.


Foi o soldado, não o politico quem nos deu o direito de voto.


É o soldado, que saúda a bandeira que serve sob a bandeira cujo caixão está envolto pela bandeira que permite ao manifestante que queime a bandeira"



(Charles M. Province)

quinta-feira, 9 de abril de 2009

O Paço de Tavarede e o Teatro




Paço de Tavarede


Introdução:


"O Paço de Tavarede é o ex-libris da freguesia. Mandado edificar no século XVI por António Fernandes de Quadros, 1º Morgado de Tavarede, um fidalgo de ascendência espanhola que prestou serviços distintos à coroa portuguesa, nomeadamente como Adail de Azamor, a quem foi confirmado por Carta de Cotta D'Armas o brazão que, ainda hoje, a frontaria do velho Paço ostenta.

Ao longo dos anos, o edifício foi alvo de importantes alterações à sua arquitectura inicial. Em finais do século XVIII foi refundida a fachada norte e durante o século XIX as obras de restauro, em falso Manuelino, alteraram quase por completo a sua traça original, de que ficou apenas a fachada setentrional, a passagem para o pátio interior, a porta principal e uma janela Manuelina que se encontra à guarda do Museu Municipal. Já no Séc. XX, o Paço de Tavarede passou de mão para mão até que foi adquirido pela Câmara Municipal da Figueira da Foz em 1981.

Foi classificado como imóvel de interesse público pelo Decreto 28/82 de 26 de Fevereiro. Após um longo período de lenta agonia que o levou à ruína, deu-se início à sua reconstrução, a qual só ficou concluída em princípios de 2006. Ali funcionam os serviços da DASE e Divisão da Juventude e Desporto da Câmara Municipal da Figueira da Foz e desde 17 de Novembro de 2006, também ali se encontra a funcionar a “Loja Ponto Já” do Concelho da Figueira. Estão previstas, para breve, neste local, outras valências ligadas à juventude. (Extraído do site da Junta de Freguesia). "

"As primeiras notícias sobre teatro começaram e 1850/60. É de realçar que por esta data nasceram três salas de Teatro em Tavarede uma delas no palácio onde o 3ºe último Conde de Tavarede edificou um Teatro a que deu o nome de: Teatro Duque de Saldanha. Ainda no Paço dos Condes de Tavarede funcionou o Grupo Musical de Instrução, constituído por dissidentes da SIT que se extinguiu em 1939."
Confirma-se assim que além de ser Sede do poder (ao tempo) em Tavarede, o Paço contribui também e não pouco, para a difusão da cultura dos Tavaredenses, não admirando, por isso mesmo, ser o ex-libris da terra do Limonete.
(Texto baseado em apontamentos de Vitor Medina com a devida vénia-O Associativismo em Tavarede)

A Freguesia tem ainda quatro Colectividades, além da SIT, sendo a mais recente
a do Clube Desportivo e amizade do Saltadouro, fundada em Agosto de 1979.

Oportunamente será dada à estampa uma foto da cada uma delas.

terça-feira, 7 de abril de 2009

"Folheando recordações do Tempo"


"De Regresso à Metrópole"

(2ª Comissão 1964/66)

 
Correm ondas alterosas

ao longo do Vera Cruz,

iluminadas pela luz

de tropicais nebulosas!



Ruge o vento enfurecido

pelos mastros principais,

tal e qual os vendavais

que eu tanto tenho sofrido...



Deste modo navegando,

cortando as vagas do mar,

rumo ao porto prometido,


o tempo faz-me pensar

neste novo regressar,

desta Guerra sem sentido!...



(Escrito a bordo do navio Vera Cruz em 29/10/965)






domingo, 5 de abril de 2009

Opinião


Na sua rubrica "Coisas do Circo" e subordinado ao tema "Malditos sejam" no Correio de Manhã de ontem, (sábado) o jornalista Emídio Rangel diz o seguinte:
"O chamado caso Freeport já mete nojo. Mesmo um leigo na matéria percebe que se digladiam ali muitos e variados interesses, sendo o mais evidente a tentativa de esfrangalhar José Sócrates. São polícias contra polícias, magistrados contra magistrados, empresários contra empresários, oportunistas contra oportunistas e sei lá que mais, alinhado no interesse mais geral de pôr o 1º Ministro na ordem"...

O texto deve ser lido na íntegra, para quem estiver interessado, pois não é possível fazer a sua transcrição completa e termina assim:

"É uma verdadeira lástima. Posso enganar-me, mas aposto com quem quiser, como José Sócrates é inocente e nunca teve nada a ver com o caso Freeport. Se assim for, como é minha convicção profunda, eu espero que a justiça tenha a ão pesada para aqueles que não se importam de "condenar" um inocente e deixem correr o tempo porque este é um ano de eleições. Malditos sejam."

Quer-me parecer que há aqui demasiada convicção e demasiada maldição que não fazem eco na opinião de milhares de portugueses que pensam exactamente o contrário.

É uma opinião (mais uma) como outra qualquer que poderá ser tida à conta de pressão sobre a justiça, de que os magistrados se têm vindo a queixar há bastante tempo tempo. Seria melhor aguardar o resultado das investigações e falar depois. Melhor fora que o articulista tivesse dito:

Malditos sejam todos aqueles que levaram o País à situação de descalabro em que se encontra hoje, por causa das políticas desatrosas dos ultimos anos, cujas culpas podem ser assacadas, entre outros, a alguns políticos, empresários e outros tantos senhores da banca, com grave prejuízo para o Portugal e para a maioria dos Portugueses. E aí sim, é justo dizer que o 1º Ministro José Sócrates, pese embora a polémica em que está envolvido, é porventura, dos políticos menos culpados da situação a que se chegou.

De onde se infere que, se nenhum "acidente de percurso" puser em causa a sua carreira, poderá ainda cumprir com boa parte das promessas feita no passado recente, se os Portugueses entenderem dar-lhe o seu voto no próximo plebiscito.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O Limonete é um ex-Líbris?


O que é um ex-líbris?

Da rubrica, Ex-Líbris Portugueses, entre outras, extraímos o seguinte:

-"O ex líbris pode ser definido como sendo um verdadeiro título de propriedade que identifica o livro de uma pessoa ou biblioteca expressando a personalidade daquele que o possui. Podemos associar a ele palavras e expressões como "brasão ... "emblema", "selo", "etiqueta"...

-"Os ex-líbris gravados tiveram origem na Alemanha por volta de 1450 e tiveram, essencialmente, um carácter heráldico e era utilizado nos livros, gravuras e armas das famílias nobres ou senhoriais."

Há aqui uma afirmação que importa desde já reter: título de propriedade. Ora, o Limonete, planta arbustiva, símbolo ou Talismã de Tavarede era ou é propriedade de quem? Da outrora poderosa família senhorial Quadros? Não. O ex-libris desta família era outro.

O Limonete "rústica planta plebeia que na nossa terra cresce", como diz a canção, (ver DVD incluso) não é propriedade de ninguém. Foi e há-de ser sempre símbolo e pertença do povo de Tavarede.

Então qual é hoje o ex-líbris de Tavarede? Eu arrisco que é o Paço ou Solar de Tavarede, agora reconstruído, mais moderno onde funcionam alguns serviços Camarários. Dou mesmo de barato que até pode ser a Fonte de Tavarede.

Deixo uma resposta mais avalizada e erudita, no entanto, ao alvitre e consideração dos meus leitores.

Hoje a tendência é abandonar a ciência exacta do ex-líbris heráldico e identificá-lo com aquilo que mais distingue uma cidade em determinada altura, salvo algumas excepções como é o caso do Cristo Rei no monte Corcovado no Rio de Janeiro.

Aquando da expo-98 em Lisboa, este evento foi considerado um ex-líbris da cidade, apesar dos corvos da Nau de S. Vicente, serem um símbolo de Lisboa, tal como o Limonete o é de Tavarede. É de notar que ambos os símbolos se baseiam numa lenda, com alguns visos de verdade.

Alguém poderá questionar. Mas isso não tirará valor ao Limonete ou à história de Tavarede? Não, antes pelo contrário. É que os ex-libris podem deixar de fazer sentido ou ser ultrapassados. O Limonete como símbolo e talismã do povo de Tavarede é perene e, assim, estou em crer, há-de ficar para sempre na sua memória colectiva.