"Se julga que o texto que vem a seguir é da autoria de algum terrífico revolucionário, porventura tenebroso marxista ou mesmo marxista-leninista (horror, horror, ai jesus, cruzes canhoto), pois desengane-se. Porque o autor é simplesmente Almeida Garrett, mais precisamente (ver outros detalhes em artigo da Wikipédia) “(…):
E eu pergunto aos economistas políticos, aos moralistas, se já calcularam o número de indivíduos que é forçoso condenar à miséria, ao trabalho desproporcionado, à desmoralização, à infâmia, à ignorância crapulosa, à desgraça invencível, à penúria absoluta, para produzir um rico? — Que lho digam no Parlamento inglês, onde, depois de tantas comissões de inquérito, já deve de andar orçado o número de almas que é preciso vender ao Diabo, o número de corpos que se têm de entregar antes do tempo ao cemitério para fazer um tecelão rico e fidalgo (…), um mineiro, um banqueiro, um granjeeiro — seja o que for: cada homem rico, abastado, custa centos de infelizes, de miseráveis. (…)”
Almeida Garrett, in Viagens na Minha Terra
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