OPINIÃO
"A dívida pública de Portugal cresceu 7,5 mil milhões nos primeiros cinco meses de 2010, disparando para os 140,2 mil milhões de euros. O mesmo é dizer que desde as 12 badaladas que marcaram a entrada neste novo ano que a dívida do Estado cresce a um ritmo de dois milhões de euros por hora. Isto numa altura em que o País viu os juros para emitir dívida quase duplicar em poucos meses." – in Correio da Manhã.
Um dado importante e quase catastrófico que importa reter: “a dívida do Estado cresce a um ritmo de dois milhões de euros por hora”.
Isto pode ser o prenúncio da falência do País, cujo registo pré-anunciado é desmentido por José Sócrates no debate Estado da Nação. O optimista inveterado, como lhe chama o Financial Times, ou o jongleur da palavra, como lhe chamo eu, conscientemente ou não, mistifica as evidências, acusa a oposição de ter ideias catastróficas mas a verdade está aí nua e crua apoiada pelos analistas internacionais e vergastada pelas empresas de rating.
Mas como foi possível chegar a este descalabro? Quem governou o País nestes últimos 30 anos? Ninguém tem dúvidas: o PS e o PSD. Só que, o objectivo tantas vezes anunciado de governar com competência verdade e isenção, foi confundido, não poucas vezes, com os interesses partidários e lobbies do poder e da banca. Por isso não admira que hoje assistamos ao despautério, para não dizer, arrojo e pouca vergonha de, um ex-banqueiro, acusado de desviar mais de quatro mil milhões de euros em seu benefício ou para engorda de accionistas do BPN/SLN, pedir ajuda ao Estado para financiar a sua defesa.
Não cultivo o ódio nem a cegueira partidária, por isso não vou dizer que Sócrates tem culpa de tudo o que está a acontecer. A culpa radica, sobretudo, nos partidos que perderam o sentido Nacional e de Estado e noutras eminências pardas, apologistas do oculto que não mostram a face para utilizarem melhor o poder discricionário no seu próprio interesse e no projecto neoliberal que defendem.
A culpa começou a montante da sua governação, muito tempo antes, porventura ainda o País não era um pântano, no dizer de António Guterres. Só que nunca se imaginou que a situação chegasse ao ponto que chegou.
Talvez do debate da Nação se conclua que é necessário implementar novas medidas que salvem Portugal da catástrofe anunciada e que este esforço patriótico é obrigação de todos os portugueses, mormente daqueles que mais podem.
Para tanto, bastará que o 1º Ministro tenha a noção da realidade e aja de acordo com ela.
Se assim for, a hora da sua despedida poderá estar longe, podendo ainda prestar um contributo valioso ao País.
Valha a verdade dizer e passe a expressão, não “paga a pena mudar de moleiro”, porque aquele que emerge no espectro partidário para liderar o País, é farinha de um saco bem pior!...
cumprimento pela análise e digo consigo: "Haja coragem"
ResponderEliminarCaro anónimo
ResponderEliminarHaja coragem sim, para fazer frente q.b. às políticas neoliberais das grandes potências da UE que pretendem fazer dos países pequenos (não me devo enganar muito) as novas coutadas do capitalismo selvagem e dos seus mandatários (vulgo 1ºs ministros) os caixeiros viajantes do projecto de globalização que está em marcha.
Este o grande problema de fundo. Quanto aos problemas caseiros esperemos que haja sensatez e mão forte no leme para aguentar a tempestade para podermos ainda chegar a bom porto!...