Gerir um processo de mudança” é aquilo que Abril tem para dar ao país de hoje, acredita Judas. “O 25 de Abril passou por aqui e está aqui. Mas há o falhanço da política, os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres, uma sociedade cada vez mais injusta, a perda de direitos alcançados com anos de luta, a vontade de repressão, sinais políticos evidentes de que se quer atemorizar as pessoas, fazer uma democracia mais musculada”, analisa Vasco Lourenço. E, por isso, “às vezes apetece fazer outro” 25 de Abril, reconhece.
“Foi algo excepcional, provavelmente irrepetível. É preciso que agora o povo o faça”, convida Andrade da Silva. “O que vejo hoje assusta-me. Pessoas tristes, mal-dispostas, parecem pré-programadas com um chip, sem momentos para pensar. Há uma multidão de polidores de esquinas, de homens encostados para aí, nas tabernas, a beber, a jogar à sueca. A 25 de Abril de 1974, era um país de uma alegria transbordante. Hoje é um país pobre, não do ponto de vista económico, mas sobretudo cultural, moral, republicano e civilizacional”, recorda, saudoso, Andrade da Silva. “O D de desenvolvimento também era de desenvolvimento humano”.
O diagnóstico está feito. Há que encontrar o remédio que passará, necessariamente,entre outros, pelo combate à corrupção, pela dignificação da justiça, na restrição das sinecuras, pela redução do número de deputados na AR (haja coragem) pelo NÃO ao compadrio político e pelo efectivo cumprimento do terceiro D: desenvolvimento.
A democracia precisa dos partidos, mas estes não podem ser donos de Portugal nem a correia de transmissão, cega, de interesses próprios e alheios!
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