quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Do ano que finda e do que começa...

Estamos quase no fim do ano de 2010.

Depois deste, outro Ano Novo se seguirá. Novo na esperança sebastianista, relapsa e vã de dias melhores. A luta pela vida, pelo emprego, pela felicidade e pela cidadania a que temos inteiro jus, está cada vez mais difícil para a maioria dos cidadãos. Para outros, nem tanto assim. A tal cidadania (integral) está confinada aos apaniguados do (s) partido (s)… O pão-nosso de cada dia, é cada vez menos nosso… e mais deles…Sim, daqueles que vieram de nenhures, das faldas da serra, do seio do próprio povo, o que por si só não tem mal algum, mas que se deslumbraram com o poder que utilizam discricionariamente.

Tal como no passado, aí temos os modernos ultramontanos da política, com novas roupagens, modelo “Armani”; com discursos estilo avant-gard, mas sem estofo, sem substrato; curando mais dos seus próprios interesses do que dos interesses da maioria dos portugueses. Por um lado mascarados com ideologias que foram o engodo para votarmos neles; por outro, fazendo o jeito ao capital, que distribui dividendos antecipados aos beneficiários de gestões iníquas; por outro lado, ainda, cumprindo ordens, como mandatários que são, dos senhores que efabularam um projecto europeu ambíguo, que nos atira cada vez mais para a dependência e reduz este pobre País a mero satélite de interesses alheios. É certo que o mesmo está a acontecer com outros pequenos países, mas com o mal dos outros podemos nós bem.
O figurino que nos querem impor está a revelar-se ruinoso para a nossa economia. O sector da construção naval está em crise. Não temos indústria nem agricultura que se veja. Abatemos barcos e desmantelámos, praticamente, o sector das pescas. Os milhões que recebemos de Bruxelas não os soubemos aplicar em projectos de desenvolvimento sustentáveis. A corrupção instala-se e mina os próprios alicerces do Estado.
O imenso redil em que nos encontramos, está a apertar-se cada vez mais. É cada vez mais evidente que não é este o Portugal que queremos. A cancela não tarda a fechar-se. Alguém prometeu, demagogicamente, vir dar a ração diária aos cordeiros em que nos transformámos. Basta, tão só, mantermo-nos quietinhos para a tosquia ser completa.
Para os tosquiadores estão reservados os prados verdejantes e ainda não percebemos isso, ou não queremos perceber, o que é pior.
O próximo ano de 2011 vai ser muito difícil, mas acredito que nós, portugueses, ainda podemos dar a volta à situação. Talvez não haja mesmo outra alternativa que não seja a de derrubar a cancela e arrebatar o cajado do poder das mãos daqueles que têm feito tão mau uso dele. Se o Mar se cumpriu e o Império se desfez, o que nos resta, o que é imperativo, é fazer cumprir Portugal, como disse Fernando Pessoa.
Assim seja.
BOM ANO

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