quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Os políticos tóxicos e as presidenciais

Na banca existem produtos tóxicos. Na política também os há. São os chamados políticos “tóxicos” que levaram o país à actual situação de descalabro. Algumas vezes por não se identificarem com o genuíno sentir do povo; outras vezes por omissão ou interesse pessoal e, na maioria dos casos, por interesses partidários que sublevaram os verdadeiros interesses do País. Nos últimos vinte anos de democracia os detentores do poder têm governado como querem ou como o poder económico os tem deixado.

O ideal seria o poder político sobrepor-se ao económico e financeiro ou haver mais transparência na sua inter-relação, mas isso são águas do passado que desaguaram definitivamente no mar da promiscuidade quando não no da corrupção e do compadrio.

O pior é que quem sofre as consequências são sempre os mesmos. Isto é, as facturas aparecem para pagamento, mas a mercadoria leva descaminho para lugar incerto e é a massa anónima, que invariavelmente vota nos cabouqueiros deste sistema, que as tem de pagar.
Já o Almirante sem medo, Pinheiro de Azevedo, dizia, na altura do seu sequestro no Terreiro do Paço, que “o povo é sereno”. Mas, além de sereno, é “fatalista e sonâmbulo” (citando Guerra Junqueiro) e masoquista, porque com seu gesto de votar nos habituais e actuais arautos da política neoliberal, que se comportam como seus algozes, parece gostar de sofrer.

Estamos em vésperas de eleições presidenciais. Continua-se a esgrimir com a estabilidade e com o voto útil, como se não fosse isso que andássemos, precisamente, a fazer há cerca de 30 anos, ou mais, com o resultado que está à vista. São seis os candidatos à presidência que irão ser sufragados nas urnas por voto universal e directo dos portugueses. Não vamos votar, nem temos nada que votar em nenhum partido como os seus líderes pretendem. Vamos eleger aquele que será o futuro Presidente de todos os portugueses.

Um dos candidatos faz alarde da sua experiência, mas ninguém deu por nada… Fala agora num ministério do Mar esquecendo-se que foi durante o seu consulado de 1º ministro que foram abatidos centenas de barcos de pesca que foi o mesmo que dar uma machadada brutal no sector das pescas e, por arrastamento, no sector da construção e reparação naval. Beneficiou dos produtos tóxicos da banca e diz que os seus opositores "têm de nascer duas vezes para serem mais sérios do que ele."

Outro , em desespero de causa, já diz que se não votarem nele é a democracia que fica em perigo, como se os eleitores fossem cidadãos de menor idade… Faz apelos a um patriotismo serôdio; diz que é o candidato da confiança; certamente a confiança de que fala Edmundo Pedro; ou a mesma confiança que inspirava aos ex-combatentes que o ouviam na Rádio de Argel…

Neste perfilar de candidatos com tão “profícuas” e até descabidas razões, aparece alguém com uma postura diferente que constitui uma novidade e que pode sensibilizar e aglutinar as diferentes forças partidárias (sem as quais, apesar de tudo, a democracia não é possível) num rumo diferente, para fazer sair o País da crise em que se encontra. Alguém de rosto limpo, com postura sóbria e visão humanitária; supra partidário; que não é conivente com o actual regime, nem com a situação a que se chegou. Ou, no dizer de Salgueiro Maia, ao estado a que chegámos…

Todos nós somos responsáveis pelo nosso futuro e, para pormos travão à política tóxica dos políticos comprometidos com a situação vigente, o próximo dia de eleições presidenciais no dia 23, pode ser o início da viragem do País… se votarmos contra o medo e a resignação.
É da sabedoria popular dizer-se que “cesteiro que faz um cesto, faz um cento”.

Um VOTO DIFERENTE num HOMEM DIFERENTE pode ser a chave de um futuro melhor para Portugal e para todos os portugueses. Assim, seguramente, é que NÃO.

2 comentários:

  1. Dadas as evoluções da última hora que envolvem a actual campanha, provocadas por sondagens esquisitas, se houver uma segunda volta com o candidato M. Alegre, os eleitores só têm duas opções que são um mal menor: ou a abstenção ou, apesar de tudo, o actual PR.

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  2. As elites nacionais vão receber o meu cartão vermelho da mão do candidato José Manuel COELHO!

    Ainda acredito numa 2ª volta que depende dos portugueses e não das empresas de sondagens...

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