Na manifestação de ontem foi bem claro o descontentamento do
povo. Os portugueses contestaram as políticas de austeridade deste Governo que
tem dizimado pensões e salários e posto em causa o Estado Social. Viram-se os
mais diversos cartazes a invectivarem os governantes e a troika. Viu-se desespero nos mais
novos e lágrimas no rosto dos mais velhos. Lágrimas que também são de raiva
contra um Governo que não encontra soluções razoáveis para vencer a crise e o
desemprego e que pouco mais tem sido do que o fiel mandatário dos interesses
alheios e do capitalismo desumano que, cinicamente, faz a apologia do “aguenta-aguenta”.
Os portugueses pediram a demissão do Governo, mas têm de
saber primeiro se existem forças políticas credíveis para inverter a actual situação
de crise. A democracia não se esgota nos partidos que andam há mais de 30 anos
a fazer o mesmo. O povo tem de recorrer à sua força anímica e capacidade para
traçar um novo rumo para um país melhor e mais justo. É importante perceber
isto de uma vez por todas. Mudar de moleiro, mas não mudar de ladrão, não vale
a pena. É o mesmo que continuar no caminho que certos poderes nos urdiram nos seus conciliábulos. E é disso, precisamente, que "salteadores diferentes", mas
iguais, estão à espera.
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