sábado, 3 de abril de 2010

Domingo, Dia do Senhor. Como e porquê?



O 1º Concilio de Niceia (hoje Iznik na Turquia) foi o 1º concílio universal de que há memória. Ocorreu durante o reinado do Imperador Constantino no ano 325 da nossa era, DC.

Constantino foi o 1º imperador romano a converter-se ao Cristianismo e viu no advento da nova religião, fosse ou não genuína a sua conversão, uma forma de unir e consolidar o seu império. Nesta altura acabara a perseguição aos cristãos e daí a oportunidade do concilio que reuniu todos os bispos do mundo cristão existentes à época. A partir daí a Igreja começa de facto, a ser romanizada.
Entre várias questões o concílio decidiu:

-Acabar com a questão ariana que discutia a natureza de Cristo se era Deus e homem ou apenas uma pessoa com natureza humana, proclamando-O divino também;
-A celebração da Páscoa;
-A proibição de os cristãos observarem o Sábado como dia de descanso semanal e a observância do Domingo como dia do Senhor, que até ali era conhecido por 1º dia da semana. A solenidade do Domingo foi reconfirmada no Concílio de Laodiceia, nos anos 363-364.

Assim a Igreja conseguiu dois objectivos: distinguir, definitivamente, os cristãos dos judeus que continuaram a guardar o Sábado e facilitar a adesão dos pagãos ao cristianismo que adoravam o deus Sol naquele dia. Precisamente o dia em que não havia “feira”, ou, a havê-la, seria a da venda das suas imagens, ou ídolos, prática tão condenada por Cristo como disso deu prova ao expulsar os judeus, vendilhões do templo, muitos anos antes.

Ao tecer estas considerações não pretendo pôr em causa os princípios da Igreja Católica. Vivemos num Mundo em constante evolução e, no caso vertente, da crença e da religião, a Igreja faz bem em ser menos dogmática. Devemo-nos preocupar mais com o conteúdo e menos com a forma.
Importa, sobretudo, fazer bem ao nosso semelhante e procurar ser igual a Deus, neste particular e talvez noutros. Pretender isto, não constitui nenhum sacrilégio. Para sermos iguais, naquilo que for possível e ser um homem novo, temos de ser capazes de aceitar desafios. E há um desafio muito particular, que já foi feito há muitos anos por Cristo: “sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai que está nos Céus.”-Mateus 5:48.

Que a partir de amanhã, novo Domingo de Páscoa, seja também o princípio de uma nova vida ou de uma vida melhor para todos os que têm fé.!...

1 comentário:

  1. Sei que a igreja católica está a ser alvo de muitas críticas por alguns dos membros do clero estarem envolvidos em casos de pedófilia. A sociedade reage bem, condenando tais práticas. Mas tal reacção pode ser o pretexto para uma campanha que pode esconder outros objectivos.
    Já depois de ter escrito este post li que um agnóstico, Marcello Pera, filósofo e membro do Senado italiano, escreveu no Corriere della Sera que se, sob o comunismo e o nazismo, “a destruição da religião comportou a destruição da razão”, a guerra hoje aberta visa de novo a destruição da religião e isso “não significará o triunfo da razão laica, mas uma nova barbárie”.
    A Igreja pois, que se cuide e corte o mal pela raíz, para não ser condenada e ostracizada de vez pela opinião pública, cada vez mais propensa a não perdoar práticas a todos os títulos condenáveis.

    ResponderEliminar

Os comentários serão publicados após análise do autor do blogue.