sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O ano de todos os sacrifícios



Depois de uma análise sumária aos cortes do Orçamento de Estado para 2012 que implacavelmente vão degradar ainda mais a vida dos cidadãos mais fragilizados pela crise, constatamos que o ano de todos os sacrifícios não vai ser o ano de sacrificio de todos os portugueses. É isto mesmo o que se pode ver aqui nesta amostra do Expresso que revela os rendimentos de 15 políticos, antes e depois de terem entrado no Governo, num trabalho do jornalista António Sérgio Azenha.

Passos Coelho disse no seu discurso que "Nunca nos devíamos ter permitido chegar a este ponto". Mas o que é certo é que permitimos (alguém permitiu) e era suposto que com tais crânios e talentos, estes políticos e outros gestores tão bem pagos, escolhidos pelos sucessivos governos, o país não enveredasse pelo caminho do colapso.

Não há milagres. Milagres fez Cristo com a multiplicação dos peixes e dos pães... mas há quem tenha feito a multiplicação dos seus proventos à custa do "milagre" dos outros que sempre tiveram ordenados e pensões baixas e que muito difícilmente irão sobreviver nos anos mais próximos com as medidas radicais do OE de 2012.

Não discutimos a necessidade dos sacrifícios para combater a crise. Há que enfrentá-la e cumprir com os compromissos assumidos. Discutimos, tão só, as pessoas que criaram e se serviram do sistema; que estiveram quase sempre no epicentro do previsivel "furacão" e que por sua causa são pedidos agora mais sacrifícios ao povo sem que nada lhes aconteça.

E não há responsáveis nem culpados pela situação a que se chegou? Ou a culpa prescreveu como é apanágio neste país de brandos costumes?

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