quarta-feira, 7 de julho de 2010

O homem do dia


Pela segunda vez em pouco mais de uma semana, Aprígio dos Santos é notícia nos escaparates dos media nacionais e locais.
Da primeira aparece como capa de do “Portugal Inovador” nº 6 deste mês do Jornal Público, onde é referido como um homem de sucesso. Hoje é notícia no Diário das Beiras a propósito do seu projecto do Shooping Foz Atlântico que espera uma decisão da Câmara da Figueira desde 2006.

“Segundo o projecto original, o Shopping Foz Atlântico é um edifício com cinco pisos, três à superfície, com hipermercado, mais de 300 lojas, restaurantes, cinemas e 900 lugares de estacionamento. Implica um investimento de cerca de 40 milhões de euros e perspectiva 900 postos de trabalho directos. O anterior executivo municipal chumbou o projecto em 2006.”

Nas suas declarações ao “Portugal Inovador”, Aprígio Santos diz que, “construiu o sei próprio futuro com pés e cabeça, passo a passo, sem ter medo das adversidades que se atravessaram no seu caminho”.
Por outras palavras, subiu a pulso na vida o que é de louvar.
O impasse na aprovação do Shopping Foz Atlântico será umas das adversidades que não desiste de ultrapassar. Tem garra.

As "entranhas" de um homem com esta determinação são difíceis de dissecar, mas é um dado adquirido que a sua vocação se prende, essencialmente, com os projectos imobiliários. Tudo o resto, à sua volta, será acessório ou complementar. E neste caso, situa-se quanto a nós, a sua liderança no projecto Naval 1º de Maio que levou ao escalão máximo do futebol. Honra lhe seja feita por isso.
Todavia existe uma lacuna incompreensível na vida do clube que é o facto de ainda não ter sida a reconstruída a sua Sede que foi destruída pelo fatídico incêndio de 4 de Julho de 1997. E, aqui, chegámos à questão nuclear.
Aprígio Santos não tem obrigação de erguer à sua própria custa um património que se esfumou em poucas horas. São precisos alguns anos para reconstruir um passado que era o símbolo de uma das colectividades mais antigas do País.
Convenhamos, porém que, treze anos após a tragédia, sem que nada tenha sido feito, à excepção de um desafio de futebol com o Benfica, é demasiado tempo. Mas não lhe ficava mal que tivesse a iniciativa de um Galamba Marques, o grande mentor do Pavilhão do Ginásio Figueirense que ali está a lembrar outro grande clube da Figueira, e um homem que se dedicou de alma e coração ao Ginásio. Neste projecto a sua massa associativa, pese embora, mais snob que a da sua congénere Naval, arregaçou as mangas e não olhou a meios para ajudar a construir o Pavilhão.
Este é um exemplo que a massa associativa da Naval não seguiu, devendo-lhe ser assacadas algumas culpas pela actual situação.
Talvez isso se deva a razões que desconhecemos que acabem por vir à luz do dia.
Seja como for, a Naval nunca mais vai ter os tempos áureos que os figueirenses da minha geração e anteriores conheceram, enquanto não fizer renascer das cinzas “qual Fénix”, uma nova Sede que honre o seu passado associativo e desportivo e seja, de igual modo, um incentivo para a prática das mais diversas modalidades como já foi seu apanágio.

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