O ex-deputado socialista João Cravinho não tem dúvidas: a revisão da lei de financiamento dos partidos "abre a porta à corrupção", é "uma nódoa negra na democracia portuguesa" e não poupa críticas aos seus promotores, no Parlamento, e à atitude de Cavaco Silva, que deveria ter vetado à lei.
Essa porta aberta à corrupção, porém, foi aprovada no Parlamento pelos partidos sendo legítimo concluir que a partidocracia vigente, interessa-se mais pelos seus interesses e pelos interesses dos seus correligionários do que pelo interesses do nosso Pais e dos portugueses. Na realidade a corrupção já instalada, aliada à que virá, não só pela actual revisão, só prova que em muitos aspectos não vivemos numa democracia, mas sim numa espécie de "inferno" semelhante ao da 1ª República em que a desgovernação, os interesses e as lutas das facções em presença, obrigavam o povo a pagar pelos pecados das elites de então, pontificando o “salve-se quem puder” que deu o resultado que se sabe.
Apesar da boa vontade que alguns cidadãos ainda têm de confiar nos actuais governantes, tudo leva a crer que tal não é possível. Nas actuais circunstâncias só existe uma certeza: O País não vai bem; precisa de outros homens e, quiçá, de outra República.
No texto inicial, ao falar das lutas da 1ª República, referi-me a elas como limbo,por lapso, quando na realidade devia ter dito inferno, tal como está agora.
ResponderEliminarNo texto do último link pode ler-se o seguinte:
ResponderEliminarNo desfecho trágico da 1ª República, tenho para mim esta citação de Raul Brandão:“Quem fez mal à República? Foram os actos do governo Provisório? Nem esses, nem mesmo os do Afonso Costa, que o País tinha acabado de aceitar se o país se mantém integro. Foram os de alguns políticos que, acima da República, puseram os seus interesses e as suas ambições”[7].Talvez esta mensagem permaneça actual...