segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Epitáfio para uma ambição

OPINIÃO
A campanha presidencial acabou com a vitória incontestada de Cavaco Silva.
Nos bastidores da política congeminou-se, em devido tempo, um apoio de forças políticas diferentes, quiçá contraditórias, à ambição de um homem que queria ser Presidente.


Bloco de esquerda e PCTP-MRPP (a esquerda bem pensante e a revolucionária) uniram-se nesse apoio que se revelou ineficaz, se não mesmo contraproducente, pois o candidato que emergia pela segunda vez no horizonte das presidenciais acabou por ter um resultado bem pior agora, 19,75% dos votos, do que em 2006, que foi de 20,72%.

Para o resultado vexatório desta esquerda, contribui não só a convergência mais ou menos espúria daqueles partidos com o PS, mas também todo um procedimento antigo do candidato Manuel Alegre que muitas vezes criticava o seu próprio partido. Não interessa saber se algumas vezes com razão. Mas a estratégia subjacente era a de piscar o olho aos grupúsculos à esquerda do PS na prossecução dos seus objectivos. Melhor fora que nunca o tivesse feito.

A maioria do eleitorado socialista não se esqueceu. Mais do que isso, percebeu que as contradições do poeta tinham um objectivo há muito "acarinhado" e resolveu minar e castigar tão desmedido ego e ambição.
No fim da campanha, em vez do voto, deu, ao seu próprio candidato, uma lápide com o epitáfio: “Crime e castigo”…




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