terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Priorado do Cifrão

(João Aguiar)

Aqui estou hoje a fazer a mesma coisa. A escrever umas linhas para manter o meu próprio ritmo e também na presunção de esconjurar o tédio ou a apatia de alguns dos meus leitores que aqui vêm dar uma vista de olhos de vez em quando.

Raúl Brandão disse: "Existe uma certa grandeza em repetir todos os dias a mesma coisa. O homem só vive de detalhes e as manias têm uma força enorme: são elas que nos sustentam."

Neste seu aforismo, o escritor referia-se, certamente, ao homem comum, porque há outros homens que se sustentam, não com manias, mas com o dinheiro sonante que vão subtraindo ao povo, motivados por uma crise que eles próprios pariram. E é deste imbróglio maldito a que conduziram a sociedade actual de que fala João Aguiar no seu livro, "O Priorado do Cifrão", que ando a ler.

Sobre o autor, diz Miguel Real o seguinte:
"Os seus romances constituem uma afirmação vigorosa de contestação ao actual modo dominante de vida em Portugal, obcecado pela emergência de um espírito falsamente cosmopolita, sem pudor nem escrúpulos, psicologicamente ambicioso, maximamente idólatra da riqueza e do poder e socialmente repugnante, oportunista, propiciador de abruptas clivagens nas estruturas familiares e políticas seculares de Portugal."

Na minha perspectiva, um livro a não perder.


(Ver biografia)

1 comentário:

  1. Não pretendo ser crítico literário. Até porque críticas ao livro em causa, não faltaram, algumas delas, até, contraditórias. Com este meu post apenas pretendo transmitir o que penso do enredo envolvente que nos é transmitido pelo escritor nesta que é considerada uma das suas melhores obras.

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