domingo, 17 de janeiro de 2010

"VOLTAIRE e a FÉ"



“Voltaire, pseudónimo de François-Marie Arouet (Paris, 21 de Novembro de 1694 - 30 de Maio de 1778), foi um poeta, ensaísta, dramaturgo, filósofo e historiador iluminista francês. Ele defendia a liberdade de ser e pensar diferente.”

No meu último post do dia 16, subordinado ao tema “Do Terramoto de Lisboa”, está um poema do escritor, e um dos mais brilhantes filósofos franceses do seu tempo, Voltaire, que é um grito de revolta, contra o poder divino que permitiu tal desgraça. Convém recordar que aquele acontecimento foi das piores catástrofes conhecidas até ao século 18 e foi falado em toda a Europa e em quase todo o mundo de então. Reis, poetas, escritores, pintores e outros “mirones” de menor craveira, vieram à capital do império português para ver, in loco, a Lisboa pós terramoto.
Voltaire não era ateu. Era um deísta que considerava a razão como uma via capaz de concluir pela existência de Deus. Não acreditava na revelação e combatia alguns dogmas da Igreja católica e instituições do Estado Francês o que lhe valeu ser expulso do seu País.
A tese de Voltaire era, e é, contrariada pelos, agnósticos que afirmam que “a questão da existência de um poder superior, nunca será resolvida”. Estes acabam por ser, nem ateus, nem crentes convictos. Por fim existem mesmo os ateus militantes que não acreditam em nada.
Ora, se no tempo de Voltaire se poderia concluir através da razão, pela existência de Deus, hoje, com os avanços da ciência, essa tese não é assim tão linear e é muito mais difícil de admitir. Apesar do milagre da vida, do processo maravilhoso da “engenharia” do aparecimento do mundo, que alguns dizem só poder ser atribuída a um ser inteligente (daí a retoma do ensino do criacionismo em oposição ao darwinismo nos EUA) o certo é que se existem algumas razões que poderão, eventualmente, levar a acreditar em algo superior, outras tantas haverá, ou mais, para não se acreditar. E entre elas estão precisamente a dor e o sofrimento humanos, desnecessários, trazidos por estas catástrofes onde avulta o recente terramoto do Haiti.
Dos meus tempos de juventude, e de alguns anos mais tarde, recordo alguns episódios pessoais que, por extraordinários, fizeram de mim um crente.
Posso parecer ingénuo mas, por causa disso, cheguei a fazer um curso bíblico que durou três meses o qual, não me tirando todas as dúvidas, ajudou-me a perceber que ser um ateu militante ou um crente fanático, são dois extremos que não fazem ninguém feliz!
A crença ou a religião, como já me dizia um velho e respeitável professor de português, é uma questão que cada um de nós tem de resolver por si próprio. Assim, e porque “Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos” e, por conseguinte, "somos aquilo que pensamos," entendi seguir uma terceira via ou seja, a da FÉ:
“Disse-lhe Jesus: Porque me viste Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram”!

2 comentários:

  1. Eis aí uma boa conclusão: a fé.
    Negar a existência de Deus, é muito fácil e cômodo. Nada custa e torna o dito cujo "inteligente".
    Provar que Deus existe, diante de tantas evidências (enumerá-las para quê?) também me parece desnecessário.
    Feliz a sua conclusão: A FÉ - DEUS - Ei-Lo)

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  2. Caro Sr. sevejocosilva

    Agradeço-lhe o seu pertinente comentário sobre matéria tão delicada como é esta. A negação da Fé, a descrença e a desesperança estão a minar a sociedade de hoje, orientada por alguém, para uma dita "globalização" com formas, aparentemente bonitas, mas de conteúdo cada vez mais suspeito para o cidadão comum. Sintomático é vermos os grandes cada vez maiores e os pequenos, cada vez mais pequenos!
    Haverá alguma forma de inverter este estado de coisas? Para onde caminha a humanidade?

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