sábado, 14 de agosto de 2010

Portugal a arder!...


OPINIÃO
Apesar de reconhecer o pouco poder de intervenção que este blogue possa ter ou da relevância da sua prosa, para a solução dos problemas que nos afectam a todos nós, cidadãos comuns, cá vou continuando com o espírito de missão de que não abdico, por enquanto. Mas, e apesar de alguns elogios e de me ser atribuído o prémio (virtual) blogue de ouro, de que falarei mais tarde, sinto-me cada vez mais desiludido.


É que nem sempre é fácil apontar erros, discutir ideias, alertar quem de direito ou propor soluções (passe a pretensão) para tentar resolver os problemas locais, ou, no sentido mais lato, do País. Tal atitude, por mais bem intencionada que seja, pode tornar-nos alvo de algumas críticas e incompreensões, nem sempre feitas de boa fé.
Chego a pensar que me falta "engenho e arte" para comunicar com as pessoas.

E porque é que me dediquei a este projecto? Por vaidade ou pretensiosismo político? Não, nem por uma coisa nem por outra. Se alguma vez sofri de alguma dessas pechas, já me curei há muito tempo. Vaidade das vaidades é tudo vaidade. É mesmo por espírito de intervenção e cidadania, ou, se preferirem, por carolice.

A tendência, quase compulsiva, de escrever sobre o que nos afecta, o mais que posso de forma pedagógica, talvez excedendo, sem querer, os limites das conveniências, ainda hoje me levou a postar sobre os incêndios que estão a lavrar no País. Faço-o agora pela segunda vez.
É que os fogos, voltam todos os anos, dizimando cada vez mais do que no ano anterior. Há alguma coisa que contínua a falhar na prevenção e combate aos incêndios. A limpeza das matas é muito importante e isso continua a não se fazer ou faz-se mal, porque há quem diga que é isso que convém aos interesses da indústria do fogo.

Uma das acções que falharam no passado, foi não se ter concretizado a compra de seis aviões anfíbios Canadair que chegou a estar programada para actuarem já em 2005 que a breve trecho teriam retorno, dado que iriam evitar a destruição do património nacional. Hoje andamos a pedi-los aos espanhóis e aos italianos fazendo jus à pedinchice dos tugas.

Continuam a faltar meios como se pode ver aqui e atribuir-se ao MAI, incapacidade para gerir a crise.
Prescinde-se do fundamental e tudo se faz para adquirir o acessório ou o supérfluo. Ainda há bem pouco tempo se gastou quase 1 milhão de euros na compra de carros novos para alguns membros do Parlamento, quando, no dizer de alguém, se fecham empresas todos os dias e cada vez há mais desempregados e, no caso vertente, cada vez mais fogos. Casos de gastos desnecessários, sem retorno, para pompa e circunstância descabidos, são mais que muitos e quase todos nós os conhecemos.

Perante o cenário apocalíptico de Portugal a arder, devido a políticas erradas, em que não é despicienda, uma encapotada apologia do iberismo, deixando os vizinhos fazer e intervir naquilo que só a nós compete, cabe aos portugueses, não só evitar os icêndios a todo o custo, mas, mais do que isso, agir no sentido de não permitir que certos governantes continuem a deixar “Portugal a arder” quer no sentido literal quer no virtual do termo.

4 comentários:

  1. Amigo Fadigas:
    É com surpresa que o encontro como que desiludido com o seu magnífico trabalho neste blogue. Se me permite, acho que o Amigo não deve preocupar-se de todo com alguma reacção que lhe pareça negativa; deve, isso sim, "Seguir em Frente"...
    Um abraço!
    J. Cascão

    ResponderEliminar
  2. Meu caro Zéfoz este seu espaço é muito nobre e sério. Gosto de passar por aqui

    ResponderEliminar
  3. Meu caro Maestro

    Não é bem pelas reacções negativas (as positivas têm sido muito mais)o problema é que neste País parece que nada funciona. Desde a justiça, passando pela segurança e acabando no desemprego, para não falar de outras coisas. Infelizmente a desilusão parece ser generalizada.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  4. Caro anónimo das 01:21

    As coisas nem sempre correm como desejamos. Eu próprio gostaria de saber e fazer melhor. Mas, agradeço-lhe as suas palavras que também elas, têm uma nobreza que me apraz registar.
    Obrigado.

    ResponderEliminar

Os comentários serão publicados após análise do autor do blogue.